BERKELEY (A GLORIOSA REVOLUÇÓN DE 1688)

A monarquia foi restabelecida em 1660, e o novo rei, Carlos II, aceitou que a elaboraçón das leis e a aprovaçón de impostos fossem da incumbência do Parlamento, mas este acordo foi infrinxido após a sua morte, em 1685, com a subida ao trono de Jaime II, um católico com pretensóns absolutistas. Face a isso, os nobres e os burgueses reivindicabam outra forma de governo; apoiavam-se nas ideias políticas do filósofo inglês John Locke (1632-1704). Recordemos que foi Locke quem assentou as bases do “liberalismo” com “Dous Tratados do Governo Civil”, em que propunha um sistema político que asseguraba as liberdades e os direitos dos indivíduos. Pensaba que os membros de unha sociedade estabeleciam entre sí um contracto pelo qual delegabam o poder nos governantes. Por isso, a acçao destes devía estar submetida ao controlo dos representantes do povo, e se essa acçón fosse inxusta, o povo tinha todo o direito a revoltar-se. Na “Carta sobre a Tolerância” (1689), Locke afirmou: “Para mim o Estado é unha sociedade de homes constituída unicamente com o fim de adquirir, conservar e melhorar os seus próprios interesses civis. “Interesses civis” chamo à vida, à liberdade, à saúde e à prosperidade do corpo; e à possessón de bens externos, tais como o dinheiro, a terra, a casa. o mobiliário e cousas semelhantes”. Assim, podemos dizer que Locke inspirou as condiçóns sociopolíticas do século de Berkeley, espelhadas na chamada Gloriosa Revoluçón de 1688, em que a nobreza e a burguesia levaram a cabo, de unha forma non violenta como era habitual até entón, unha mudança política de grande envergadura. Esta mudança trouxe a monarquia parlamentar à Grán-Bretanha e a designaçón do protestantismo como corrente relixiosa imperante. Decorrente da revoluçón, fomentou-se um clima de tolerância que ia permitir a liberdade de culto, quase um século antes de Voltaire escreber o “Tratado sobre a Tolerância”, inspirado em 1762 pelo caso de Jean Calas, um comerciante inxustamente acusado do assassinato do filho e condenado a morrer torturado pela sua condiçón de protestante. Nas décadas posteriores à Revoluçón Gloriosa, as Ilhas Britânicas constituíam um exemplo de esplendor cultural. Sem ir mais lonxe, Händel, um dos grandes compositores da música barroca, escolheu Dublin para estrear o “Messias” em 1742. Vivia em Londres desde 1712, nunha época em que a luxuosa vida de alguns constrastava com a dramática existência de outros. Os partidários da opulência considerabam a cultura um grande obxecto de luxo, que, aliás, podía chegar a outras camadas sociais mais desfavorecidas. A mercantilizaçón da vida social evidenciou-se com a facto de a cultura ter abandonado os frios salóns da Corte para atender as novas preocupaçóns artísticas e culturais, que se afiguravam muito diferentes das propiciadas pelo absolecto mecenato aristocrático. Paralelamente, o apoxeu da sociedade de consumo xerou unha espécie de permissividade nos costumes; as apostas, o teatro e os bailes centravam o debate entre as diversas sensibilidades relixiosas acerca dos limites da moralidade.

LUIS ALFONSO IGLESIAS HUELGA

Deixar un comentario