
Em 1930, Popper obtém, por fim, um lugar de professor efectivo do ensino secundário de Física e Matemática, pelo que o seu sustento fica assegurado. Nesse mesmo ano, casou-se com Josefine Anna Henninger, também professora, a quem permaneceria unido até à morte dela, em 1985. Perante o mundo ameaçador que se perfilava nos anos de 1930 e 40, o casal Popper decidiu non ter filhos. Pela mesma altura, Popper começou a entrar em contacto com o Círculo de Viena, um grupo de filósofos com formaçón científica e de cientistas com interesses filosóficos, que haveria de ter unha enorme influência no desenvolvimento da filosofía do século XX. A corrente intelectual representada pelos próximos do círculo costuma denominar-se “positivismo lóxico”, mas também “empirismo lóxico” ou “neopositivismo”. Apesar de a actitude filosófica básica de Popper (orientaçón científica, valorizaçón da lóxica matemática como ferramenta filosófica, clareza e precisón no uso da linguaxem, desexo de demarcar de forma rigorosa a ciência da metafísica) ser muito próxima da do Círculo de Viena, deixou claro, desde o início, que non partilhava unha série de pressupostos do círculo, como o princípio da verificabilidade (que expomos na próxima secçón), a afirmaçón da primazia absolucta da experiência sensorial como base do conhecimento, a desaprovaçón da metafísica por carecer irremediavelmente de sentido, e, por fim, a alta estima de que Wittgenstein gozava no Círculo, pois Popper, xá entón e até ao fim da vida, sempre considerou que a filosofía Wittgensteiniana era unha forma de “cripto-obscurantismo” disfarçada de rigor lóxico. Por isso, e apesar de ter tido unha relaçón amistosa com alguns membros do Círculo de Viena, nunca participou nas suas reunións oficiais. As suas contribuiçóns para as discussóns do grupo vinham, por assim dizer, “de fora”. Apesar destas diverxências, alguns membros do Círculo de Viena, em especial Feigl, aperceberam-se da importância e da orixinalidade das ideias de Popper sobre metodoloxía científica e incentivaram-no a pô-las por escrito de forma sistemática, com a promessa de lhe publicarem o texto nunha série editada por eles. Foi assim que, em 1934, se publicou A Lóxica da Pesquisa Científica, sem dúvida a obra mais importante de Popper. Nela aparecem xá quase todos os elementos-chave da sua filosofía da ciência; alguns seriam desenvolvidos mais ampla e sistematicamente em escritos posteriores, mas o essencial está ali. Enquanto obra individual é também o libro que mais impacto teve na filosofía da ciência do século XX.
C. ULISES MOULINES