
“Don Leopoldo era muito pequeno e delgado, quase óseo e tudo nervios, unha espécie de avecinha, com apenas peso de matéria. O cráneo, um tanto voluminoso, em relaçón com a parquedade do corpo (cráneo privilexiádo, como diría algúm). O cabelo e a barba, maicenhos …” Así describe Ramón Pérez de Ayala o seu mêstre e de feito paisano Leopoldo Alas, “Clarín”. Nasceu em Zamora em 1852, na capital do Douro permanecerá muito pouco tempo, pois o seu pai, gobernador civil, é nomeádo para o mesmo cargo em várias províncias mas, até que sete anos despois a família se instala definitivamente em Oviedo. Clarín estudou a carreira de Dereito, obtendo unha cátedra primeiro em Zaragoza e logo na capital asturiana, onde morre em 1901. No seu tempo, foi conhecido non só como criador senón também como crítico, e tanto nunha como na outra actividade mostrou um espírito profundamente relixioso e unha preocupaçón social e política, ainda que tinxida de unha progressista, boa e intelixente dose de escepticismo. Sí Clarín é, fundamentalmente, o autor da novela La Regenta, também merece ocupar um posto de priviléxio entre os contistas espanhois de todos os tempos. Narraçóns brébes como Cambio de Luz de carácter relixioso; ¡Adiós, cordera!, de ambiente campêstre; El torso, de índole social, e Pipá, com muito bem desenhadas protagonistas infantís, podem ser testemunho da larga nómina dos seus títulos, todos eles de unha qualidade indiscutíbel e de unha beleza e um valor testimonial reconhecidos unanimemente pola crítica. Também son magníficas as suas novelas, de maior ou menor extensón: Su único hijo, na que abundam os paralelos com La Regenta; Avecilla, desarrolhada num Madrid que recorda ó de Galdós; Doña Berta, a sua obra mais querida; Cuervo, Superchería… E, claro, La Regenta. Aparecida em 1884, está considerada por alguns como a melhor novela espanhola – e unha das melhores europeias – do século XIX. Na Regenta fundem-se, de maneira mêstra, dous temas xá habituais na novela europeia – o adultério e os conflíctos pranteados por um cura em amoríos -, aínda que em Clarín a personáxe fundamental sexa Ana Ozores, a mulher do regente de Vetusta (nome literário que dá Clarín à cidade de Oviedo), com os seus prexuízos, o seu tédio e a sua asfixiante atmósfera social. Novela psicolóxica, no mais estrícto sentido do termo, mas também de carácter social, La Regenta é causa de nobre orgulho para a literatura espanhola, e unha peza verdadeiramente mêstra entre as novelas de todos os tempos e latitudes, tanto pola sua técnica como pola sua precisón narrativa.
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