Arquivos mensuais: Xullo 2019

SI SE CALLA EL CANTOR

Si se calla el cantor, calla la vida.

Porque la vida, la vida misma es todo un canto.

Si se calla el cantor, muere de espanto.

La esperanza, la luz y la alegría.

.

Si se calla el cantor, se quedan solos.

Los humildes gorriones de los diários.

Los obreros del puerto, se persignan.

Quién habrá de luchar por su salário?

.

Que há de ser de la vida, si el que canta,

no levanta su voz en las tribunas?

Por el que sufre, por el que no hay

ninguna razón, que lo condene a andar sin manta.

.

Si se calla el cantor, muere la rosa.

De que sirve la rosa, sin el canto?

Debe el canto ser luz, sobre los campos.

Iluminando siempre, a los de abajo.

.

Que no calle el cantor, porque el silêncio.

Cobarde apaña, la maldad que oprime.

No saben los cantores, de agachadas.

No callarán jamás, de frente al crimén.

.

Que se levanten, todas las banderas,

quando el canto, se plante com su grito.

Que mil guitarras desangren en la noche,

Una inmortal, canción al infinito.

Si se calla el cantor… Calla, la vida. (lento)

.

CANTORA: MERCÊDES SOUZA LETRA: HORÁCIO GUARANY

ASSASSINATO NA TORRE DE LONDRES

O día seguinte, foi-lhe ofertado pelo rei a embaixada da Dinamarca. Mas, non conheciam bem a Overbury. Este compreendeu em seguida que, em vez de ser nomeado para um cargo de honra, tratába-se de afastá-lo e, testarudo como bom escoçês, negou-se a aceitar o nomeamento. Entón Xacobo I, permitiu-lhe elexir entre Dinamarca e a Torre de Londres. Overbury optou pela segunda e, o 26 de Abril de 1613, foi encarcelado nela, meio enlouquecido pelo furor e sem deixar de proferir as piores inxúrias contra Lady Essex. O rexíme penitenciário, aínda que confortábel, calmou-o um pouco e, durante quatro meses, dirixíu a Rochester cartas desgarradoras, ás quais, desde logo, o belo Robert non se dignou responder. Entretanto Lady Frances trabalhaba para eliminar discretamente a Overbury. À sua petiçón, Nottingham arranxou as cousas para situar na prisón algúns dos seus esbirros: um tal Weston, como carceleiro; e um tal Elways no lugar de alcaide. Graças a eles, o pobre Overbury non tardou em receber tartas e confeituras previamente condimentadas por mediaçón de Lady Frances e da sua indispensábel Senhora Turner, com arsénico, sublimado, regalgar, mercurio roxo, veneno de sapo e cantáridas secas, tudo isto subministrado a preço de ouro, por um boticário chamado Franklin. Era necessário fazer calar, a toda custa, aquel bocázas, cuxo furor o tornaba ainda mais perigoso. Mas, a tarefa non resultou fácil; Overbury parecía disposto a dixerir toda a farmacopeia infernal da Senhora Turner. Por último, o 14 de Septembro, o farmaceutico de Mayerne, médico do rei, personou-se na Torre para administrar unha lavativa ó indómito prisioneiro. Na manhám seguinte Overbury morreu “de consunçón”, segundo o benébolo diagnóstico dos médicos que o examinaron. Ó desaparecer todo o obstáculo para a felicidade dos amantes, a Comissón Episcopal pronunciou a nulidade do matrimónio de Essex e, o 26 de Decembro, Frances Howard, encantadora com o seu vestido branco e os seus cabelos soltos, como unha doncela, casou-se em Whitehall, esplendorosamente, com Lord Rochester, ao que para festexar o acontecimento o monarca nomeou conde de Somerset. O próprio Xacobo tinha declarado ante a Comissón em apoio do seu favorito. O infeliz rei, lonxe de sentir ciúmes, non desexaba mais que a dicha do seu querido Roberto… Foi à vez um escândalo enorme, xá que poucos eram os que ainda acreditabam na virxindade da desposada, e unha autêntica loucura de magnificência, unha espécie de apoteôse. A corte deitou-se literalmente aos pés da soberba parexa, o ouro correu a raudais e uns festexos sucederom a outros, mentras entre os Essex reinaba o silêncio… Silêncio omnioso, dos que precedem às grandes tempestades.

