
Apesar de tudo, se a algo se pode chamar em rigor “modernidade” em filosofia (esse período que vai do Renascimento até às questionáveis tentativas de superaçón e inauguraçón de unha nova etapa que começam a materializar-se nos finais do século XX), é precisamente à revoluçón epistemolóxica, ao facto, até entón insólito ou periférico, de nos perguntarmos como é possíbel conhecer, quais son as condiçóns de possibilidade do nosso acesso às cousas e pôr essa pergunta no centro e na orixem da reflexón acerca do mundo. Modernidade é deslocar a questón da ontoloxía (o que é, o que há) para a epistemoloxía (o que posso saber), ou do mundo encarado como obxecto (e nós nele) para o mundo visto através de um suxeito. Os modernos entenderam que esta revoluçón trazia inúmeras vantaxens: além de nos afastar de especulaçóns váns acerca de “obxectos” de duvidosa certeza, que frequentemente apenas traziam discórdia (os deuses, os anxos, a forma do universo ou os seus componentes últimos), só desse modo era possíbel libertar um terreno autónomo para a razón, que aparecía até entón subordinada a poderes e realidades mais eminentes (como o intelecto divino) ou soberanas (como o desígnio do rei ou do tirano local). A partir da modernidade, aquilo a que tenho acesso de forma imediata é ao meu pensamento, à minha consciência, e é através dele (apenas através dele) que accedo ao mundo exterior e que o mundo exterior entra em mím. Somos portanto, em primeira instância, subxeitos pensantes e non filhos de Deus ou seres compostos por átomos. Devemos, por isso, colocar o pensamento em primeiro lugar, se non quixermos renunciar a entendê-lo mais tarde.
ANTONIO DOPAZO GALLEGO