LITERATURA CLÁSSICA LATINA (4)

O elemento práctico principal na educaçón dos nenos romanos que estabam destinados à vida pública (como eram tradicionalmente todos os de boa família) consistia na declamaçón de discursos formais sobre temas específicos. Na Roma estes exercícios, puderom ser mais necessários na vida real, e a eleiçón de temas -legais e políticos mais contemporâneos- que a sua contrapartida grega. Durante o principado, e por razóns obvias, produziu-se um cambio dos temas realistas e contemporâneos para os bassados em premisas que partiam do improbábel para o francamente grotesco, passando pelo romântico. Alguns dos temas podem considerar-se derivados da literatura, especialmente da Comédia Nova, mais que da vida. A declamaçón, que começou como exercício meramente privado, converteu-se em seguida num espectáculo público, no que inclúso oradores destacados e proeminentes homes de negócio, non desdenhabam participar. Quintiliano recomenda a declamaçón como unha costûme práctica para o orador que xa estaba muito aperfeiçoado nésta arte e era celebrado nos tribunais, “consummatus ac iam in foro clarus”. Um exemplo notábel de practicante adulto foi o imperador Nerón. Dous tipos de exercícios estabam em boga: a “suasoria”, na que o orador apresenta a algúm pessoeiro famoso da história ou da fábula nunha situaçón difícil na sua própria actuaçón; e a “controvérsia”, na que os oradores argumentabam em favor de partes oposta de um caso, xeralmente de natureza legal ou quasi-legal. De ambos tipos, a “controvérsia” era mais popular em xeral, por ser directamente mais competitiva. Posto o ênfase na competiçón e nas premisas irreais dos argumentos, o propósito dos adeptos non era tanto convencer como assombrar o seu audictório. Para este fim empregabam todos os meios possíbeis: descripçóns vividas, xiros inesperados, paradoxas, agudezas, epigramas sentenciosos e extravagâncias emotivas do tipo mais extremo. Por encima de tudo apoiábam-se no que se conhecia técnicamente como “cores”: a manipulaçón enxenhosa, frequentemente até ó ponto de colocar cousas encima da cabeza, de palabras ou ideias, com obxecto de dar um carácter novo e inesperado aos dactos sobre o caso. Em tudo isto a probabilidade gozaba de escassa consideraçón; o propósito era menos persuadir que superar ó orador anterior. Tais eram as características da declamaçón. O perigo de que estes exercícios, pensados como subordinados aos fins prácticos da oratória, puderam converter-se num fím em sí mesmos, foi reconhecido bem pronto, e a literatura do século I d. C. abunda em críticas aos excessos e abusos das escolas. Mas a ideia de algunha forma alternativa de treino nunca se considerou sériamente; evidentemente é inamovíbel a crênça de Quintiliano no valor da declamaçón, quando estivéra bem controlada.

E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)

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