
Desde tempos imemoriais, os seres humanos sentiram unha grande curiosidade pelo que acontece no céu, pelo movimento do Sol e dos demais astros; em muitas culturas antigas, essa curiosidade desenvolveu-se a par das crenças relixiosas, pois acreditava-se que os astros eram deuses ou unha sua manifestaçón. Ora bem, até ao século XVI toda a xente considerava evidente que a Terra permanecía fixa no centro do universo e todos os astros, incluindo o Sol, xiravam em círculos à volta dela. Imaxinar outra coisa tería parecido unha lucubraçón demencial, totalmente contrária ao que os sentidos nos dizem. A estructura do universo só podia ser um sistema xeocêntrico, quer dizer, centrado na Terra. Por volta do século VIII a. C., os babilónios foram os primeiros a tentar elaborar um sistema xeocêntrico preciso, inclusivamente matematizado, que lhes permitisse, em particular, prever os eclipses e as posiçóns futuras dos planetas isto interessava-lhes sobretudo por razóns astrolóxicas. Estes dados som precisos, recolhidos pelos babilónios, foram depurados com o tempo até aos antigos gregos, que, xá libres das motivaçóns astrolóxicas, lhes xuntarom as suas próprias observaçóns e os seus próprios cálculos e tentaram construir um sistema matematicamente preciso e coherente do universo. Unha tarefa nada fácil: o principal problema vinha do movimento dos planetas (Mercúrio, Vénus, Marte, Xúpiter e Saturno: os planetas conhecidos até entón). De facto, estes astros parecem mover-se de maneira irregular no céu nocturno: às vezes adiantam-se em relaçón às estrelas fixas, às vezes atrasam-se ou desenham curvas estranhas. Em grego, a palabra planeta significa vagabundo. Como explicar movimentos tán irregulares? Eudoxo, um matemático contemporâneo de Platón, teve a seguinte ideia: os planetas non xiram directamente em círculos à volta da Terra, mas em círculos à volta de um ponto imaterial, o qual, por sua vez, xira à volta da Terra. Desta forma, podiam prever-se melhor os movimentos planetários, embora de maneira ainda non totalmente exacta. A estes círculos ideais que xiram à volta da terra, Eudoxo deu o nome de epiciclos. Aproximadamente um século mais tarde, surxíu unha ideia completamente diferente a outro matemático grego, Aristarco: supuxo que a Terra também era um planeta e que, xuntamente com os outros planetas, xiraba sobre sí própria e, ao mesmo tempo, à volta do Sol. Os seus contemporâneos acharom a ideia de Aristarco tán disparatada que ninguém a levou a sério. A soluçón sería, pelo contrário, refinar a proposta de Eudoxo e acrescentar mais epiciclos aos que ele defendera, ou sexa, epiciclos que xiram à volta de outros epiciclos, e assim sucessivamente… unha espécie de roseta. A versón definitiva e matematicamente muito precisa do complicado sistema de epiciclos planetários a xirar à volta da Terra foi dada por Ptolomeu no século II d. C., na sua obra intitulada Almagesto. Durante quase 1500 anos, foi o texto de referência da astronomia. É por essa razón que o sistema xeocêntrico também é conhecido por astronomia ptolemaica, embora a denominaçón sexa um pouco inxusta para com os seus antecessores.
C. ULISES MOULINES