Arquivos diarios: 06/08/2019

O UTILITARISMO (UM HOME UM VOTO)

O Utilitarismo nasceu em Inglaterra no final do século XVIII com a obra de Jeremy Bentham e consolida-se no século XIX com as ideias de John Stuart Mill. É unha teoría ética que afirma que unha acçón é boa quando visa a máxima utilidade ou felicidade possível. A sua enorme simplicidade e practicidade converteram o utilitarismo nunha filosofía muito popular que, além da ética, teve, e tem na actualidade, unha enorme influência no debate sobre os obxectivos da economia, da política, do direito e da sociedade. Em política, a sua principal tese é que o bem comum consiste na suma dos bens individuais, e estes non deviam responder a outra cousa senón à vontade dos indivíduos. Essa tese proporciona ao utilitarismo unha vertente claramente progressista que o relaciona com unha linha principal do Iluminismo, xá que nem Deus, nem a tradiçón, nem os mitos devem ditar o que é apenas competência dos indivíduos: a identificaçón dos seus próprios interesses. Este progressismo permitiu ao utilitarismo aliar-se aos movimentos sociais e políticos que lutam contra a opressón das oligarquías e a favor dos desexos da maioria. Até o Estado social debe grande parte da teorizaçón às concepçóns utilitaristas dos economistas do início do século XX, como Pareto e Pigou. No campo político, o utilitarismo defende um princípio de igualdade que consiste em que todos valham o mesmo no momento de determinar o bem comum. “Um homem, um voto” foi unha máxima de Bentham no final do século XVIII. O próprio Bentham mostrou as vantaxens do utilitarismo também para redistribuir a riqueza, argumentando que a mesma quantidade de dinheiro torna mais felizes as pessoas quanto mais pobres estas son, de modo que a transferência económica de ricos para pobres aumenta a felicidade sumada do conxunto da populaçón. Porém, Rawls suspeita desse progressismo aplicado às questóns de igualdade e de xustiça, e propón non só críticas pontuais à teoría utilitarista, como era hábito até entón, mas também unha alternativa sistemática. Vexamos qual é o principal inconveniente do utilitarismo para fundamentar unha teoría convincente da xustiça. O bem-estar ou utilidade é o critério que o utilitarismo usa para analisar o nível de desigualdade entre as pessoas. A maneira que um hipotéctico Estado utilitarista tem para saber se os seus cidadáns son bem ou mal tratados ou se debería intervir para aplicar políticas de redistribuiçón xusta dos recursos é ter em conta o nível de bem-estar das pessoas. Contudo, apesar de o bem-estar ser um elemento muito presente na vida de todos nós para avaliarmos as situaçóns pessoais, tornou-se um conceito esquivo para a filosofía. Por esse motivo, a definiçón de bem-estar ou de utilidade variou com as diferentes abordaxens do utilitarismo.

ÁNGEL PUYOL