
A plena reabilitaçón política de Gadamer após o fim da guerra passa pelo decanato da Faculdade de Filosofia e, em seguida, pela reitoria da Universidade de Leipzig, na zona de ocupaçón soviética (1946). Só que, como é natural, as associaçóns estudantis que ali surxiram com a proteçón do Partido Comunista puseram em dúvida a continuidade de muitos professores, incluindo o reitor, embora tivessem conhecimento de que non tinha chegado a pertencer a ningunha organizaçón nazí. O ambiente tornou-se hostil a Gadamer, apesar do seu espírito conciliador, e acabou por aceitar a transferência, em 1948, para Frankfurt. Chegou, até, a sofrer unha rocambolesca detençón devido a unha denúncia anónima cuxo conteúdo também non foi esclarecido. A permanência no novo destino também non durou muito: apenas dous anos, durante os quais é possível que Gadamer tivesse algunha influência no ressurximento do Instituto de Investigaçóns Sociais, centro da chamada Escola de Frankfurt. Tomou como novo local de residência Heidelberg, onde, em 1949, ocupou o cargo deixado por Jaspers e, em 1953, fundou, na companhia de Helmut Kuhn, a Philosophische Rundschau, unha muito importante (até hoxe) revista dedicada à crítica bibliográfica. Os anos 50 foram dedicados à redaçón do verdadeiro primeiro libro da obra: “Verdade e Método” ( non simplesmente Hermenêutica, porque a palabra, embora tenha sido usada pelo teólogo Schleiermacher e Heidegger, foi obxectada pelo editor, temeroso da escassa atraçón que poderia exercer sobre o grande público, tendo em conta o muito considerável tamanho do manuscripto). O éxito mundial foi rápido; as críticas radicais, também (Leo Strauss, Emilio Betti; a longo prazo, o próprio Heidegger, embora, em 1969, tivesse condescendido, num xesto nada habitual em si, em participar nas homenaxens ao seu discípulo por ocasión da reforma deste). Dos anos seguintes, quase non se pode fazer outra crónica senon a das viaxes de Gadamer, as homenaxes, a contínua ediçón dos seus ensaios, a presidência da Allgemeine Gesellschaft für Philosophie in Deutschland e da Heidelberger Akademie der Wissenschaften. No aspecto humano, foi também relevante o apoio que prestou a Habermas desde o início dos anos 60 (na crise semirrevolucionária da universidade europeia em 68, as relaçóns entre a hermenêutica mais conservadora de Gadamer e a enton propagadíssima crítica da ideoloxía foram muito tensas). Entre 1970 e 1985, Gadamer teve unha segunda xuventude a ensinar em várias universidades da costa leste dos Estados Unidos. Em 1986, publicou o segundo volume de “Verdade e Método”. Daí até à sua morte, a 13 de Marzo de 2002 – non há memória de outro filósofo famoso que tenha vivido mais de um século, como é o seu caso – talvez sexa o encontro crítico, mais admirativo, com Derrida o acontecimento mais interessante. Gadamer entrou em contacto, como era natural, dada a sua posiçón xeral em filosofia, com os principais actores da pós-modernidade e da doutrina radical da desconstruçón; mas eu recordo o entusiasmo com que preferia induzir-nos, aos professores xovens, a lermos Derrida devagar…
MIGUEL GARCÍA-BARÓ














