POÊNTES OUTONAIS (FADO)

Veis falarme neste outono

do calor de um vrao passado.

Acordar-me em pleno sono,

de um amor desencontrado.

Se ainda te amo perguntas?

Se ainda te quero, queres saber?

Somos duas sombras xuntas,

de um enevoado entardecer.

Nosso fado foi desgosto,

sol xá posto em tom vermelho.

Somos corpos sem ter rostro,

lado oposto de outro espelho.

Caem folhas pela cidade,

sao poêntes outonais.

Como é líbida a saudade,

meu amor nao chores mais.

Somos fáctica viagem,

sem regresso, sem sentido.

No amor nao há paragem

e o regresso está prohíbido.

Xestos lânguidos doridos,

sobre a luz crepuscular.

Noite calma dos sentidos,

nao, nao me venhas recordar.

Nosso fado foi desgosto,

sol xá posto em tom vermelho.

Somos corpos sem ter rostro,

lado oposto doutro espelho.

Caem folhas pela cidade,

sao poêntes outonais.

Como é líbida a saudade,

meu amor nao chores mais.

Xestos lânguidos doridos,

sobre a luz crepuscular.

Noite calma dos sentidos,

nao me venhas recordar.

FADISTA: JOSÉ MANUEL DE CASTRO (JOSÉ AMARO/JAIME SANTOS)

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