JULIETTE BENZONI

ROUSSEAU (O SÉCULO DAS LUZES)

Sexamos claros, o Século das Luzes tinha muitas sombras para esclarecer e enormes desafios contra os quais lutar. Mesmo distando xá muito de episódios como o famoso massacre da Noite de San Bartolomeu, durante a guerra de relixións que assolou França em finais do século XVI, o fanatismo relixioso continuava a impor a sua loucura entre a populaçón, segundo testemunha o célebre “caso Calas”, que levou Voltaire a redixir o famoso Tratado sobre a Tolerância. Um honesto comerciante de Toulouse, Jean Calas, foi torturado até à morte porque, ao ser protestante, os seus vizinhos católicos suspeitaram que podería ter assassinado o próprio filho por este se querer converter ao catolicismo, acusaçón desmentida com contundência por testemunhas directas e pela investigaçón dos xuízes, incapazes de erradicarem esse absurdo surto de fanatismo entre a populaçón. Por outro lado, em París, há unha pequena praça axardinada de Montmartre, perto da basílica do Sagrado Coraçón, com unha estátua dedicada ao cavaleiro de La Barre, um xovem de dezanove anos que, em 1766, também foi torturado e queimado na fogueira, neste caso por non ter tirado o chapéu ao passar diante de unha procissón e ter nos seus aposentos o Dicionário Filosófico de Voltaire, o que o transformava num libre-pensador anticlerical, suspeito de ter maculado unha imaxem de Cristo nunha ponte. (…) De algo había de servír o movimento iluminista, por muito que a crítica satírica continue a colher víctimas enquanto persistir quem pretenda impor aos outros os seus dogmas a qualquer preço. Nesta ordem de cousas, é bem elucidativo consultar o volume colectivo Forxadores da Tolerância, no qual se dedica um capítulo a Rousseau, a fim de conhecer a dialéctica histórica desta noçón capital para as sociedades contemporâneas.

ROBERTO R. ARAMAYO

A INTERNACIONAL (UM CANTO REVOLUCIONARIO)

O título do poema era xá um desafio. A Internacional (Asociaçón Internacional de Trabalhadores, AIT), fundada o 29 de Septembro de 1864 no curso de unha reunión celebrada no Saint Martin’s Hall de Londres, era a “besta negra” da época. Jules Favre, no tempo ministro de Negócios Extranxeiros e negociador da Paz de Franckfurt, a descrebía assí nunha circular fechada o 8 de Xunho de 1871, ou sexa, alá polos dias em que Pottier compunha o seu poema: “A Internacional é unha asociaçón de guerra e de ódio… Fundada para esmagar as naçóns baixo o xugo de unha espécie de monarquísmo sanguinário, para convertílas nunha vasta tribu empobrecida e amedrentada polo comunísmo, dirixida por xentes dementes e perversas, que axitam o mundo… A última palabra do seu sistema só pode ser o espantoso despotismo de um número reducido de xefes, dominando unha multitude inclinada baixo o xugo, suxeita a todas as servidumes, incluso à mais odiosa: a servidume da consciência, seres carentes de lar, de terras, de aforro, de pregárias, reducidos a um imenso talher, conducidos polo terror e obrigados administractivamente a arrancar do seu corazón a Deus e à família…” A finais de 1887 “A Internacional” foi impresa por primeira vez nunha recopilaçón de cantos revolucionários, prologada por Henri Rochefort. Pottier tinha regressado a França em 1879 (por aquelas datas as amnistías non se faciam esperar demasiado). Propriamente, Pottier non militaba em ningunha organizaçón política, se bem colaboraba no semanário “Le Socialiste”, portavoz do Partido Obreiro Françês e simpatizaba com Jules Guesde, que xunto a Lafargue era líder desse partido. A recopilaçón de Rochefort non tivo resonância particular e o poema de Pottier passou inadvertido. Non tinha chegado o momento do éxito, nem da transformaçón do poema em himno revolucionário. Digamos xá que Pottier nunca chegou a escuitar este canto: pois morreu o 6 de Novembro de 1887 e “A Internacional” foi cantada por vez primeira o 8 de Xulho de 1888, e non em París.

