Arquivos diarios: 07/09/2019

ARISTÓTELES (AS LUTAS POLA ACADEMIA)

Da etapa na Academia surxiram as suas primeiras obras, bastante platónicas, tanto no conteúdo como na forma – pois costumavam ser diálogos, o xénero literário cultivado por Platón, apesar de nestes escritos xá se intuir o que sería o principal ponto de discrepância entre mestre e alumno: o “mundo das Ideias” platónico. Desses primeiros anos data o Protréptico, texto que lhe outorgou unha grande popularidade, unha carta-incitaçón à pesquisa do saber dedicada ao rei Témison de Chipre. Nesse escrito, Aristóteles defende a superioridade da filosofía e afirma que a realizaçón plena da vida humana consiste no adequado exercício da razón. Na mesma obra, o Estagirita considera desprezíveis os bens terrestres, quais túmulos da alma. Como assinala Copleston, “esta forma de ver as cousas é um indício da influência directa de Platón, visto que posteriormente, na Ética a Nicómaco, Aristóteles insiste na necessidade dos bens terrestres, polo menos em certo gráu, para que a vida sexa verdadeiramente feliz, até mesmo para o filósofo”. Desse modo, a sua estada na Academia prolongou-se por vinte anos, até à morte de Platón, no ano 347 a.C. Tería parecido lóxico que, após o desaparecimento do mestre, o discípulo mais destacado fosse nomeado o seu sucessor. Mas non foi assim. Escolheu-se como novo director da Academia o sobrinho de Platón, Espeusipo, que, para cúmulo, estaba a afastar-se tanto do pensamento do seu tio que, aparentemente, tinha traído, inclusive, o seu espírito. Paralelamente, o rei Filipe da Macedónia iniciara a conquista da Grécia e os atenienses começavam a recusar tudo o que fora macedónio, incluindo (aparentemente) Aristóteles. Non sabemos qual dos dous desgostos influenciou mais o seu ânimo, mas o que parece claro é que a suma de ambos foi insuportábel para o filósofo, que decidiu mudar de ares. Portanto, quase a fazer quarenta anos, Aristóteles afastou-se, acompanhado por Xenócrates, outro “académico” destacado que também se sentiu pressionado a abandonar a Academia por causa da sucessón de Platón, um assunto que, de acordo com a interpretaçón de alguns estudiosos, implicou unha autêntica “secessón” entre os seus discípulos.

P. RUIZ TRUJILLO