
O carácter constructivo da Stoa e do Xardim, torna-se evidente quando as comparamos com as duas linhas de conducta que aparecerom nesse mesmo período convulso e incerto e às quais será um esaxero considerar escolas filosóficas: a dos cínicos e a dos escépticos. Nenhum destes dous grupos chegou a construir um sistema ideolóxico que pudesse dar unha explicaçón do mundo ou sobre a vida humana, nem que pudesse constituir o fundamento ético de unha vida feliz. Aquilo que caracteriza as duas posturas é a sua natureza reactiva: com as suas actitudes agressivas (a nível intelectual e físico, por parte dos cínicos, apenas intelectual por parte dos escépticos), expressaram a sua vehemente repulsa polo saber e polos valores morais herdados da tradiçón grega. Recusavam-se a respeitar as leis, os princípios, as estructuras e os deuses legados dos gregos anteriores, encarregando-se de o demonstrar da maneira mais evidente possíbel. Eram subversivos, transgressores e corrosivos, e, através do seu carácter reactivo, faziam com que os estoicos e os epicuristas parecessem dogmáticos e até um pouco conservadores, semelhantes aos que frequentavam a Academia e o Liceu, quando comparados com os da Stoa e os do Xardím. A última corrente filosófica proveniente do período helenístico veio marcar um contraste com as restantes e abrir caminho ao poderoso movimento espiritual que iría marcar o Ocidente durante os séculos vindouros. O neoplatonismo, surxido na fase mais tardia do helenismo e caracterizado por um espírito ecléctico e sincrético, acrescentando as ideias de Pitágoras e da espiritualidade oriental à linha platónica dominante, fundiu os princípios filosóficos com os relixiosos e reflectía um tipo de sensibilidade que xá non era a greco-romana dos últimos três séculos e dos dous primeiros da nossa era, mas unha outra, sedenta de transcendência. O neoplatonismo, que primeiro lutou contra o cristianismo e acabou a influenciar o pensamento de vários Padres da Igrexa e da escolástica, pertence xá a outra época do espírito. Nesta breve revisón das filosofias helenísticas debe ser enfactizado que o adxectivo “helenístico” non corresponde apenas aos critérios cronolóxicos mencionados, que incluiriam unicamente os filósofos situados entre 323 a. C. e 31 a. C., mas obedece principalmente ao conteúdo de algunhas doutrinas surxídas nestes três séculos. Non son consideradas helenísticas as filosofias da Academia e do Liceu, apesar de, como acabámos de ver, terem coincidido no tempo e no espaço com as outras, que, por sua vez, correspondiam ao adxectivo. Sexto Empírico, o principal porta-voz do escépticismo, viveu durante o século II da nossa era, apesar de ainda ser estudado como filósofo helenístico, assim como os estoicos Séneca, Epicteto e Marco Aurélio, que viveram nos séculos I e II d. C. Concluímos, portanto, que a especificidade do helenísmo dentro da filosofía foi non só a maneira como se interessou por certos temas mas igualmente a maneira como os abordou, tendo surxido esta, em grande parte, como fructo de circunstâncias históricas muito concretas.
J. A. CARDONA
