O fado atinxe o seu auxe nas décadas de 50 a 60 com Amália Rodrigues. Este período marca a internacionalizaçón definitiva do fado, sendo Amália a sua protagonista. Estreou-se profissionalmente no “Retiro da Severa” em 1939, beneficiando-se da expansón natural que este xénero musical vinha preconizando. Amália fez correr o fado pelo mundo, tendo gravado o seu primeiro disco no Brasil em 1945, seguindo-se um percurso internacional notábel, conquistando auditórios pelas Américas, Europa, Médio Oriente, Ásia e África. Gravou dezenas de discos em estúdio como “Com que voz” ou “Fado Português” e gravou em París o seu célebre disco ao vivo “Amália no Olympia” em 1957. Polo seu lado a sua irmán Celeste Rodrigues também construiu unha longa carreira de 60 anos com certa dimensón internacional, começando a cantar em 1951 torna-se unha referência para as artistas mais xovens, contando com alguns sucessos como “Lenda das Algas”. Amália, no decurso da sua longa carreira foi acompanhada pola flor e nata dos músicos como Armandinho, o conxunto de guitarras de Raul Nery, José Fontes Rocha, Carlos Gonçalves, Joel Pina, entre outros. A sua voz popularizou fados com letras de grandes poetas, como Luís de Camoes, José Régio, Pedro Homem de Mello, Alexandre O’Neill, David Mourao-Ferreira, Luiz de Macedo, José Carlos Ary dos Santos, António Botto, Alfonso Lopes Vieira ou Manuel Alegre. A nítida preocupaçón com as letras era fundamental, tendo sido seguidas por outros fadistas como Joao Ferreira-Rosa, Teresa Tarouca, Carlos do Carmo, Beatriz da Conceiçao, Maria da Fé ou Joao Braga, que também eles cantavam poemas dos autores acima mencionados, adxuntando ainda Fernando Pessoa, Sophia de Mello Breyner Andresen ou Miguel Torga ao seu repertório.
No Prefácio da sua Contribuiçón para a Crítica da Economía Política (CCEP), de 1859, Marx diria, referindo-se a este momento: “O obxecto dos meus estudos especializados era a xurisprudência, à qual me dediquei como disciplina complementar da filosofía e da história”. Efectivamente, em Outubro de 1835, navegando pelo Mosela e pelo Reno, Marx viaxou para a cidade de Bona para estudar direito, conforme o desexo do seu pai. Bona era unha cidade eminentemente universitária; os seus setecentos estudantes davam vida material e espiritual a este centro intelectual da Renânia, que existía com um olho posto na França e outro na Prússia. A década de 1830-1840 foi dura: muitos xornais fecharam, as associaçóns políticas estudantis foram prohibidas e os seus membros perseguidos e encarcerados. Marx matriculou-se em nada menos que nove disciplinas, a maioria de dereito e algunhas de literatura e arte; tinha vontade de acabar rapidamente e agradar ao seu pai, única razón porque estudaba dereito. Mas em parte por várias matérias non lhe agradarem, em parte por Bona ser unha cidade atractiva de dia e seductora de noite, e em parte por, como afirmabam os orgulhosos estudantes do país, “nós, os do Mosela, gostamos do bom vinho por patriotísmo”, a verdade é que Marx levou mais a sério as noites, regadas de álcool, e as farras que naqueles tempos se permitiam aos estudantes, ao fim e ao cabo, filhos das clásses abastadas. Por vezes, chegaba a confrontos com a polícia e, inclusive, se bateu em duelo com um aristócrata. Marx chegaría a ser detido e castigado, algunhas vezes por perturbar a ordem e por embriaguez. Ou sexa, Marx gostaba de Bona, mas o seu pai non. No ano seguinte, estaría na Universidade de Berlim.
