
Deixámos bem atrás a ideia de que sexa arrogância esta rebelión do indivíduo face à história, face aos saberes herdados, face ao Todo. Compreendemos que o timorato cumprimento da Tradiçón no frontispício do templo de Apolo Délfico fosse xustamente: “Conhece-te a tí mesmo, isto é, non caias na arrogância de te xulgares algo mais do que unha mera parte insignificante do Todo divino.” Sócrates non morreu por pensar, mas por tentar amorosamente fazer entender aos ignorantes que ignoramos a nossa ignorância ao quadrado (ou ao cubo). Sócrates só queria que toda a xente, começando por ele próprio, pensasse mais, isto é, fosse mais libre, se embebesse mais do significado dos mistérios da morte e do amor, para que assim a sociedade descartasse a sua lastimosa mediocridade (em todos os sentidos). Quase non lhe importaba o meio a empregar, desde que fosse unha forma real de amor e decorresse no terreno das palabras. É possível que o seu modo de proceder tenha insuficiências, mas nunca se debe descrever a filosofía retrocedendo deste ponto de arranque, que simplesmente é a própria ideia. Há, pois, unha espécie de “actitude natural”, em que cada um se deixa viver à base de soluçóns que xá encontra no “mundo da vida” de todos os dias. No máximo, caso se depare com determinados problemas relativamente novos, forxa técnicas e soluçóns relativamente novas para os evitar. O mistério ou os mistérios afiguram-se como um instante apenas nunha vida que non os deixou entrar, assustada pola desorientaçón que eles implicam, preferindo a comodidade do mau conhecido ao risco do incertamente bom por conhecer. Há a actitude que se levanta desta prostraçón, desta mais que provável comodidade, destes medos. Nela non há crostas de saberes, mas antes, se se chegou realmente ao fundo libre da abertura à exposiçón plena ao misterioso, haverá… “fenómenos”, haverá… “filosofia”. Estas son palabras um tanto esquisitas e fora de moda, mas usemo-las. Ou faremos abstraçón de tudo menos das modas?
MIGUEL GARCÍA-BARÓ