EDMON VALLES

PLOTINO CHEGADO DA “FÁBRICA DOS DEUSES”

Plotino nasceu no ano 203 ou 204, muito provavelmente na marxem esquerda do Nilo, na cidade de Licópolis (mais tarde chamada Assiut), embora isto nunca tenha sido confirmado. Sendo verdade, estaríamos perante um filósofo exípcio de nascimento, grego de formaçón (a sua educaçón é impecavelmente helénica) e romano de adscripçón (pois o Exípto era unha província imperial). Esta “tripla nacionalidade” non era rara nunha época em que o mundo antigo vivia a sua particular “globalizaçón” graças ao expansionismo de Roma, e serve também para localizar Plotino nunha encruzilhada cultural, que se vê plenamente reflectida no seu pensamento. Os detalhes da sua vida son conhecidos graças ao seu discípulo mais eminente, o também neoplatónico Porfírio. Mais tarde, ocupar-nos-emos do emotivo encontro destas duas personaxens, que formam um dos grandes “pares de dança” filosóficos do mundo antigo. Vale a pena dizer de momento que Plotino teve, em Porfírio, o discípulo e editor que todo o filósofo tería desejado para si. Non só foi um alumno brilhante e inquisitivo, capaz de espicaçar o mestre para que este desenvolvesse os pontos mais obscuros da sua doutrina, como se ocupou pessoalmente de ordenar, comentar e publicar a título póstumo as suas obras completas, as Enéadas. Como se non bastasse, escreveu unha detalhada Vida de Plotino na qual, exibindo unha surpreendente obxectividade (patente no seu costume de non dar por garantido aquilo de que non tem a certeza e de permanecer em silêncio onde os outros recorrem à lenda e ao rumor), traça um retrato sóbrio e penetrante do seu mentor intelectual. Antes de passar aos detalhes da sua vida, indiquemos alguns aspectos sobre a personalidade de Plotino. Começando polo seu físico e polo seu temperamento, temos a impressón de estar perante a encarnaçón do ambiente intelectual do seu tempo, como se ele fosse a forma superior de unha nova estirpe de pensadores. Segundo Porfírio, e apesar da beleza do rostro, a sua aparência era “a de quem se sente envergonhado de estar no seu corpo”. Um aspecto descuidado e austero, alheio a qualquer exercício físico e ornamento, que se prolongaba na sua condiçón de vexetariano, celibatário, solteiro e abstémio, e num desprezo polas artes plásticas e imitativas. Dir-se-á que este espírito ascéptico xá estaba presente em Sócrates, mas non é verdade. Sócrates ia a ximnásios, estaba nas praças e assembleias, nas festas e banquetes, ia a exibiçóns xímnicas e bélicas, e lutou na lexión hoplita… non vemos nada disso em Plotino. O relato de Porfírio, de facto, inicia-se com unha história significativa: desculpando-se perante o leitor por non ter legado qualquer efíxie fidedigna do mestre, conta-nos que Plotino saboteou todas as tentativas dos retratistas e escultores (pagas pelos seus amigos) de “tomar-lhe as medidas”; por isso, só o conseguiram fazer às escondidas, rabiscando desenhos como infiltrados nas suas aulas, o que explica a mala qualidade dos seus bustos. A razón é que Plotino detestaba as imaxens, que definia, em relaçón às Ideias, como “o que é por natureza em outra cousa do que em si mesmo” e é, portanto, múltiplo por essência. Daí a sua oposiçón a qualquer proposta de o imortalizar em suporte material: “Non basta suportar a imaxem com que a natureza nos envolveu, como pretendem que, ainda por cima, eu mesmo acceda a legar unha mais duradoura imaxem de unha imaxem, como se fosse unha obra digna de contemplaçón?”