A muralha que está debaixo do Xardím de Santa Lucia, em Alfama. E a enorme torre, que era ainda mais alta daquela, tal e como pode ver-se nas gravuras da época, e nas que destacaba grandemente. Pode-se admirar a sua magnitude, subindo as empinadas escadas desde Alfama até às Portas do Sol. Abaixo, fora dos muros, vivia unha numerosa e variopinta povoaçón de marinheiros, mercaderes, artesáns, agricultores e demais povoaçón civil. Que rodeaba toda a cidade amuralhada, e estaba composta maioritariamente por cristáns Mozárabes e unha escasa minoría de xudeos, todos conhecidos como a “xente do libro”, que pagaba impostos e gozaba de certa liberdade de culto. Dentro das muralhas protectoras, habitabam os mouros e os seus dirixentes árabes, os ricos homes, e a tropa armada, que defendia e dominaba sobre os outros. Este alto céu de seguridade, ía ascendendo em alturas fortificadas, primeiro estaba a Medina, sobre ésta elevabam-se os fortes muros da Alcaçova, á qual se entraba pela Porta de San Xorxe, e por último había unha acrópolis aristocrática, conhecida como o Castelexo, dividido em duas estreitas prazas, unha para os notábeis e as suas famílias e a outra para os mandos militares. O Castelexo era o último redúcto, um bunker muito difícil de assaltar, pois de feito tardarom várias semanas de combates permanentes para conseguir tomá-lo. A estreita e enrrevessada entrada, estaba feita para evitar um ataque massivo e frontal à porta principal, e também impedir o uso de arrietes e máquinas de guerra contra a entrada. Fora da Cerca Moura, habitaba unha enorme massa de povoaçón composta básicamente por Mozárabes, repartidos ó largo de três rios, ou brazos de mar: o Téxo arrimado a Alfama, outro rio que entrava pela Mouraría e Avenida Almirante Reis (onde había muitas hortas), e um outro que entrava pela Avenida da Liberdade arriba. Éstas xentes defendiam-se dos atáques exteriores e interiores, com o que tinham á mán, paus, pedras, e ferramentas (sobre tudo agrícolas). A pesar de tudo, estabam constantemente à mercê de piratas saqueadores e soldados armados. A opulenta e soberba cidade de Lisboa, terminou também ela sendo víctima da cobiça alheia, e foi saqueada por unha confabulaçón de tropas cristáns, compostas por uns quatro mil cruzados normandos sedentos de botín, que se dirixíam a Terra Santa, e acabarom sacando barbaramente a cidade, com a axuda de unha alta torre de madeira forrada de couros, que afrontou a muralha de pedra da Medina, permitindo-lhes entrar na praza fortificada. Também había tropas inglesas, supostamente mais finas, que lutabam pela fé, um dos cuxos soldados chamado Raul nos deixou unha carta que, permite conhecer muitos detalhes deste acontecimento histórico. E, finalmente, aparece o nosso “conquistador”, Adfonsus D’Anrique, acompanhado de miles de homes armados, mas que por seguridade, decidiu non prantar os seus reais na cidade, e deixar um tempo prudêncial para que o rescaldo se apagara. De todas éstas matanzas horrendas, que forman parte demasiado frequênte da condiçón humana, algo de bom tinha que ficar: o Caldo Mouro de Alfama!
Sócrates é, sem marxem de dúvida, unha das personaxens mais fascinantes e enigmáticas da história da filosofía e, há que dizê-lo, de toda a história em xeral. Fascinante, porque as fontes antigas retratam-no como um homem admirável pola sua profunda humanidade e dignidade moral, aliadas a unha índole divertida e trocísta. Enigmático, porque muitas son as incógnitas que pairam sobre a sua figura histórica, devido em grande medida à sua recusa em deixar obras escritas. O grosso do que dele sabemos provém de Xenofonte, de algunhas mençóns realizadas por Aristóteles e, em grande parte, de Platón, que o convertíu em protagonista de muitos dos seus diálogos. Esta circunstância orixinou a denominada “questón socrática”, isto é, a dúvida de se o que neles se relacta corresponde ao efectivamente dito e pensado pelo próprio Sócrates, ou se Platón o utiliza como mero recurso para pôr na sua boca as ideias do próprio Platón. O que está fora de qualquer dúvida é que a sua figura teve um impacto decisivo na vida de Platón que, após conhecê-lo, decidiu abandonar as veleidades artísticas (sonhara ser poeta tráxico) e as ambiçóns políticas na pólis para se dedicar à filosofía, e que dele herdou pelo menos o “xérmen” do que viria a ser a posteriori o seu pensamento filosófico. Pelo que sabemos, Sócrates nasceu em Atenas por volta do ano 469 a. C. (foi condenado à morte em 399 a. C., quando, segundo nos narra Platón, tinha 70 anos). Era filho de um escultor ou canteiro, Sofronisco, e de unha parteira, Fenárete, pelo que poderíamos dizer que provinha de unha modesta família de classe média. Os episódios da sua vida que chegaram até nós transmitem-nos a imaxem de um homem dotado de unha profunda integridade moral e de unha enorme coraxem, demonstrada quer como hoplita (soldado a pé) no campo de batalha, como nos narra a personaxem de Alcibíades em O Banquete, quer na vida política da pólis, onde se recusou a cometer inxustiças ou vergar-se perante elas, arriscando mesmo a própria vida. Exemplo ilustractivo é o episódio da detençón de Leonte (ou León) de Salamina que nos narra Platón em A Apoloxía de Sócrates. Durante o rexime de terror dos Trinta Tiranos, Sócrates foi instado, xuntamente com outros quatro concidadáns, a dirixir-se a Salamina para deter León (provavelmente um xeneral filodemocrático), como passo prévio à execuçón. Sócrates recusou-se a participar nunha acçón inxusta, logo, ao acabar a reunión em que lhes tinham comunicado a ordem, dirixiu-se calmamente para casa, embora sabendo que a desobediência podia custar-lhe a vida: “Davam frequentemente ordens dessas a outros, porque queriam implicar tantos quantos pudessem. Logo aí e por actos e non por palabras eu pude mostrar, – para non falar com rudeza excessiva – que non me importaba nada com a morte, mas que xamais cometería um acto inxusto ou nocivo, pois só isso me importaba. Forte como era, esse governo non me intimidou, a ponto de me levar a cometer algunha inxustiça. Depois de sairmos da Rotunda, os outros foram buscar León a Salamina, enquanto eu fún para casa. Talvez viesse também a ser morto, se o governo non tivesse sido rapidamente derrubado. Destes factos tenho muitas testemunhas.”
