
Estas características partilhadas axudam muito a entender as diferenças igualmente notáveis que distinguem os epicuristas dos estoicos. Para xá, faremos apenas mençón a algunhas delas, com o obxectivo de desenvolvê-las convenientemente nos seus capítulos mais específicos, mas será útil ao nosso leitor deixá-las xá esclarecidas de antemán. Os epicuristas mantiveram, ao longo de várias xeraçóns e vários séculos, unha fidelidade literal e inabalábel ao pensamento do seu mestre, sem se afastarem minimamente da sua ortodóxia, enquanto os estoicos foram mais criativos a partir das ideias essenciais do seu movimento. Os epicuristas abstiveram-se deliberadamente de participar nos assuntos públicos da política, enquanto os estoicos concluíram que o seu deber era intervir neles (esta intervençón sería mais ou menos intensa de acordo com o momento, tal como veremos). A partir do individualismo pessoal que caracterizava as duas escolas, deu-se unha bifurcaçón nos caminhos éticos escolhidos por ambas: os epicuristas permaneceram no âmbito privado da sua pequena comunidade, concentrados no seu aperfeiçoamento moral e no relacionamento com os amigos concretos, alheios àquilo que acontecía no vasto e incontrolábel campo político; enquanto os estoicos considerabam que o deber moral, que o sábio impunha a sí próprio, o obrigaba a participar humanitariamente no destino da sua sociedade. Naquela Atenas, que se manteve como um foco da filosofía durante os três séculos posteriores à morte de Aristóteles, outras tendências filosóficas conviveram com a Stoa e o Xardim. A Academía fundada por Platón e o Liceu aristotélico continuaram a funcionar, adoptando diferentes posturas, segundo os diferentes líderes que se foram sucedendo, mas básicamente todos focados nos estudos teóricos de índole metafísica e científica, conhecimentos abstractos que se deixabam apreciar por sí só e que prescindiam de implicaçóns prácticas. Assemelhavam-se, assim. ao conceito contemporâneo de universidade ou de centro de alto rendimento, oferecendo estudos especializados e erudictos que conferiam um elevado prestíxio intelectual, mas que non tinham nada a dizer sobre a existência concreta das pessoas. Em comparaçón com a Academía e o Liceu, os estoicos e os epicuristas constituíam, sem dúvida, centros activos de grande compromisso ético.
J. A. CARDONA