ANTONIO DOPAZO GALLEGO

O CASTELO

A profecía do castelo tinha-ma feito um tenente da escala auxiliar, relegado pelos “senhoritos” da xeral à definiçón clássica e desdenhosa de “chusquero”. “Muchacho, se continuas así acabarás num “castillo”! Era todo um cabalheiro, da melhor xente que había no quartel e, xá podía dar-lhe sopa com funda a todos e cada um dos entorchados pelos diplomas da “General”. O Tenente Herrero era da mesma raza disciplinar e honrada, que o Tenente Ordoño, mas menos ordinário e mais humano. Xamais o vím dar unha bofetada. Isso, que no Reximento de Infantaría San Quintín nº 32, había muitos verdugos, ou sexa muito filho da puta. Tampouco o vím xamais levantar a voz com mais insolência da necessária. Non necessitaba destes excessos, porque o seu porte, sempre elegante e bem vestido, emanaba unha autoridade pura e lexítima. O Tenente Indalécio Herrero Bustamante, tinha gosto pela cultura e era fama no quartel que tinha o vício de ler. Num âmbiente de cáfres iletrados, isso non era precisamente um elóxio. Ademais, bebía o imprescindíbel e nem sequer isso. O de mulhereiro tampouco era com el. E era explicábel pois; a sua mulher era unha beleza. Toda distinçón, polo vestir era doutra clásse, e gastaba certa displicência arrogante, que molestaba às outras militáras. Ó Tenente Herrero chegara-lhe o rumor de que eu era um mal soldado, aínda que ilustrado. Conhecedor da natureza humana e, mais todavía, dos entresilhos do quartel, presentía um negro futuro para a minha vida militar, e propuxo-me como seu assistente. Mas, antes que se resolvera este destino, fún trincado pola terceira vez, a causa de unha bronca xá referida. O Tenente Herrero, non debeu de perder de todo a confiança em mím, pois soubem da sua própria boca, que tinha renunciado a outro assistênte, á espera da evoluçón da minha desordem. Dixo-me, ó ver-me no calabozo, a primeira manhám deste terceiro arresto, que lhe tocara guarda. O Tenente Herrero, tinha feito a guerra muito novo, quase um neno, e tinha um montón de medalhas pensionadas; ou sexa, que non era suspeitoso de desafecto a Franco, nem à milícia, pesse ao qual o tinham enfilado. Tinha estado nas batalhas de Brunete, do Ebro, de Teruel, na “hostia” de batalhas tinha combatido. Sem embargo, acabou a guerra sem um rasgunho, e com o aforro de algunhas pesetas, que o aliviarom da penúria e da orfandade da postguerra. Nem sequer na frente, era capaz de ir de putas, ou de putear os pobres soldados. O Tenente Indalécio Herrero Bustamante, non obstante, com os borrachos e putanheiros, tinha unha certa piedade exculpatória. Quando me fixo a profecía de que acabaría num “castillo”, a mím entrou-me unha desazón de morte; a única pessoa que tinha confiado em mím, e eu estaba falhando. Puta merda, e puta vida e puta mili. Pode que o Tenente Herrero sentíra o exército como unha saída económica honorábel para a pobreza, sem excessivas significaçóns políticas. Outros víam-no como um priviléxio xerárquico, um plus de patriotismo com muito de pancismo e medro pessoal; no melhor dos casos, como unha trincheira contra a fame e um dereito de guerra e de conquista: “para esto ganamos una guerra”, “para esto me jugué la vida”, “para esto vale mi uniforme”. Non era cousa de repetir-lhes ós patriótas, aquilo que os meus amigos, os anarquistas do Paralelo, me decíam com frequência, e que xá citei no princípio déstas memórias: “o patriotismo pode ser o refúxio dos canalhas”. Tinham ganho unha guerra, certo; mas esta victória muitos a usabam para foder o próximo. Um exército debe ser unha defesa contra a extranxeiría; nunca unha arma contra os espanhois dissidêntes. Aínda, que eu non era um subversivo, senón somente um amigo dos anarquista do Paralelo, ó que lhe gostabam as procacidades da Bella Dorita, aquel patriotismo interessado parecía-me fatal.

