Arquivos diarios: 22/06/2019

MONTAIGNE (ÉTIENNE DE LA BOÉTIE)

A data mais significativa da sua intensa vida foi, talvez, aquele Decembro de 1557 em que entra no Palais de l’Ombrière, sede do Parlamento de Bordéus. No início de 1558, esperaba-o o encontro que marcaría toda a sua vida futura. La Boétie, “o bem-nascido” (II, 17), definido no capítulo Da Fisionomia (III, 12) como “unha alma lindíssima”, “unha alma completa (…) que revelaba um belo aspecto em todos os sentidos” (II, 17), xá tinha escrito o Discurso da Servidón Voluntária. Um pouco mais velho do que Montaigne, La Boétie tinha nascido em Sarlat em 1530. Aos 23 anos, xá era conselheiro no Parlamento, embora com unha autorizaçón especial de Henrique II por non contar ainda com a idade legal de 28 anos. Tal como Sócrates, “exemplar perfeito com todas as qualidades”, a quem coube um corpo e rosto disformes e non coincidentes com a beleza da sua alma, Étienne é um sileno: “a fealdade que continha unha alma lindíssima (…) era (…) fealdade superficial” (III,12). Morreu a 18 de Agosto de 1563, em Germignan. No capítulo Da Diversón (III, 4), Montaigne escreve palabras desconsoladas: “Fún tocado unha vez por unha dor profunda, pela minha natureza (…) talvez me tivesse perdido…”. A dor parece non conhecer tréguas: “Desde que o perdi (…) non fago mais do que arrastar-me languidescendo” (I, 28). A mesma languidez e desconsolo (que o prendem ao pensamento doloroso do amigo perdido) aparecem também durante a sua estada em Bagni di Lucca, na sua viaxem a Itália. A vista das águas ferrosas evoca-lhe a cena ancestral da sua grande amizade; e talvez também o remorso por unha promessa non cumprida: a falhada publicaçón do Discurso da Servidón Voluntária. Mas o processo do luto tinha levado Montaigne a escrever a sua obra-prima filosófica como unha conversa perdida, unha conversa truncada apenas pela própria morte.

NICOLA PANICHI

AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (89)

Segunda conversa de Isolina (páxina 85), falaba com Rosa da Perixa de Uma (páxina 84), o 24 de Xunho. O día 31 de Decembro de 1916, fún ó serán, e falei com a dita Rosa, ó vir por casa, Isolina abrazou-se a ela perto do portal, quando estabam a dezassete passos de distância, entregaron-se à fuga, escondendo-se e pechando o portal. Despois, a dita Rosa escorreu-se pola casa de Isolina, cara à eira e escapou pola cancela, mentras esta abríu o portal despois de um intervalo de 10 a 15 minutos, onde me enoxéi com ela fortemente. E por último, em tempos próximos também com a Rosa, mas dunha maneira mais moral, como ressentido, etc… O día 7, mandou-me recado que fora, ó serán a Raimonde, porque por vezes alá iba, que entón por estes días tinha deixado o patrón… Isolina, última definiçón, despedida. O día 20 de Xaneiro de 1917, fún ó serán, e por um acaso encontrei-me ó lado dela, decindo-me que estaba esperando o seu ente querido, dixo unhas frases que expressabam pena e disfarramento, ou satisfaçón; como se expressaba clara e leal, e em palabras rectas, non puidem aproveitar mais nada, mas ponho isto como definiçón e despedida. Porque o párrafo gramatical expressaba esta frase ó fim. Día do Santo Xuício à tarde (unha cruz). Continuando com o discurso, digo que mais tarde me había de fazer unha pergunta, que se a soubéra responder, habíamos de quedar amores para sempre… sí… nón… Dixem-lhe que ma dixéra, contestou que aínda a tinha que estudar. Melhor, para manhám na festa de Santa Baia, que aínda que o mozo se enoxá-se com ela, decindo a dita palabra, había de falar por forza, e dixo que lhe perguntáse a Carmela da Costa que estaba “ad sinistram meam”, eu como non tinha ánimo para perguntar-lhe, acabou falando ela “tú non és para nada, sácate de aquí… Tú non vales para nada!”, e como que deixando sítio para o outro, entre eu e ela, por fím se levantou, decindo ¡¡ Adios !! (e unha cruz), páxina 67, quedei entón falando com Carmela da Costa. O segundo día, apresentou-se no serán com o seu novo amor, ó sair do serán, non os vín, non sei que destino levarón ( o novo amor era Ramón do Benigno).

MANUEL CALVIÑO SOUTO