LEIBNIZ (VIAXANTE ENTRE CIÊNCIA E POLÍTICA)

Durante a sua estada em Frankfurt, o nosso autor aproveita para se relacionar com personalidades influentes que o possam axudar a abrir caminho entre a ciência e a política, pois sem o apoio dos governantes non podía pôr em práctica a reforma das ciências no que diz respeito a um melhor ensino destas que tinha em mente; a actividade de Leibniz encaminha-se para algo que hoxe chamaríamos “governaçón da ciência” e “política científica”. Com esta finalidade, no outono de 1667 visita em Mainz (Mogúncia) o conselheiro áulico Hermann Andreas Lasser, que o informa sobre o proxecto da Corte para iniciar unha nova ediçón do acervo xurídico. Para Leibniz, essa tarefa apresenta-se como clara porta de entrada e pôe-se a redixir à présa – diz tê-lo redixido nas hospedarias e sem axuda de outros textos – um escrito que xá tinha concebido em Leipzig sobre a reforma para a aprendizaxem e o ensino da xurisprudência: Nova Methodus discendae docendaque jurisprudentiae. Trata-se de unha obra que inclui tanto unha análise filosófica dos princípios do direito como a proposta de unha nova disciplina que axudaria os alunos a adquirirem unha base teórica através da competência práctica; da mesma forma, atreve-se a rexeitar a primeira regra de Descartes (aquilo que se entende clara e distintamente é verdadeiro) por induzir em erro. Leibniz foi apresentar pessoalmente o texto ao príncipe eleitor de Mogúncia, Xoán Filipe de Schönborn, a quem o tinha dedicado com a esperança de obter um cargo na Corte, e este, efectivamente, convidou-o para trabalhar com o conselheiro Hermann Andreas Lasser – em troca de um salário semanal – na reforma do código civil romano. O nosso xovem xurísta moraria na casa de Lasser em Mainz durante a realizaçón de um proxecto que o eleitor pagava com atraso e mal, mas graças ao qual pôde tornar mais próxima a sua relaçón com o barón Christian de Boineburg. Embora as circunstâncias do seu primeiro encontro ainda sexam desconhecidas, está documentado que Leibniz começou a desempenhar ocasionalmente tarefas de secretário, assistente, bibliotecário, advogado e conselheiro ao serviço do barón, e desenvolveu, além disso, unha amizade pessoal com aquele que seria seu mestre, protector e impulsionador do início da sua carreira diplomática. Neste período, Boineburg porá Leibniz em contacto com outros pensadores e cientistas importantes, entre os quais devemos destacar Heinrich Oldenburg, secretário da Royal Society de Londres, correspondente de Espinosa e que seria o intermediário na correspondência de Leibniz com os matemáticos ingleses; Leibniz manteria unha intensa troca de correspondência com Espinosa até à morte deste em 1677. Também non devemos esquecer a importância da vasta biblioteca do barón, que Leibniz se encarregou de catalogar. Mas o mais relevante desta etapa é, sem dúvida, a actividade diplomática, que permitirá ao nosso autor ter um papel activo na política do momento, por exemplo, na eleiçón do novo rei da Polónia após a abdicaçón de Xoán Casimiro. O conde Filipe Guilherme de Neuburgo, que tinha o apoio do eleitor de Mogúncia, solicitara a Boinegurg que se responsabilizasse por unha missón na Polónia em apoio à sua candidatura; assim, Leibniz dedicou o inverno de 1668 a elaborar um documento que teve como título “Modelo de Indicaçóns Políticas para a Eleiçón do Rei da Polónia” (Specimen demonstrationum politicarum pro rege Polonorum eligendo), no qual um nobre polaco fictício aplicava o método de demonstraçón matemático – introduzido na ciência por Galileu, Descartes, Hobbes e Bacon – ao problema político da eleiçón e acabava por resolvê-lo a favor do conde de Neuburgo. A obra foi publicada em Königsberg – e non em Vilna, tal como é indicado na capa – em junho de 1669, pois xá se tinha tomado a decisón; embora servisse como lista de argumentos para as infructuosas dilixências de Boineburg, o mais importante deste texto son, sem dúvida, as argumentaçóns ético-políticas que se fransformam num cálculo de probabilidades, aspecto que Leibniz desenvolverá posteriormente.

CONCHA ROLDÁN

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