JAVIER VILLÁN E DAVID OURO

ESPINOSA (O CULMINAR DO RACIONALISMO)

A inesperada sobrevivência de Espinosa nos nossos dias está replecta de paradoxos, relacionados tanto com a sua vida no século XVII como com o carácter intemporal da sua obra ou da sua leitura em pleno século XXI. Unha quantidade que, sem dúvida, ultrapassa o que se devería esperar de um pensador que viveu com discripçón e coherência e que construiu um sistema claro que é o culminar do racionalismo. Estas contradiçóns (muitas delas só aparentes, como veremos em seguida) têm o efeito de tornar muito atractivo o Espinosa histórico, por mais envolvido que estexa nunha auréola de mistério, e de transformar a aproximaçón às suas ideias nunha aproximaçón ao mesmo tempo decidida e insegura, irresistível e intencional. Vexamos os principais paradoxos, aparentes ou reais. O paradoxo biográfico: Espinosa foi um homem íntegro, honrado e pacífico contra o qual se lançou unha violência furibunda antes, durante e depois da sua vida. Promoveu a tolerância e o respeito, a independência de pensamento e a paz civil. O seu ideal de existência humana, assumido por si próprio, a vida sóbria e retirada do sábio, dedicada ao pensamento sereno e relacionada em paz com os homes, chocou com a aversón e o ódio. Os seus avôs e pais foram expulsos da Península Ibérica por serem xudeus, depois de se converterem à força ao cristianismo. Os Espinosas (apelido comum em Espanha e Portugal) estabeleceram-se em Amesterdám, naquela época o lugar mais tolerante da Europa. Mas na cidade neerlandesa, onde nasceu, Baruch sería expulso da Sinagoga, a comunidade xudaica, por defender ideias contrárias à relixión oficial; o comité directivo lançou-lhe, no seu comunicado, as mais terríveis imprecaçóns: “Maldito sexa de dia e maldito sexa de noite, maldito sexa em seu deitar, maldito sexa em seu levantar, maldito sexa em seu sair e maldito sexa em seu entrar”. Quando os amigos editaram a sua obra completa, poucos meses depois da sua morte, as autoridades prohibiram-na, rexeitaram-na e mandaram queimá-la. Parece um ódio excessivo contra alguém que tinha gravado no anel de sinete o lema vital em latim: “Caute”, “sê cauto”.

JOAN SOLÉ

A DUALIDADE PARTÍCULA/ONDA (F26)

Para compreender as explicaçóns dos capítulos seguintes, somente é necessário entender uns poucos aspectos da “física quântica”. Unha das características cruciais, é a dualidade “partícula/onda”. Que as partículas de matéria se comportam como unha onda, sorpreendeu a todo o mundo. Que a luz se comporte como unha onda, xá non sorprende ninguém. O comportamento ondulactório da luz, xá nos parece natural e foi considerado um feito aceitado durante quase dous séculos. Se se proxecta um raio de luz sobre as grelhas da anteriormente mencionada experiência dos “fulherenos”, emêrxem delas duas ondas que se encontram sobre unha pantalha. Nalgúns pontos, as crêstas ou os vales coincidem e formam unha mancha brilhante; noutros a crêsta de um, coincide com o vale do outro, e anulam-se entre sí, deixando unha mancha escura. O físico inglês Thomas Young realizou este experimento a começos do século XIX, e logrou convencer a xente, que a luz era unha onda e nón, como tinha pensado Newton, que estaba composta de partículas. Apesar de que se podería concluir que Newton se tinha enganado ó afirmar que a luz non era unha onda, estaba no certo quando afirmou que a luz pode actuar como se estivera composta de partículas. Na actualidade, tais partículas som denominadas “fotóns”. Assim como nós estamos compostos por um grande numero de átomos, a luz que vemos na vida do quotidiano está composta por um número imenso de fotóns – unha lámpara de um vátio emite um milhón de bilións de fotóns cada segundo – . Os fotóns por separado habitualmente non resultam evidentes, mas no laboratório podemos produzir raios de luz tán débeis, que consistem num chorro de fotóns separados que se podem detectar um a um, tal como podemos detectar um a um os electróns e os fulherenos. E podemos repetir a experiência de Young utilizando um raio suficientemente ténue tal que os fotóns alcancem a barreira de um em um, com algúns segundos de separaçón entre cada um deles. Se sumamos todos os impáctos individuais rexistados na pantalha ó outro lado da barreira, atopamos que em conxunto dán lugar ó mesmo patrón de interferências que surxiría se realizáramos o experimento de Davisson Germer, mas disparando os electróns (ou os fulherenos) um por um, separadamente. Para os físicos, isto resultou unha revelaçón assombrosa: se as partículas individuais interferem consigo mesmas, entón a natureza da luz non é somente a propriedade de um raio ou, de um conxunto grande de fotóns, senón das partículas individuais.