Mas, a física quântica concorda com as observaçóns. Nunca deixou de superar unha proba, e isso, que foi posta à proba mais vezes que ningunha outra teoría na história da ciência. Na década de 1940, o físico americano Richard Feynman tivo unha intuiçón surpreendente, respeito da diferênça entre o mundo do quântico e o mundo newtoniano. Feynman sentía-se intrigado pola maneira como surxe o patrón de interferências no experimento da dobre rendixa. Recordemos que o patrón que encontramos quando facemos a proba com as duas rendixas abertas, non é a suma dos patróns obtidos quando facemos a experiência duas vezes, unha com a rendixa esquerda aberta, e outra com a rendixa dereita aberta. No seu lugar, quando as duas rendixas están abertas encontramos unha série de franxas iluminadas e outras escuras; estas últimas correspondem a zonas nas que non ván a parar as partículas. Isto significa, que as partículas que teriam ido parar à zona de franxa escura se, digamos, tán só estivera aberta a rendixa da esquerda, non aterrizam alí, quando a rendixa dereita também está aberta. Parece como se, em algúm lugar da sua viáxe, desde a fonte até à pantalha, as partículas adquiriram informaçón sobre as duas rendixas. Este tipo de comportamento é drasticamente diferente da maneira como as cousas parecem comportar-se na vida quotidiana, em que unha bolinha seguiria um caminho através de unha rendixa, sem ser afectada pola situaçón da outra. Segundo a física newtoniana – e segundo a maneira em que funciona a experiência, se a realizamos com bolas de fútbol, em lugar de com moléculas – , cada partícula segue um caminho bem definido, desde a sua fonte até à pantalha. Nésta descripçón, non cabe a possibilidade de unha desviaçón na que a partícula visite a vecindade de cada rendixa ó largo do seu caminho. Segundo o modelo quântico, em câmbio, a partícula non têm posiçón definida durante o tempo que transcorre entre a sua posiçón inicial e a sua posiçón final.
De acordo com o próprio Russell, em 1901 teve unha intensa “iluminaçón mística” de carácter estéctico que o fez sentir a necessidade de elaborar unha filosofía que tornasse a vida humana mais tolerável. Desde entón, embora a sua escrita tivesse um estilo distante de qualquer retórica emocional, a convicçón e o sentimento de que há unha complementariedade entre o que denominou actitudes “místicas” e “lóxicas” sempre o acompanharam e explicam grande parte do seu desenvolvimento filosófico. Um pouco mais tarde, em 1910, sob a influência de Lady Ottoline, amadureceu estas intuiçóns até se tornar unha das forças intelectuais mais poliédricas e interessantes do Século XX. A Primeira Guerra Mundial foi para ele um período de intenso activismo antibelicista. Nunha Inglaterra extasiada pelo militarismo patriotista, apesar de envolvida nunha guerra que dizimaba a sua xuventude sem outro propósito que non fosse o domínio imperialista, foram muito poucos os que, correndo grandes riscos, se manifestarom em sentido contrário ao da maioria. Russell xuntou-se aos socialistas independentes, que se opunham à guerra e ao recrutamento de xovens, e desenvolveu unha intensa actividade através de conferências e outras intervençóns. Em resultado disto, foi-lhe aplicada unha multa de 100 libras, que se recusou a pagar (apesar de os amigos o terem feito através de um leilón dos seus libros); em 1916, foi expulso do Trinity College e, em 1918, depois de fazer comícios contra a entrada dos Estados Unidos na guerra, esteve preso durante seis meses, período que aproveitou para escrever Introduçón à Filosofía Matemática. A expulsón de Cambridge provocou-lhe unha profunda decepçón, que explica, em parte, o facto de ter decidido abandonar a carreira académica (sería readmitido em 1944, quando xá era unha figura internacionalmente conhecida).
