Arquivos diarios: 15/06/2019

A INTERNACIONALIZAÇÓN DO FADO

Foi presisamente com Ercília Costa (1902-1985), também conhecida como a “Santa do Fado”, ou “Sereia peregrina do Fado” que o fado inicia a sua internacionalizaçón, sendo esta a primeira fadista que tentou de forma sistemática levar o fado além-fronteiras. Apesar de ser actriz de revista, foi como fadista que se notabilizou. Realizou várias digressóns internacionais, entre as quais, no Brasil em 1936, França em 1937, Estados Unidos em 1939 e 1947. Foi acompanhada por grandes mestres da guitarra portuguesa, como Armandinho ou Raul Nery e gravou vários discos antes da década de 1950, tendo sido unha das grandes artistas de primeira metade do século XX. O fado, enquanto forma de entretenimento, marcava também presença assídua no circo e no circo equestre, através das suas populares cantatrizes, como é o caso de Judite Pinto ou Maria Emília Ferreira. O fado, ao proxectar-se internacionalmente, afirma-se como a grande cançón nacional nas décadas de 30 e 40 do século passado, ganhando maior espaço na literatura, teatro, cinema, rádio e indústria discográfica. Ao assumir unha nova dimensón, o fado chega ao grande público e ganha contornos nitidamente comerciais. É nesta época que se alicerça o imaxinário fadista que se vem a expandir e solidificar nas décadas seguintes. Nasce entón a figura do fadista enquanto artista, que passa a brilhar nos palcos do teatro, nas pantalhas do cinema, na rádio e a fazer-se ouvir em disco. Com o fadista surxem as casas de fado, estas xá bem diferentes das tabernas e dos bordéis de outrora, que se instalam nos bairros históricos e promovem o convívio no seio do “milieu” artístico.

FADO PORTUGAL

DAVID HUME (ILUMINISMO)

Hume propôs este ideal de unha forma coherente e sistemática. O seu pensamento desdobrou-se nunha série de facetas e aspectos, mas todos apontavam para unha mesma direçón: pensava que podia axudar-nos a mudar a nossa existência, orientando-nos em relaçón ao estabelecimento das nossas prioridades à escala pessoal e social. Perseguia a construçón de um estilo de vida baseado na realizaçón das nossas tendências naturais e propunha um modelo de sociedade em que facilmente elas pudessem florescer. Na medida em que as nossas sociedades ocidentais encarnam muitos dos valores que defendeu. Hume continua a ser nosso contemporâneo e, a outro nível, é unha alternativa para confrontar outros modelos sociais. À medida que formos aprofundando o seu pensamento, iremos ver que a sua análise da sociedade constitui unha grande exposiçón da filosofía política que, num sentido muito lato, chegou a conhecer-se mais tarde com o nome de “Liberalismo”. Quando terminar a leitura do presente libro, o leitor pode fazer a proveitosa experiência mental de confrontar tudo o que aquí foi exposto com a realidade de qualquer sociedade na qual predomine unha relixión monoteísta. Trata-se de um bom exemplo de que o Iluminismo tem ainda muito para alcançar.

GERARDO LÓPEZ SASTRE