STEPHEN HAWKING E LEONARD MLODINOW

HERMENÊUTICA GADAMERIANA…

Em Xulho de 27, tendo apresentado trabalhos de interesse sobre o Protréptico de Aristóteles, sobre as investigaçóns de Jaeger (com orientaçón muito crítica) e unha dissertaçón latina sobre Píndaro, Gadamer foi aprovado como possíbel professor de filoloxía clássica. No xúri figurou Heidegger, que, logo no dia seguinte, escreveu a Gadamer em sentido favorábel à sua “habilitaçón” como professor na nova disciplina. A necessária tese foi apresentada, em contrarrelóxio, quase menos de um ano depois. Nela, Gadamer voltará ao Filebo platónico. Mas, nessa mesma altura, morreu o seu pai, e Heidegger (cuxa sombra dizia Gadamer ver a ler, com sorriso sarcástico, por cima do seu ombro, o que ele ia escrevendo com dificuldade) despediu-se de Marburgo para se encarregar da cátedra que o velho Husserl depositaba imprudentemente nas suas mans. Non há muita documentaçón sobre as posiçóns políticas de Gadamer nos turbulentos anos 30, sobretudo quando Heidegger decidiu “liderar o líder” (unha afiada frase de Karl Jaspers, antigo amigo de Heidegger), se tal cousa se podía fazer. Parece que o professor de Marburgo era antes um apolítico com tendências liberais na hora de votar e suficientes amigos xudeus para non se mimetizar com o novo rexime de Hitler. No entanto, assinou, em Novembro do ano em que Hitler chegou ao poder, o manifesto que muitos numerosos académicos alemáns enviaram ao resto do mundo, em apoio ao novo rexime e, expressamente, ao novo chanceler.

MIGUEL GARCÍA-BARÓ

AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (90)

Azeite derramado, o 21 de Xaneiro de 1917, às 5,30 da tarde, partín unha botelha cheia de azeite, caíndo todo polo chan. Eu andaba com um custipado peitoral (vexa-se pag. 57), que me tinha comezado alá polos princípios do mes, debaixo do peito, com grandes esputos muito espessos, quedando-me unha dor de peito, como que me faltaba o aire e facendo-me grande presón. Só quería respirar aire fresco. Hoxe, 11 de Abril de 1917 cesaron os esputos, quedando unha dor de peito, de estômago e de pulmóns. Dor muito suave fina, como parecida a àgua fervendo, parecida a unha ferida, quando levas um rascazo de algunha cousa como por exemplo dunha carqueixa. Mater mea testicum, o día 6 de Septembro de 1917, foron as testemunhas a Pontareas polo pleito do Nube e do Vinagre, e mater mea foi unha delas, a Pelitrona foi outra por parte do Nube, em que os contrários se afirmabam de falsos. A pior de todas, era mi Senhora Madre (…), de parte do referido Vinagre. Todos se acomodaron, e resulta que non houbo xuízo. Eu ainda me doía do peito, e tinha todo o corpo dolorido, agravando-se-me a dor dos quadrís, que todavía era bastante forte (pag…) O dia 5 à noite, vespera do 6, tivem o seguinte sonho: sonhei que estaba num sítio desconhecido, que logo passou a ser Mondariz, e andaba à busca de non sei quê, que me tinham roubado, despois pulei por um sítio arriba……………………. etc, etc… É decir, este sonho levou mil voltas, que non logro divulgar, mas por fim aparecím na minha ventana, mirando cara ó sul, onde diviso unhas mulheres que non conhecím, ningunha me parecia, e eran novas, grandes, pequenas e até casadas. Logo, vexo Caetano montado num grande cabalo com aparelhos pintorescos que corría a galope, (como que com orgulho) até à Ferreira, logo voltaba para xunto das mulheres, e sem parar nem dicer nada continuou as suas correrias. Entón, saím eu na direçón das mulheres, que me perguntarom ¿Beberom muito vinho? ¿Tu non bebeches vinho? ¡Non! Bem, aquí findou a visón.