Desgrácia Segunda: o día 31 de Xaneiro de 1918 (quinta feira), vinha eu de serrar com Motrete para o Senhor Francisco da Blanca. Quando nós chegamos, sentimos a Ganeca a berregar com a Pelitrona, e eu parei-me debaixo da minha ventana falando com Maria Rosa da Costa. Xá o Motrete estaba batendo na Ganeca. E eu había uns días que non tinha sonhado nada, e ésta noite facía três dias que me tinha afumado com as herbas do campo santo. Ó deitarme sonhei o seguinte: sonhei que estaba num sítio que non conhecía, e vexo à minha esquerda a Senhora Lisa de Oliveira e à minha dereita o Senhor Cura Val, que foi um Spiritísta notábel de Guillade (Q. E. P. D.), muito bem vestido e fermoso, falando comigo e eu com el, algo falaba também a Senhora Lisa, mas a conversa fundamental era entre el e eu. Eu queixába-me de algunha maleita, tendo à mán unha medicina sem encertar, que estaba num frásco rectangular, e por fora em letras decía, Nitrix ou Niglix, ou cousa semelhante. Despois, despertei e encontrei-me na cama o día um de Febreiro às 3 da manhán. Voltando a cair no sono: sonhei que tinha saltado para um cemitério, eu e mais outro; despois que subím para cima dunha casa, e a estaba alagando; que estaba com a ideia de copular carnalmente com a Senhora Flora de Oliveira, eu estaba cauteloso com o filho, e andába à espera que ela vinhé-se para um sítio apropriádo; despois que vinha eu pola estrada de San Martinho abaixo, acompanhado de Benito Candeira, etc… Hoxe, 10 de Febreiro de 1918, Domingo de Carnaval, había um gaiteiro na casa de Caetano García, eu estaba na minha casa, queixando-me com fortes dores de peito. Uns días na porta, outros na ventana, ou repousando na cabeceira da cama, andaba um páxaro chamado paporrúbio. Zapatos, visita à Virxem: Neste mesmo día 10, xá referido, tomei unha purga de ricíno, que non me fixo nada, e saím da casa polas 2,20 da tarde, caminho da de Juanito do Coterel em Oliveira, para buscar uns zapatos que lhe tinha mandado fazer. O vír de volta, passei pola capela da Virxem do Socorro, e desde a cruz onde dá volta a procissón vinhem chorando, as bágoas caíam a chorros, e o pensamento era que, quando fora a fésta, eu xá non existiría. A minha vida daba término aos 34 anos, aínda non cumpridos, chorei até ó sair das cabadas, meus queridos leitores, eu penso que a minha vida finda, rogai por mim a Deus.
O principal autor traduzido foi Aristóteles, de quem os árabes tiveram ao seu dispor todo o Corpus, salvo a Política. Os cientistas gregos mais importantes foram traduzidos para árabe: Hipócrates e Galeno em medicina, Apolónio de Perga, Euclides de Tiro e Arquímedes de Siracusa em matemática, e Hiparco e Cláudio Ptolomeu em astronomia. É significativo o caso do mais famoso médico do mundo antigo, Galeno, de quem se conservam mais manuscritos árabes do que gregos e, o que é ainda mais surpreendente, mais antigos do que os textos orixinais transmitidos. Entre os traductores destacaram-se os cristáns sírios, que falavam grego; começaram por traduzir para siríaco e posteriormente para árabe. Prestaram unha atençón preferencial ao legado grego, mas traduziram também importantes obras literárias e científicas persas e indianas, que, através da língua árabe, passaram depois ao Occidente cristán. A partir de finais do século XI, o vento de leste começou a soprar sobre a Europa; trazia consigo a semente da ciência grega. Introduziram-se desta forma as obras dos filósofos do islán oriental: al-Kindi, al-Farabi e Avicena. Xuntamente com os velhos textos gregos agora recuperados, chegabam também novos escritos de matemática, astronomia e literatura que traziam o perfume de lonxanas terras. A língua árabe servia de transmissora, mas os velhos povos – Índia, Pérsia, Exípto, Mesopotâmia – tinham deixado o selo da sabedoria secular na sua contribuiçón civilizadora. Esta transferência culminou com as traduçóns arábico-latinas através das quais se renovaria profundamente a cultura cristán do medievo. Tán árdua tarefa realizou-se fundamentalmente em Espanha e em menor escala na Sicília. Os xudeus e os moçárabes fixérom de intermediários no trabalho de traduçón. Símbolo deste descobrimento latino das ciências grega e árabe foi a cidade de Toledo. O rei Afonso X, o “Sábio” (século XIII) protexeu este movimento cultural, promovendo inclusive as traduçóns do árabe para o romance, algo até entón insólito. Após o isolamento europeu da Alta Idade Média, recuperaba-se com estes intercâmbios o legado científico grego e retomavam-se os contactos com o Oriente, apoxeu da civilizaçón. A Europa olhava para o sul. Serve de exemplo a viaxém a Espanha de Gerberto de Aurillac (perto de 945-1003), o papa do Milénio com o nome de Silvestre II, interessado na ciência árabe, que estudou matemáticas e astronomia na península.
