Arquivos diarios: 22/07/2019

O INEXORÁBEL CURSO DA HISTÓRIA

Naturalmente, entre os comunistas e anarquistas russos habia xente mais sensata que non pensava dessa maneira. A imensa maioría da populaçón russa camponesa estaba organizada em aldeias que partilhavam de forma “comunista” as suas “propriedades comunais”. Em certo sentido, a Rússia representaba unha espécie de comunismo primitivo. Para transformá-lo num comunismo “moderno”, o que se tinha de fazer era assentar as bases da industrializaçón xeral do país. Mas, non estaba escrito em sítio algum que essa industrializaçón non sería possíbel por vias socialistas. Se na Rússia triunfasse unha revoluçón comunista, a comuna rural podía mesmo ser unha boa plataforma para a organizaçón social de um proxecto de industrializaçón. De acordo com esta possibilidade, a Rússia podería supostamente poupar-se, nada mais nada menos, que toda unha etapa histórica: precisamente àquela a que chamamos “capitalismo”. Obviamente, o capitalismo era incompatível com a propriedade comunal primitiva e com a propriedade comunal que tinha perdurado durante o feudalismo. De facto, como veremos posteriormente, a implantaçón do capitalismo em Inglaterra fez-se aniquilando todos estes xéneros de propriedade colectiva em virtude da qual cada município tinha terras de propriedade comunal para, por exemplo, o pastoreo de gando (o que no México actual ainda se conhece com o nome de “ejidos”. Assim, se em virtude de algunha lei histórica supostamente descoberta por Marx, o comunismo tivesse de surxir das entranhas do capitalismo, a destruiçón da propriedade comunal russa era inevitábel. Mas isto podía ser visto de forma muito diferente se a história pudesse seguir, no caso russo, um caminho distinto do trazado pelo desenvolvimento histórico europeu. Portanto, as leis da história, que tinham levado a Inglaterra ao mais elevado grau de desenvolvimento industrial, teriam de ser um destino inevitábel? A corrente que mais tendia a autodenominar-se “marxista” assim o defendia. No entanto, habia outra possibilidade que xá esboçámos: que a Rússia pudesse fazer a revoluçón comunista sem passar pelo capitalismo, apoiando-se na propriedade comunal que dominava toda a sua imensidón rural. A Rússia podia poupar-se, assim, a passaxem pelo capitalismo, ludibriando desta maneira as leis xerais da história. Mas, ao mesmo tempo, por essa espécie de atalho histórico, a Rússia tería sido poupada a todo um mar de sofrimentos e desastres humanos.

CARLOS FERNÁNDEZ LIRIA

AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (91)

Leonora de Marcos, habendo sido minha querida polos anos de 1903 a 1907, sem ter sido inspirado pola maxía, finalizou até à presente fecha, na que este dia de San Miguel (festa em Guillade d’abaixo). Eu fún a Oliveira xunto de Guenaro…….. e pondo-me alegre, desde alí marchei cara à festa (Sábado 29), que fora trasladada para o Domingo dia 30 de Septembro de 1917. Despois de bailar com unha axilidade assombrosa, alá pola noite encontrei-me xunto das pequenas (algunhas xá casadas), que noutros tempos entretinham as minhas ideias, e entre as quais estaba Leonora, que este dia começou a falar de novo comigo, Por esta altura tinha deixado Rosa da Costa, por vía dunha malquerência que nos armarom almas movidas pola bruxaría, xá que na nigromância saía non como nobreza, senón como prostituta. Com esta comezára a falar em Maio e desfixéra-se a conversaçón em Septembro. Com Leonor começei em Septembro, e desfixo-se em Novembro do mesmo ano. Mesa Adivinhatória, Soutullo, o dia 20 de Novembro de 1917, fún xunto de Soutullo por primeira vez, sobre a enfermedade, dixo-me que non era causa sobrenatural, a doença era natural e que requería medicina. Neste mesmo dia fún a Pontareas desde alí e comprei medicina, que me tinha receitado Don Pepe de Mondariz fai dezoito meses (Glicerofosfáto de Cal granulado em frasco). Na noite desse dia tivem o seguinte sonho: sonhei que estaba no portelo de Souto-Brabo (debaixo da minha xanela), e vexo Benito das Carballas de Oliveira nunha guerra de pedras com o Nube, este atacaba da parte de nascente e o outro de poênte. Mas, que por fim, terminei eu dando de paus e sopapos firmemente nos dous; encontrando-me eu suspeitoso polo movimento da minha enfermedade, e dos síntomas, aínda que só aparentes, voltei a ir xunto de Soutullo, que me pareceu algo indiferente. Ateimou, que a enfermedade era natural, só que eu lhe manifestei o desgraçado atrevimento (Gran disgrácia! Paxinas 54 e 55). Ó momento vem um neno decir que estabam alí uns homes para… se quería vender vinho? E como se parou um pouco ó ouvir a notícia, acto seguido a messa comeza a dar pancadas, mas com mais rapidez que da primeira vez, unhas quatro ou cinco, só que mudando de pé. Primeiro o pé que estaba ó meu lado dereito, despois levantou o que estaba frente a mim. O home entón perguntou com afán, ¿Que é? e despois tornou a perguntar se a enfermedade era algo de Spírito, feitiço, envídia, dado a comer, etc… e respondendo que non, dixo-me! A enfermidade ganhou-a ustede, non tem nada de sobrenatural, e enseguida levantou-se com orgullho e indiferência.

MANUEL CALVIÑO SOUTO