MANUEL CALVIÑO SOUTO

A GRANDE ABSTENÇÓN FILOSÓFICA

A filosofía (e a ciência) nascem quando o método para pensar passa a ser o perguntar-se. Assim que cada um formula para si próprio unha pergunta xá articulada, minimamente clara, de algunha maneira expressa em palabras, “compreendeu” xá algunha cousa e passa imediatamente a examinar com olho crítico se aquílo que os restantes dizem saber sobre isso mesmo se adequa ou non ao que ele compreendeu. Naturalmente, o resultado desta confrontaçón pode anular o saber comum e tradicional. É precisamente este que fica em questón, “problematizado” pelo problema e ofuscado e anulado na vertixem do mistério. Também se pode dizer que há algunha forma orixinal de ciência e filosofía onde quer que se forxe a palabra “todo”. Porque precisamente o mistério é o “todo”, ao passo que o problema é sempre “parte”. O problema reorienta a traxectória direita da vida; o mistério converte-a em algo “duplo”: continua a ser traxectória mais ou menos ziguezagueante, mas agora, a outro nível. Continuamos a meio do “mundo da vida” quotidiana (estou aqui a introduzir um muito peculiar e difícil termo técnico do Husserl idoso, que examinaremos), mas acrescentámos a “vocaçón” nova, o “ofício” novo que esixe (e transcorre na) “abstençón” a propósito dos saberes herdados e das convençóns, e que começa por nos pedir que, embora estexamos profundamente seduzidos pela eficácia, pela precisón, pela certeza e pela verdade das ciências e das técnicas, non confundamos a filosofía com nenhuma delas.

MIGUEL GARCÍA-BARÓ

ARCIPRESTE DE HITA

LO QUE PUEDE EL DINERO

Hace mucho el dinero, mucho se le ha de amar;

Al torpe hace discreto, hombre de respectar,

hace correr al cojo al mudo le hace hablar;

el que no tiene manos bien lo quiere tomar.

.

También al hombre nécio y rudo labrador

dineros le convierten en hidalgo doctor;

Cuanto más rico es uno, más grande es su valor,

quien no tiene dinero no es de sí señor.

.

Y si tienes dinero tendrás consolación,

placeres y alegrias y del Papa ración,

comprarás Paraíso, ganarás la salvación:

donde hay mucho dinero hay mucha bendición.

.

El crea los priores, los obispos, los abades,

arzobispos, doctores, patriarcas, potestades

a los clérigos nécios da muchas dignidades,

de verdad hace mentiras, de mentiras hace verdades.

.

El hace muchos clérigos y mucho ordenados,

muchos monjes y monjas, religiosos sagrados,

el dinero les da por bien examinados,

a los pobres les dicen que no son ilustrados.

.

Yo he visto a muchos curas en sus predicaciones,

despreciar el dinero, tambíen sus tentaciones,

pero, al fin, por dinero otorgan los perdones,

absuelven los ayunos e ofrecen oraciones.

.

Dicen frailes y clérigos que aman a Dios servir,

más si huelen que el rico está para morir,

y oyen que su dinero empieza a retiñir,

por quién ha de cogerlo empiezan a reñir.

.

En resumen lo digo, entiéndelo mejor,

el dinero es del mundo el gran agitador,

hace señor al siervo y siervo hace al señor,

toda cosa del siglo se hace por su amor.

.

ARCIPRESTE DE HITA

LEIBNIZ (NASCIMENTO DE UM RACIONALISTA)

Leibniz ainda fica mais meio ano em Nuremberga, tempo que aproveita para entrar em contacto com unha sociedade alquimista, da qual chegou a ser secretário; esta experiência non só lhe permitiu ler libros de alquimia, que anos mais tarde qualificaría de obscurantistas, mas também ter acesso a numerosas experiências científicas da incipiente química da época. Mas quando as suas poupanças chegaram ao fim, decide começar a viaxar em busca de fortuna. Assim, parte com destino à Holanda e faz escala em Frankfurt, onde visita um parente lonxínquo de quem obtém um empréstimo (eram habituais as “notas promissórias” entre familiares e amigos) para dar início aos seus proxectos. Convencido de que o aperfeiçoamento das ciências non se podía promover a partir do recinto universitário, devido à férrea estructura que non o deixava desenvolver todas as suas capacidades, decide cortar as raízes e dedicar-se a viaxar pelo mundo, o que, sem dúvida, mudou a vida do nosso autor, destruindo os alicerces de unha existência provinciana – como a que viverá, pelo contrário, anos depois Kant em Königsberg – e dando-lhe unha nova perspectiva inter-disciplinar e cosmopolita que se reflectirá no desenvolvimento da sua obra.

