PASCAL (ENTRE CIÊNCIA E RELIXIÓN)

Em 1646, Étienne Pascal sofreu um grave accidente enquanto montava a cavalo, o que o obrigou a passar unha temporada imobilizado na cama. Durante esse período, recebeu na sua casa os cuidados dos médicos Deschamps. Estes irmáns faziam parte de um novo movimento relixioso Cristán que se estaba a implantar em França, o Jansenismo, e conseguiram que a família Pascal se interessasse por el. Os Jansenistas tinham a sua sede perto de París, em Port-Royal, e a sua forma de entender o cristianismo xá lhes tinha traído sérias ameaças. Apesar de defenderem que deviam fazer parte da ortodoxia católica, afirmando que a sua doutrina non fazía mais do que apoiar-se em textos de Santo Agostinho, a Igrexa acusava-os de se aproximarem demasiado das teorías protestantes. Mas non eram só acusados por Roma. Os Jesuítas, numerosos em França, também estabam contra eles, o que os deixava nunha posiçón delicada e perigosa. Nesta época o encontro com os Deschamps, diz-se que Blaise Pascal viveu a sua primeira conversón. A sua irmán Gilberte afirmou que a partir desse momento o nosso filósofo abandonou todo o contacto com a ciência para se dedicar exclusivamente à relixión. Esta afirmaçón non é correcta, xá que Pascal continuaría a dedicar-se à ciência durante o resto da sua vida, mas é verdade que se começou a concentrar especialmente em questóns de carácter filosófico e relixioso. Blaise sempre teve unha forte tendência relixiosa, e non há dúvida de que o encontro com o Jansenismo a alimentou. Um acontecimento de 1647, um ano depois daquilo que conhecemos como a primeira conversón de Pascal, axuda-nos a entender melhor a relaçón de Pascal com a relixión neste período da sua vida. Em Xaneiro desse ano, um antigo frade capuchino, chamado Jacques Forton, visitou Rouen. A sua chegada à rexión tinha como obxectivo dar a conhecer as suas obras e dirixir unha parróquia. Forton defendeu a necessidade de resolver ou eliminar qualquer questón que trouxesse mistério ao cristianismo; para isso, sería especialmente crítico para com as ideias da revelaçón e da graça. Tratáva-se de eliminar qualquer conflícto entre razón e fé; os tempos assim o esixiam, porque a razón se estava a converter na medida de tudo, e o cristianismo debía ser formulado de acordo com ela. Mas, se esta era a aposta de Forton, podíamos dizer que a dos jansenistas era precisamente o contrário, xá que eles consideravam que os mistérios postulados pelo cristianismo constituíam o seu coraçón, a sua essência e, de facto, entendiam que tanto a graça, como a revelaçón eram os pilares básicos da relixión que professavam e defendiam. A chegada de Forton xerou unha gande confusón na rexión, e Blaise foi ouvi-lo com uns amigos. O grupo ficou completamente escandalizado com as teses que defendia o frade capuchino e, xuntamente com outros assistentes, formalizou unha denúncia no arcebispado contra Forton e a sua obra. A questón non era unha brincadeira; tratáva-se de um momento realmente complicado, visto só terem passado catorze anos desde que em 1633, Galileu Galilei fora condenado pelo tribunal da Inquisiçón. O arcebispado leu a denúncia e Forton foi chamado para prestar declaraçón. Quando a audiência acabou e confirmarom a veracidade da acusaçón, esixirom ao capuchino que se retratasse imediatamente das suas teorías, avisando-o de que se non o fizesse sería severamente castigado. Forton non hesitou em retratar-se e assim que o deixarom em liberdade, fuxiu de Rouen e dos seus habitantes. Este episódio mostra-nos até que ponto Pascal estaba imbuído das ideias jansenistas e o gráu de exacerbaçón com que vivia a relixiosidade.

GONZALO MUÑOZ BARALLOBRE

Deixar un comentario