
Em 1954, por recomendaçón de Georges Dumezil, candidata-se ao cargo de director da Maison de France em Uppsala (Suécia). Ali, o seu refúxio será sobretudo a Carolina Rediviva, biblioteca que visita regularmente das 10 às 3 da tarde. É nos seus impressionantes acervos da história da medicina que encontrará o material necessário para realizar unha investigaçón sobre a história da loucura, que acabará por se tornar a sua tese de doutoramento. Também procederá dali a documentaçón na qual se baseia o seu segundo libro. O Nascimento da Clínica (Naissance de la Clinique, 1963). Quando em 1958 é transferido para Varsóvia, com a missón de abrir um Centro de Civilizaçón Francesa, o rascunho da sua investigaçón está terminado. No ano seguinte será transferido para Hamburgo, onde ficará por três anos como director do Instituto Francês. Entretanto, o epistemólogo Georges Canguilhem, a quem enviara o seu manuscrito, escreveu-lhe: “Non toque em nada, é unha tese”. Aproveita entón a sua estadia na Alemanha para redixir a sua tese secundária Génese e Estructura da Antropoloxía de Kant (Genèse et structure de l’anthropologie de Kant), acompanhada pola traduçón de Antropoloxía do Ponto de Vista Pragmático (Anthopologie du point de vue pragmatique). Defenderá as suas investigaçóns na Sorbonne com sucesso, em 1961. Blanchot saudará a publicaçón da sua tese principal, História da Loucura na Idade Clássica, com estas palabras: “Neste libro rico, insistente pelas suas necessárias repetiçóns, quase irracional, e como este libro é unha tese de doutoramento, assistimos com prazer ao choque entre a Universidade e a desrazón”. A lenda iconoclasta de Foucault começava.
MIGUEL MOREY