
Naturalmente, entre os comunistas e anarquistas russos habia xente mais sensata que non pensava dessa maneira. A imensa maioría da populaçón russa camponesa estaba organizada em aldeias que partilhavam de forma “comunista” as suas “propriedades comunais”. Em certo sentido, a Rússia representaba unha espécie de comunismo primitivo. Para transformá-lo num comunismo “moderno”, o que se tinha de fazer era assentar as bases da industrializaçón xeral do país. Mas, non estaba escrito em sítio algum que essa industrializaçón non sería possíbel por vias socialistas. Se na Rússia triunfasse unha revoluçón comunista, a comuna rural podía mesmo ser unha boa plataforma para a organizaçón social de um proxecto de industrializaçón. De acordo com esta possibilidade, a Rússia podería supostamente poupar-se, nada mais nada menos, que toda unha etapa histórica: precisamente àquela a que chamamos “capitalismo”. Obviamente, o capitalismo era incompatível com a propriedade comunal primitiva e com a propriedade comunal que tinha perdurado durante o feudalismo. De facto, como veremos posteriormente, a implantaçón do capitalismo em Inglaterra fez-se aniquilando todos estes xéneros de propriedade colectiva em virtude da qual cada município tinha terras de propriedade comunal para, por exemplo, o pastoreo de gando (o que no México actual ainda se conhece com o nome de “ejidos”. Assim, se em virtude de algunha lei histórica supostamente descoberta por Marx, o comunismo tivesse de surxir das entranhas do capitalismo, a destruiçón da propriedade comunal russa era inevitábel. Mas isto podía ser visto de forma muito diferente se a história pudesse seguir, no caso russo, um caminho distinto do trazado pelo desenvolvimento histórico europeu. Portanto, as leis da história, que tinham levado a Inglaterra ao mais elevado grau de desenvolvimento industrial, teriam de ser um destino inevitábel? A corrente que mais tendia a autodenominar-se “marxista” assim o defendia. No entanto, habia outra possibilidade que xá esboçámos: que a Rússia pudesse fazer a revoluçón comunista sem passar pelo capitalismo, apoiando-se na propriedade comunal que dominava toda a sua imensidón rural. A Rússia podia poupar-se, assim, a passaxem pelo capitalismo, ludibriando desta maneira as leis xerais da história. Mas, ao mesmo tempo, por essa espécie de atalho histórico, a Rússia tería sido poupada a todo um mar de sofrimentos e desastres humanos.
CARLOS FERNÁNDEZ LIRIA
