Arquivos diarios: 30/08/2019

MARX (ENTRE A FRANÇA E A PRÚSSIA)

No Prefácio da sua Contribuiçón para a Crítica da Economía Política (CCEP), de 1859, Marx diria, referindo-se a este momento: “O obxecto dos meus estudos especializados era a xurisprudência, à qual me dediquei como disciplina complementar da filosofía e da história”. Efectivamente, em Outubro de 1835, navegando pelo Mosela e pelo Reno, Marx viaxou para a cidade de Bona para estudar direito, conforme o desexo do seu pai. Bona era unha cidade eminentemente universitária; os seus setecentos estudantes davam vida material e espiritual a este centro intelectual da Renânia, que existía com um olho posto na França e outro na Prússia. A década de 1830-1840 foi dura: muitos xornais fecharam, as associaçóns políticas estudantis foram prohibidas e os seus membros perseguidos e encarcerados. Marx matriculou-se em nada menos que nove disciplinas, a maioria de dereito e algunhas de literatura e arte; tinha vontade de acabar rapidamente e agradar ao seu pai, única razón porque estudaba dereito. Mas em parte por várias matérias non lhe agradarem, em parte por Bona ser unha cidade atractiva de dia e seductora de noite, e em parte por, como afirmabam os orgulhosos estudantes do país, “nós, os do Mosela, gostamos do bom vinho por patriotísmo”, a verdade é que Marx levou mais a sério as noites, regadas de álcool, e as farras que naqueles tempos se permitiam aos estudantes, ao fim e ao cabo, filhos das clásses abastadas. Por vezes, chegaba a confrontos com a polícia e, inclusive, se bateu em duelo com um aristócrata. Marx chegaría a ser detido e castigado, algunhas vezes por perturbar a ordem e por embriaguez. Ou sexa, Marx gostaba de Bona, mas o seu pai non. No ano seguinte, estaría na Universidade de Berlim.

JOSÉ MANUEL BERMUDO