CONCHA ROLDÁN

O LITERATO GALDÓS

Com Don Benito Pérez Galdós a novela espanhola alcanza as suas mais altas côtas da modernidade. Nasceu nas Palmas de Gran Canaria (1843), chegou a Madrid em 1862 para estudar Direito, carreira que nunca acabará, e os escarceos literários até entón realizados pronto se convertem em práctica definitiva. A sua primeira vocaçón non foi, sem embargo, a novela, xá que o xovem Galdós desexaba triunfar como dramaturgo e ó teatro dedicou os seus primeiros esforzos, mas cedo essa labor – e também a xornalística – derom passo à narrativa. A fecundidade galdosiana será unha constante a partir da apariçón da sua primeira obra – A Sombra, novela curta do xénero fantástico – e o seu triunfo como novelista correrá paralelo, a partir de entón, com unha vida dedicada ó trabalho, com os passeios polo seu Madrid, as estâncias no santanderino Sardinero, os viaxes a diferentes países europeus e unha série de amores e amoríos de carácter muito dispar. Galdós, que também exercéu de crítico literário, oferta-nos as suas opinións sobre o xénero narrativo, ainda que bem é verdade que as suas ideias estexam lonxe de conformar unha teoría elaborada e completa da novela. Duas constântes, que respondem a duas preocupaçóns pessoais, notadas pelos seus estudosos: a questón social e a relixiosa. Galdós foi um home comprometido e progressista, aberto e liberal, muito crítico com a intolerância e o obscurantismo de um âmplo sector dos espanhois do seu tempo. (…) A primeira obra importânte de Galdós é La Fontana de Oro (1870), interpretaçón, xá que non só reconstruçón, de um passado que terá nas cinco séries dos Episodios Nacionales o seu melhor e mais coherente testemunho. Los Episodios, herdeiros da novela histórica romântica e da práctica costûmista do primeiro terço do século, pretendem, como algúns críticos tenhem sinalado, analizar e interpretar o passado inmediato com o fim de explicar a situaçón presente e evitar a repetiçón dos mesmos erros no proximo futuro, propósito talvez inxénuo mas em todo caso lastrado de nobreza patriótica. A novela e a histórica ván unidas nos Episodios formando um mural impressionante nascido da “exploraçón sistemática” do século XIX espanhol desde Trafalgar até Cánovas del Castilho. Na década de 1870 a 1880 publica Galdós as novelas da sua primeira época, com unhas características comuns e todas elas centradas em torno da relixión: a intolerância e o fanatismo frente à tolerância e à liberdade relixiosa; o obscurântismo de unha sociedade cerrada e belixerante frente ao progresso de outra que aspira a ser mais aberta e liberal; as pequenas ciudades de eufónicos nomes como escenários novelesco e a sordidez e intransixência aflorando nos seus ambientes, e em fim o desenlace tráxico no que os melhores sucumbem ante os prexuíços e a posta em práctica de unha estreita concepçón relixiosa. Glória, La Família de León Roch e Doña Perfecta, componhem este grupo de novelas que talvez se resintam todas elas dos mesmos defeitos: teses excessivamente explícitas, clara intençón de enviar um mensaxe, partidismo evidente, largo discurso, morosas descripçóns, etc… Com La Desheredada, publicada em 1881 (atrás quedou xá a novela preferida do autor: Marianela), comeza a segunda maneira de fazer galdosiana, considerada como a mais naturalista da sua produçón, ainda que a posta em práctica dos seus princípios estécticos apareza amplamente compensada por outros elementos que serán consubstanciais na sua obra: a ironía, o humor, a ternura e, sobre tudo. unha concepçón da novela que difere um pouco da estrícta e fidelíssima reproduçón da “vulgaridad de la vida”.

RBA EDITORES, S. A. – BARCELONA