
Foi presisamente com Ercília Costa (1902-1985), também conhecida como a “Santa do Fado”, ou “Sereia peregrina do Fado” que o fado inicia a sua internacionalizaçón, sendo esta a primeira fadista que tentou de forma sistemática levar o fado além-fronteiras. Apesar de ser actriz de revista, foi como fadista que se notabilizou. Realizou várias digressóns internacionais, entre as quais, no Brasil em 1936, França em 1937, Estados Unidos em 1939 e 1947. Foi acompanhada por grandes mestres da guitarra portuguesa, como Armandinho ou Raul Nery e gravou vários discos antes da década de 1950, tendo sido unha das grandes artistas de primeira metade do século XX. O fado, enquanto forma de entretenimento, marcava também presença assídua no circo e no circo equestre, através das suas populares cantatrizes, como é o caso de Judite Pinto ou Maria Emília Ferreira. O fado, ao proxectar-se internacionalmente, afirma-se como a grande cançón nacional nas décadas de 30 e 40 do século passado, ganhando maior espaço na literatura, teatro, cinema, rádio e indústria discográfica. Ao assumir unha nova dimensón, o fado chega ao grande público e ganha contornos nitidamente comerciais. É nesta época que se alicerça o imaxinário fadista que se vem a expandir e solidificar nas décadas seguintes. Nasce entón a figura do fadista enquanto artista, que passa a brilhar nos palcos do teatro, nas pantalhas do cinema, na rádio e a fazer-se ouvir em disco. Com o fadista surxem as casas de fado, estas xá bem diferentes das tabernas e dos bordéis de outrora, que se instalam nos bairros históricos e promovem o convívio no seio do “milieu” artístico.
FADO PORTUGAL
