Arquivos diarios: 07/04/2019

FADO PORTUGAL

Lisboa, em meados do século XIX, non tinha muita oferta de espaços nocturnos, pelo que as tabernas constituíam um ponto de encontro de unha mistura social, onde se reuniam em noites de “fado vadio” trabalhadores de hortas, artistas, estranxeiros, marinheiros, pescadores e fidalgos. O fado, por ser unha cançón nacional, rapidamente atraiu a aristocracia bohémia que era seduzida pelas mulheres e pelo néctar da luxúria e do pecado, da boa má vida, que se levaba nas vielas de Lisboa. E, assim, começou a frequentar os antigos bairros pobres da cidade, como Alfama ou Mouraria, onde xá se tocaba e cantava o fado, adquirindo um especial gosto por este estilo de música tipicamente português. O típico “teatro de revista” lisboeta surxe em 1851, começando a partir de 1870 a integrar o fado com regularidade, contribuindo, assim, para unha popularizacón e consequente enriquecimento da sua forma de escrita e música. É também neste período que a guitarra portuguesa se afirma como a definitiva companheira do fado. No voltar da década de 1880, o fado é levado para os salóns aristocráticos onde passa a ser acompanhado ao piano, voltando a sofrer outra nova evoluçón literária e artística. Os versos populares rebuscados e dramáticos começam a ser substituídos por poemas mais sofisticados. O fado passa, entón, a estar presente na taberna e no salón. Desde o seu aparecimento que mantém a sua expressón sentimental associada à fatalidade do destino, estando marcado pelo “pathos” (é unha palabra grega que significa paixón, excesso, catástrofe, passaxem, passividade, sofrimento e suxeiçón) das traxédias da Grécia clássica. No final do século XIX o fado surxe em Coimbra, encontrando no estudante de medicina Augusto Hilário a sua figura central, autor do respectivo “Fado Hilário” que viria mais tarde a ser interpretado por Amália e muitos outros.

FADO PORTUGAL