“Don Leopoldo era muito pequeno e delgado, quase óseo e tudo nervios, unha espécie de avecinha, com apenas peso de matéria. O cráneo, um tanto voluminoso, em relaçón com a parquedade do corpo (cráneo privilexiádo, como diría algúm). O cabelo e a barba, maicenhos …” Así describe Ramón Pérez de Ayala o seu mêstre e de feito paisano Leopoldo Alas, “Clarín”. Nasceu em Zamora em 1852, na capital do Douro permanecerá muito pouco tempo, pois o seu pai, gobernador civil, é nomeádo para o mesmo cargo em várias províncias mas, até que sete anos despois a família se instala definitivamente em Oviedo. Clarín estudou a carreira de Dereito, obtendo unha cátedra primeiro em Zaragoza e logo na capital asturiana, onde morre em 1901. No seu tempo, foi conhecido non só como criador senón também como crítico, e tanto nunha como na outra actividade mostrou um espírito profundamente relixioso e unha preocupaçón social e política, ainda que tinxida de unha progressista, boa e intelixente dose de escepticismo. Sí Clarín é, fundamentalmente, o autor da novela La Regenta, também merece ocupar um posto de priviléxio entre os contistas espanhois de todos os tempos. Narraçóns brébes como Cambio de Luz de carácter relixioso; ¡Adiós, cordera!, de ambiente campêstre; El torso, de índole social, e Pipá, com muito bem desenhadas protagonistas infantís, podem ser testemunho da larga nómina dos seus títulos, todos eles de unha qualidade indiscutíbel e de unha beleza e um valor testimonial reconhecidos unanimemente pola crítica. Também son magníficas as suas novelas, de maior ou menor extensón: Su único hijo, na que abundam os paralelos com La Regenta; Avecilla, desarrolhada num Madrid que recorda ó de Galdós; Doña Berta, a sua obra mais querida; Cuervo, Superchería… E, claro, La Regenta. Aparecida em 1884, está considerada por alguns como a melhor novela espanhola – e unha das melhores europeias – do século XIX. Na Regenta fundem-se, de maneira mêstra, dous temas xá habituais na novela europeia – o adultério e os conflíctos pranteados por um cura em amoríos -, aínda que em Clarín a personáxe fundamental sexa Ana Ozores, a mulher do regente de Vetusta (nome literário que dá Clarín à cidade de Oviedo), com os seus prexuízos, o seu tédio e a sua asfixiante atmósfera social. Novela psicolóxica, no mais estrícto sentido do termo, mas também de carácter social, La Regenta é causa de nobre orgulho para a literatura espanhola, e unha peza verdadeiramente mêstra entre as novelas de todos os tempos e latitudes, tanto pola sua técnica como pola sua precisón narrativa.
Aos dezasseis anos ingressou na Universidade de Königsberg, para cursar estudos de teoloxía por expresso desexo de um benfeitor ( membro da Igrexa pietista) que assumiu as despessas da sua instruçón, apesar de Kant ter contribuído para minorar essa axuda dando aulas a alunos com dificuldades. Além de teoloxía, Kant estudou matemática, física, filosofía e literatura latina clássica. Foi um estudante modelo, muito apreçado e admirado pelos seus companheiros. Apesar disso, a teoloxía non o entusiasmaba (unha boa parte da Crítica da Razón Pura é dedicada a refutar os seus pressupostos teóricos) e non tardou em centrar-se na matemática e na física de Newton (ambas as disciplinas figuram na primeira parte da Crítica da Razón Pura como as únicas necessárias e certas). Non o atraía apenas o saber formalizado e as letras clássicas. Também gostava de ler bons escritores modernos, em especial Montaigne e Erasmo. A predileçón por estes dous autores é muito reveladora. Ambos son expoentes principais do pensamento humanista do século XVI, filolóxico e ideolóxico em Erasmo, reflexivo e céptico em Montaigne. Ambos situam o ser humano no centro dos seus escritos, libertando-o de grilhetas relixiosas. O tempo non passou da mesma forma pelos dous autores: Montaigne continua a falar-nos directamente e a revelar-nos partes da nossa interioridade, como alguém que nos conhecesse muito bem, enquanto Erasmo ficou completamente desfasado e ligado a unha época que xá terminou; mas ambos os pensadores forom decisivos no seu tempo e nos seguintes, para despertar em alguns espíritos selectos a consciência de independência intelectual que caracterizou o humanismo e, dous séculos depois (passado o período de guerras relixiosas do século XVII), o Iluminismo, o seu herdeiro na história do pensamento.
