
Como veremos, os herdeiros de Althusser non consideram que em Marx exista unha “ciência da história”, se por isso entendermos que Marx teria descoberto a lei que preside à transformaçón de certos modos de produçón em outros. Acreditamos que Althusser fez muito bem em medir com muito cuidado as suas palabras e afirmar que Marx se limitou a “abrir o continente história à investigaçón científica”. Em princípio, parece non haber muita diferença, mas, como vamos perceber, nestas fórmulas subxaz unha ambiguidade cuxa explicacón acaba por ser crucial. Godelier, que falou em primeiro lugar no seminário de Althusser, tinha posto sobre a mesa certos textos de Marx, e também de Engels que vinham contradizer directamente a interpretaçón mais escolástica da suposta teoria marxista dos modos de produçón. Tratava-se das cartas com que ambos os autores participaram na polémica sobre o porvir da comuna rural russa. Façamos um rápido resumo do problema que aí era apresentado. A Rússia era, em xeral, unha grande imensidón rural. Por outro lado, das comunidades rurais russas non se podía dizer sequer que estivessem nunha etapa histórica feudal. Eram, sim, comunidades tribais neolíticas practicamente isoladas do mundo e da história, que, singularmente, se designabam a sí mesmas pelo nome de “mir”, que significa “universo”. Assim, como fazer unha revoluçón proletária num país em que quase non há proletariado? E os comunistas russos que actitude ou que planos deviam ter relativamente ao campesinato? Por um lado, o campo russo estaba preso num “atraso histórico” monumental. Por outro, dava-se a circunstância de que a propriedade da terra, em xeral, era ainda “comunal”, algo que para os comunistas debia ser atractivo, xá que, segundo eles, a história caminhava precisamente rumo à colectivizaçón da propriedade. Neste ponto, enfrentavam-se anarquistas e presumíveis “marxistas”. Para estes últimos, o assunto parecía decidido: se aquilo que Marx tinha descoberto eram as leis do acontecer histórico, parecia óbvio que o que primeiro se devería fazer para passar historicamente ao comunismo era acelerar o passo da Rússia rumo ao capitalismo. Podíamos, pois, encontrar-nos no paradoxo de que os comunista russos teríam tido de lutar a favor do capitalismo. Isso non tinha nada de estranho: era preciso libertar o campesinato de todas as suas servidóns neolíticas e feudais. O exército de proletários a que daria lugar esta operaçón histórica sería destinado à industrializaçón acelerada deste país tán atrasado relativamente ao curso xeral da história. E nesse momento, entón sí, tería soado a hora da revoluçón comunista. O comunismo russo podía acelerar este processo, mas non podía pretender que a Rússia fosse unha excepçón relativamente às “leis do curso histórico”. Este curso histórico, supostamente inevitábel, era pensado, além disso, “dialecticamente”: a situaçón da qual se partía, a tese, tinha de ser negada por unha antítese, o capitalismo, para que o comunismo pudesse aparecer como a síntese. O comunismo era o terceiro momento de unha tríade dialéctica, o momento que consiste em negar a negaçón. O comunismo tinha de surxir da negaçón do capitalismo. Assim, a dialéctica indicava aos comunistas russos o caminho a seguir. A Rússia non podía “saltar” o capitalismo: se quixesse chegar à sociedade comunista, tinha que seguir o inexorábel curso da história.
CARLOS FERNÁNDEZ LIRIA