PEDRO ANTONIO DE ALARCÓN (PÍCARO E AMENO)

“Alarcón, o grande rezagado romântico, novelou anacrónicamente na Espanha de 1880. Mas algo tinha el, nas suas obras, que, em certa maneira, compensaba de tanto tópico, de tanto folhetinismo e tanto ênfase como o “guadijeño” puxo nos seus românces. Ese “algo” chama-se paixón, força imaxinativa, bom pulso narrativo, condiçóns todas elas de um xenuino romancista, que se non soubo encontrar-se de todo a sí mesmo, escrebeu non obstante algunhas das páxinas mais belas do século XIX na arte da ficçón.” Con estas palabras resume um estudoso da novela decimonónica o seu xuizo sobre a obra de Pedro Antonio de Alarcón, nascido em Guadix em 1833, colaborador de xornais anticlericais e revolucionários, entre os quais destaca o satírico “El Látigo”, na sua xuventude e mais tarde (retirado da sua vida cenobitica a raiz de unha profunda crise de consciência) muito ortodoxo criador de românces de tese. Nos últimos anos da sua vida, sostivo ideas diametralmente opostas às da xuventude. Autor de relatos breves e quadros costumbristas – O Cravo, La Comendadora, História Natural – e de libros de viáxens, como O Diário de unha Testemunha da Guerra de África, por exemplo, do qual se dixo que supuxo um antecipo do xornalismo moderno. Alarcón é um romancista moralizador que defende a beleza e a virtude – que, para el, ván unidas e incluso son a mesma cousa – e um artístico idealizador da realidade, escritor ameno, truculento em ocasións e romanticamente efectista em non poucas outras. Se “El Escándalo” – cuxo carácter de folletín é evidente – e a traxédia popular e apaixonada de “El Niño de la Bola” foron as suas obras mais lídas, a minha preferência vai para a novela curta, ou conto largo, que é o “El Sombrero de Tres Picos”. Desenfado, graciosa picardia, amenidade, capacidade de intriga e axilidade e soltura na narraçón. Podem ser as mais sinaladas qualidades deste texto que foi qualificado por Pardo Bazán como o rei dos contos espanhois. O mundo tradicional e popular foi perfeitamente captado por Alarcón, e a velha história da louzana muinheira e o correxidor carcamal, a converte num quadro fresco e cheio de vida, com unha sinhá Frasquita deliciosamente femenina. Na mesma linha moralizadora de Fernán Caballero – e que segue Antonio Trueba, entre outros – encontra-se a producçón do padre Luís Coloma, da Companhia de Xesús, xerezano de nascimento (1851) e autor dunha novela “Pequeñeces”, que, pola sua feroz crítica à aristocracia madrilena, foi causa de escândalo e leitura durante xeraçóns e xeraçóns, em Espanha e Hispanoamérica.

RBA EDITORES, S.A. – BARCELONA

Deixar un comentario