É unha pequena parcela do Comunal de Guillade, sita no lugar do Alto da Costa, a qual está rodeada de muros semí derruídos, que serviam de proteçón às cabadas contra os rebanhos comunais. É um lugar soleado e vistoso, que chegou a albergar certo numero de vecinhos, antes de serem barridos pela peste medieval, e logo pela emigraçón do franquísmo. Ainda se miram algunhas ruínas de casas destartaládas, muros e caminhos estreitos. Vamos actuar sobre ela, para protexer os aquíferos e os reservatórios de água de Guillade D’Arriba. Despois de eliminar o eucalípto em toda a parcela, procurará-se fazer um prantío mixto de frondosa de fruto.
Estas características partilhadas axudam muito a entender as diferenças igualmente notáveis que distinguem os epicuristas dos estoicos. Para xá, faremos apenas mençón a algunhas delas, com o obxectivo de desenvolvê-las convenientemente nos seus capítulos mais específicos, mas será útil ao nosso leitor deixá-las xá esclarecidas de antemán. Os epicuristas mantiveram, ao longo de várias xeraçóns e vários séculos, unha fidelidade literal e inabalábel ao pensamento do seu mestre, sem se afastarem minimamente da sua ortodóxia, enquanto os estoicos foram mais criativos a partir das ideias essenciais do seu movimento. Os epicuristas abstiveram-se deliberadamente de participar nos assuntos públicos da política, enquanto os estoicos concluíram que o seu deber era intervir neles (esta intervençón sería mais ou menos intensa de acordo com o momento, tal como veremos). A partir do individualismo pessoal que caracterizava as duas escolas, deu-se unha bifurcaçón nos caminhos éticos escolhidos por ambas: os epicuristas permaneceram no âmbito privado da sua pequena comunidade, concentrados no seu aperfeiçoamento moral e no relacionamento com os amigos concretos, alheios àquilo que acontecía no vasto e incontrolábel campo político; enquanto os estoicos considerabam que o deber moral, que o sábio impunha a sí próprio, o obrigaba a participar humanitariamente no destino da sua sociedade. Naquela Atenas, que se manteve como um foco da filosofía durante os três séculos posteriores à morte de Aristóteles, outras tendências filosóficas conviveram com a Stoa e o Xardim. A Academía fundada por Platón e o Liceu aristotélico continuaram a funcionar, adoptando diferentes posturas, segundo os diferentes líderes que se foram sucedendo, mas básicamente todos focados nos estudos teóricos de índole metafísica e científica, conhecimentos abstractos que se deixabam apreciar por sí só e que prescindiam de implicaçóns prácticas. Assemelhavam-se, assim. ao conceito contemporâneo de universidade ou de centro de alto rendimento, oferecendo estudos especializados e erudictos que conferiam um elevado prestíxio intelectual, mas que non tinham nada a dizer sobre a existência concreta das pessoas. Em comparaçón com a Academía e o Liceu, os estoicos e os epicuristas constituíam, sem dúvida, centros activos de grande compromisso ético.
Ó Capitán Herrero acabarom por mudá-lo de destino, baixo pretexto de proximo ascenso; mas, no fundo, penso que foi polas faladorías sobre a sua mulher. E, para mim acabou-se a bem aventurança e, a partir de entón, até os mais benévolos me viam diante do “paredón”. Só faltaba esperar a ocasión propícia. Confesso que non era um modelo de soldado, mas tampouco reo de fusilamento. Fixem o possíbel para adaptarme de novo à situaçón, e passaba-me como a esses heróis dos filmes do oeste ós que, vaiam onde vaiam, sempre os persegue as broncas e os tiros. Pesse à sua aparente rexeneraçón, acabam apertando o gatilho outra vez. É o destino, a fatalidade, que se ceba nalgunhas pessoas. Sabendo o que me esperaba se non punha na minha vida a ordem necessária, matriculei-me num curso de cabos, para ensinar a ler e escreber ós muitos analfabetos. Quedei xumbado, xá no primeiro exame. Em câmbio, o Sinésio, o patizambo e analfabeto, aprobou à primeira; el non ía para mestre, senón para “reenganchar”, e ó melhor alí abriam a mán. Mas eu acredito, que isso nada tinha que ver com o meu suspenso. A minha intençón de ascenso non era interessada senón caritativa. Quando lhe deron os galóns, o Sinésio lucía-os como se fossem as estrelas de um xeneral. O mêstre fora eu; ou sexa que se aprobou foi graças a mim. E eu, para o estérco! Está bem, que a quem têm unha folha de serviços como a minha non o queriam no exército; mas tratába-se de um sinxélo curso de cabo, para ensinar a ler ó que non sabe, unha obra de misericordia, em definitiva, e malditas as ganas que eu tinha de fazer carreira militar. Ademais, a “cartilha” do Sinésio tampouco estaba limpa de todo. Ou sexa que alí había gato escondido, com o rabo de fora. O primeiro exame era sobre a história de Espanha e um pouco da universal e eu tinha-lhe explicado ó patizambo cousas do descubrimento da América, dos Tercios de Flandes, da Guerra da Independência e da Guerra Civil, tudo conforme com a ortodóxia e bom critério. Tudo polo suave e cargando nas tintas gloriosas do Império