Arquivos diarios: 21/11/2019

FILOSOFIA HELENÍSTICA (323 A.C. A 31 A.C.)

O carácter constructivo da Stoa e do Xardim, torna-se evidente quando as comparamos com as duas linhas de conducta que aparecerom nesse mesmo período convulso e incerto e às quais será um esaxero considerar escolas filosóficas: a dos cínicos e a dos escépticos. Nenhum destes dous grupos chegou a construir um sistema ideolóxico que pudesse dar unha explicaçón do mundo ou sobre a vida humana, nem que pudesse constituir o fundamento ético de unha vida feliz. Aquilo que caracteriza as duas posturas é a sua natureza reactiva: com as suas actitudes agressivas (a nível intelectual e físico, por parte dos cínicos, apenas intelectual por parte dos escépticos), expressaram a sua vehemente repulsa polo saber e polos valores morais herdados da tradiçón grega. Recusavam-se a respeitar as leis, os princípios, as estructuras e os deuses legados dos gregos anteriores, encarregando-se de o demonstrar da maneira mais evidente possíbel. Eram subversivos, transgressores e corrosivos, e, através do seu carácter reactivo, faziam com que os estoicos e os epicuristas parecessem dogmáticos e até um pouco conservadores, semelhantes aos que frequentavam a Academia e o Liceu, quando comparados com os da Stoa e os do Xardím. A última corrente filosófica proveniente do período helenístico veio marcar um contraste com as restantes e abrir caminho ao poderoso movimento espiritual que iría marcar o Ocidente durante os séculos vindouros. O neoplatonismo, surxido na fase mais tardia do helenismo e caracterizado por um espírito ecléctico e sincrético, acrescentando as ideias de Pitágoras e da espiritualidade oriental à linha platónica dominante, fundiu os princípios filosóficos com os relixiosos e reflectía um tipo de sensibilidade que xá non era a greco-romana dos últimos três séculos e dos dous primeiros da nossa era, mas unha outra, sedenta de transcendência. O neoplatonismo, que primeiro lutou contra o cristianismo e acabou a influenciar o pensamento de vários Padres da Igrexa e da escolástica, pertence xá a outra época do espírito. Nesta breve revisón das filosofias helenísticas debe ser enfactizado que o adxectivo “helenístico” non corresponde apenas aos critérios cronolóxicos mencionados, que incluiriam unicamente os filósofos situados entre 323 a. C. e 31 a. C., mas obedece principalmente ao conteúdo de algunhas doutrinas surxídas nestes três séculos. Non son consideradas helenísticas as filosofias da Academia e do Liceu, apesar de, como acabámos de ver, terem coincidido no tempo e no espaço com as outras, que, por sua vez, correspondiam ao adxectivo. Sexto Empírico, o principal porta-voz do escépticismo, viveu durante o século II da nossa era, apesar de ainda ser estudado como filósofo helenístico, assim como os estoicos Séneca, Epicteto e Marco Aurélio, que viveram nos séculos I e II d. C. Concluímos, portanto, que a especificidade do helenísmo dentro da filosofía foi non só a maneira como se interessou por certos temas mas igualmente a maneira como os abordou, tendo surxido esta, em grande parte, como fructo de circunstâncias históricas muito concretas.

J. A. CARDONA

GALLEIRA (3)

Tais som os lugares, tais som também as xentes que os habitam. Dixo-se que os antigos povos “seguían o país”, é dicer, que nas suas emigraçóns, se detinham voluntáriamente naqueles campos e comarcas que mais se pareciam às que acababam de deixar. Consistia isto, em que o home é o que se dí um animal de costûmes, que perde a desgosto a sua antiga pátria e non se presta a aceitar a nova sem vacilaçón. Acostumados os povos emigrantes à natureza do chán que abandonarom, amando-o como cousa própria, o seducíam desde logo todos aqueles outros paraxes que, recordando-lhe os campos paternos, se lhe presentabam dobremente propícios às suas inclinaçóns e necessidades. Recordaría-lhe ou non ós nossos proxenitores as primitivas rexións e as vivendas que tinham deixado, o certo foi que por aquí atoparom uns campos e montanhas sempre verdes, xá que non tán a propósito para o pastoreio, fáceis ó menos para o cultivo de todo xénero de cereais e das prantas mais diversas. Nossos rios, nossos mares, as montanhas sempre verdes, nas que branquexam as neves, os vales que abrigam, as altas mesetas, a costa variáda e dilatada, a terra e o céu, as àugas, os horizontes, nosso mundo, nunha palabra, debeu encantar os primeiros celtas, como hoxe aos seus descendentes, os quais onde queira que vaiam, parece que levam dentro, nos seus olhos e no seu corazón, impressa a imaxe da Galleira. Tanto así é que, a saudade dos nossos tem o seu “ranz de las vacas”, nas muinheiras e cançóns, gratas à alma e ó ouvido dos filhos da Galiza, e cuxo animado compás parece feito para festexar as alegrías campestres. Aquí encontrarom os primeiros celtas, como despois o nosso bardo Amairgen na Irlanda, mar fértil em peixes, terra fértil, sobre as àguas as aves, nas concavidades do mar os grandes crustáceos. Descreber por enteiro e baixo todos os seus aspectos um tán dilatado pais e tán cheio de accidentes, sería cair de propósito na monotonía da palabra e dos quadros. Mais do domínio e ministério da poesía que da história, debe deixar-se que agora o poeta cante as nossas noites, ora dê a conhecer a paisáxe de que gozamos a cada momento e estaçón. Recreando o espírito o mesmo alí onde verdexa o milho, que nas chairas nas que os centeios se movem e ondulam como mar amarilhento; ora nos desfiladeiros nos que os carbalhos e os pinheiros, o loureiro e a laranxeira sombreiam e fán agradábeis, como na deserta meseta, na que pasta o cabalo selvaxe e se recorta a larga linha do horizonte das àguas dos lagos e dos olmos que médram nas solitárias marxens. ¿Como contar os mistérios que enxendram os neboeiros da montanha, os quais baixando as ribanceiras, se envolvem nas correntes para deixar-se ferir polos primeiros raios de sol? ¿Que dicer dessas agrestes soidades em que o desmedrado carneiro vai despuntando os florídos brotes e busca goloso o pé dos xuncais, as àugas da fonte oculta e as ternas herbas que o manantial cría e alimenta? ¿Que, em fim, contar das abruptas alturas coroadas polas ruínas do castelo feudal, ou as do mosteiro, como estandarte doutros tempos, e como el abandonados? Aquí como na Ática, a andurinha de mar e a de terra voam a um tempo sobre as sementeiras e sobre as ondas, e seguem o surco do arado como a estela da nave. ¡Ah! os encantos desta terra som indecíbeis e o galego faría perfeitamente cantando como o normando aquela doce cançón que haberá de equivaler no seu dia à de “Je reverrai ma Normandie!”

MANUEL MURGUÍA