e no heroismo dos espanhois; sopesando com serenidade onde estábamos e esquecendo a doutrina dos meus amigos, os anarquistas do Paralelo; um pode que sexa herexe, mas non “guilipolhas”. Non sei que escrebería o “cenútrio” do Sinésio; eu, ante unha pergunta sobre heróis e militares exemplares, citei a Napoleón, o qual era xusto; e, por sí acaso, enseguida comecei a falar de Daoiz e Velarde, de Palafox, de todos os heróis da Independência, que se grande era o imperador vencido, mais grandes tinham que ser, por forza, os vencedores. E, xá metido em exemplos da história universal, reivindiquei a Hitler e a Mussoline e, por diante de todos a Franco, como exemplos da virtude política e militar. Non sei quem corrixíu os exames, ainda que penso, que vinhem a dar, probabelmente, com o único militar progressista do Exército espanhol. Ou pode que nem leram o exame. Compreendim entón que estaba sentenciado, e que nem sequer com um disfarze de nazí me libraría da condenaçón; os galóns de cabo, os analfabrutos e as obras de misericórdia, a disciplina, tudo podía ir-se à merda. Um exército que vilipendía a seres como o capitán Herrero, non era um exército; era um prostíbulo e unha banda de mangantes. Menos mal que o Sinésio tinha ascendido e, pensaba eu, algo podería fazer para protexerme. O alférez de complemento, Crispín Blanco Areces, seguía perguntando quêm e como era Maiakovski, e urxía-me a prestar-lhe “Escuadra hacia la muerte”, de Alfonso Sastre. Eu xá estaba com a mosca e nón quería meterme em líos, haber se detrás daquel interés había algunha trampa. De todas maneiras, aquilo consolába-me um pouco e, ademais, depois do vrán, voltarom a aparecer as mozas do “mesón”, as daquela tarde em que lhe “zurrára-mos a badana” ós merdeiros pucelanos, Alicia e Adela. À minha vida, pois, non lhe faltabam alicientes; ainda que lhe sobraram pesadûmes. Tinha-se-me evaporado a prebenda de assistente, que pouco dura a tranquilidade em quêm têm proceloso carácter, mas outras viriam pensaba eu, se a sorte non me deixaba da sua mán.
Todavia, o acontecimento central da história recente da Alemanha é a queda do Muro de Berlim em 1989 e a reunificaçón alemán, bem como o significado da reunificaçón para o proxecto europeu. A precipitaçón com que Helmut Kohl a leva a cabo representa, segundo Habermas, unha ocasión perdida para impulsionar unha nova Constituiçón Alemán que substitua a de 1949. A possibilidade utópica, ligada ao fortalecimento da esfera pública e a possibilidade de um processo constituinte, será travada a fundo pelo pragmatismo político. Em 1992, Habermas esboça xá este contexto problemático em que tería que se redefinir o conceito de cidadania: Três movimentos históricos desta época novamente dinâmica afectam directamente a relaçón entre a noçón de cidadania (Staatsbürgerschaft) e de identidade nacional: 1º) a reunificaçón alemán, a libertaçón dos estados europeus orientais da tutela soviética e os conflictos de nacionalidades que nestes irromperam concedem ao futuro do estado-naçón unha inesperada actualidade; 2º) a criaçón da Comunidade Europeia, com o interregno da unión monetária de 1993, ilustra a relaçón existente entre estado-naçón e democracia; depois da consumaçón da integraçón supranacional os processos democráticos desenvolvidos no quadro do estado-nacón ficaram irremediavelmente atrasados; 3º) os xigantescos movimentos migratórios das rexións pobres do leste e do sul que a Europa occidental vai enfrentar nos anos subsequentes dán ao problema dos refuxiados unha nova dimensón e unha renovada urxência. Assim, agudiza-se a contraposiçón entre os fundamentos universalistas do estado democrático de direito e as esixências particularistas de um desenvolvimento integral das formas de vida. (FV) A partir da oportunidade perdida de se esboçar unha nova Constituiçón alemán, Habermas virar-se-á para o proxecto europeu e viverá com amargura a desilusón do travón à Europa social e política. França e Holanda, países que tinham optado pelo referendo, votam non à Constituiçón europeia em 2005. Dous anos depois, os representantes de todos os Estados da Unión Europeia assinam o Tratado de Lisboa, que substitui a Constituiçón Europeia depois do fracassado tratado constitucional. Com este novo tractado, a Unión Europeia assume personalidade xurídica própria para assinar acordos internacionais a nível comunitário, mas o impulso político foi, no mínimo, retardado. Nos últimos tempos, Habermas voltou a arremeter com força contra o défice democrático da Unión, contra a sua deriva tecnocrática e contra a sua perda de um valor essencial, o da solidariedade, no contexto da crise económica, especialmente dura nos países do sul, que conduziu a unha crise da dívida pública. A chanceler alemán Angela Merkel é alvo das críticas de Habermas pela sua falta de visón e pelo seu esquecimento da dimensón social e política europeia. O nosso autor sintetiza a história alemán recente, criticando a falta de visón a longo prazo de Merkel, no poder desde 2005.
Muito bem amados amigos meus, non podo deixar de assanhar a vossa sangre destemida e aventureira, mas ó mesmo tempo também inocente e cheia da inxénuidade dos bem nascidos, para unha viáxe iniciática pelos mistérios do sul da Entála (tál e como diría um cozinheiro português, que trabalhou com o meu proxenitor em Lisboa). É necessário non pensar muito, ráudo e velóz colher o primeiro avión que haxa cara a Nápoles, mas ó contrário do nosso amigo Camílio, temos de cuspir despectivamente sobre todos os carteis que intentam amedrentar-nos sobre os perigos da cidade. Para unha entrada triunfal, na apesar de tudo fascinante urbe, xá metidos de carne e alma no rodopío diabólico das viélas, erguer os brazos em alto e cantar forte “ó Sole mio”, etc… E depois, de muitas voltas e rebiravoltas, por entre gregos ladróns e mouros mafiosos e xá cansados de tanto deambular. Calmadas as ânsias turísticas, puxamos unha cadeira, e pedimos um pastel de carne (unha monstruosidade, afrancesada, traída pelos Bourbons para marcar a supremacia da gastronomía bárbara sobre a modesta comida napolitana, e non só). Bom, depois de unha séxta sentados na cadeira, e recuperadas as forzas e o feitío, é hora de afirmar-se “tá bem, dexa compadre, que vou d’abalada!” Caminho de unha empinada ribanceira mais ao Sul, que termina no mar. Amalfi, “¡¡Pobre de quêm!!” Nunca sabéra um pobre humano, onde têm segura a curta vida! Ao chegar aquí, um pobre analfabeto da história, diría todo cheio das suas razóns – “Demasiado luxo, para tán modesta povoaçón.” Mas, como diría Platón “A verdade está noutro lugar!” A República Marítima Amalfitana, ó lado da qual Nápoles non passava de unha aldeia, acabou de unha maneira imprevista e cruel. Foi barrida por um enorme maremoto, que destruíu o seu porto, arrasou as suas muralhas, e matou centos de miles de piratas, mercaderes, e xentes mais ou menos inocentes, deixando-a reduzida a unha enorme e empinada ribanceira. Este foi o Fado, do qual nunca mais logrou recuperar-se a República Marítima Amalfitana, somente ainda algo da sua beleza permanece. Algo, de que vós , xamais, tinhades ouvido falar, apesar de frequêntar por bastante tempo as escolas. Agora, debalámos sempre para Sul, para terras de boa xente (terra de bandidos). A Calábria, entramos por desfiladeiros de quilómetros de lonxitude, por territórios de xentes pobres e perseguidas, caminho do mar, onde ímos ver duas estátuas de bronze gregas, que forom recentemente sacadas do mar. Forom encontradas por um pescador, que viu como um brazo teso aparecia do fundo marinho, e loxicamente pensou que era um cadáber. Ambas som de unha técnica depurada em metais e de unha beleza verdadeiramente divina, somente cabe desexar que non acabem no museo britânico de Londres. Logo désta purga artística, estamos preparados para unha terra invulgar, pobre e dura, chamada A Basilicata. Quando um arriba através de torcidos caminhos de polvo, e mira por primeira vez para ésta Babel inimaxinábel, de casas amontoadas até à curucha do monte, unhas feitas sobre as outras, semelha estár noutro mundo perdido dos tempos. Xamais a nossa mente esquecerá estes sítios extranhos e abandonados. Aínda bastante emocionados, escalamos pela bota acima até às férteis terras cerealíferas daPuglia, onde acabaremos todos no “trulho” qual desafortunado Manuel da Canle, comendo xeládos artesanais. Amigos meus, bem amados! Se ainda conservais algúm pecúnio, escondido nas peúgas, e um pouco de cordura nesses cacos, recomendo encarecidamente que, tomemos uns ourizos de mar no Veneto, e passemos uns dias de quarentena-rehabilitatória, antes de retornar ós nossos buracos.