LOCKE (INGLATERRA SÉCULO XVII

As reflexóns de Locke están marcadas pelo lugar e pelo momento histórico em que viveu: a Inglaterra do século XVII, um país em plena ebuliçón social. Locke veio ao mundo a 29 de Agosto de 1632 em Wrington, unha aldeia situada a sul de Bristol, no seio de unha família que, sem ser abastada, gozaba de unha posiçón bastante confortábel, graças ao salário de adbogado do pai. A família também seria beneficiada pelo triunfo da facçón parlamentarista, que apoiou durante a guerra civil (1642-1651). A sua infância decorreu em Pensford, localidade próxima do seu local de nascimento, num ambiente rural e austero. Tería recebido unha primeira formaçón de cariz puritano, ministrada em casa pelo seu pai, John, que impunha unha disciplina severa, conforme os cânones da época. A nái, Agnes Keene, de carácter muito mais afábel e flexíbel, faleceu precocemente, quando Locke acabava de atinxir a maioridade. Terminada a guerra civil entre parlamentaristas e absoluctistas, e em reconhecimento pelos serviços prestados, foi atribuído ao pai de Locke um cargo público que proporcionou segurança financeira à família e a protexeu da penúria que viriam a sofrer muitos dos seus conterrâneos. Graças aos contactos do seu pai, Locke entra em 1646 na Westminster School, unha escola tán prestixiada como severa, onde mostrou ser um rapaz de mente aberta e tolerante. Nessa etapa inicial, trava amizade com xovens de tendências monárquicas, o que o levaria a simpatizar com eles, sem abandonar os seus princípios familiares nem se entregar à causa monárquica. Estuda em Westminster até 1652 e, com vinte anos, passa a fazer parte do selecto grupo de estudantes do “College de Christ Church”, na Universidade de Oxford. Outra das grandes instituiçóns do país abria-lhe as portas graças aos influentes contactos paternos. Apesar de obter boas notas, as liçóns que recebeu non conseguiram motivá-lo e non se aplicou afincadamente nos estudos. A filosofía que se ensinaba em Oxford non ía para além das licçóns pouco inovadoras da escolástica aristotélica, de modo que Locke non se entregou a ela até descobrir as obras de Descartes, quando xá tinha uns trinta anos e a universidade xá concluída. Enquanto foi alumno de Oxford interessou-se por outras disciplinas: física, química e medicina. Chegou a travar amizade com um grupo de estudantes, entre os quais importa mencionar Robert Boyle, que acabaría por ser o pai da química moderna, e de quem Locke sería axudante de laboratório nalgunhas ocasións. Depois de se licenciar pelo Christ Church, em 1659, integra a instituiçón como leitor de Grego e Retórica e desempenhará ainda tarefas de Censor de Filosofía Moral. No entanto, o seu interesse pola ciência manteve-se, pois até se atreveu a exercer como médico e a dar conselhos de saúde, apesar de só concluir a licenciatura em Medicina alguns anos mais tarde, em 1674. De entre os grandes filósofos da história, John Locke é o único que ocupou cargos de governo relevantes. As suas qualidades como conselheiro, médico oficioso e educador permitiram-lhe fazer parte do séquito do eminente político lorde Ashley, o seu grande mentor, que o introduziria na política. Com a ascensón de Ashley a conde de Shaftesbury pelos seus serviços à coroa, Locke foi nomeado secretário do Conselho de Comércio e Agricultura em 1673, cargo a que renunciou quando os ventos políticos se tornaram desfavorábeis ao seu protector. Depois do seu grupo ter caído em desgraça, Locke regressou ao leitorado em Oxford, até que, em 1675, devido ao seu delicado estado de saúde, teve de abandonar a docência e mudar-se para França, em busca de um clima mais favorábel. Permaneceu cinco anos em terras francesas, onde entrou em contacto tanto com partidários como com detractores da obra de Descartes. Neste período, recebeu a influência dos seguidores de um dos mais conceituados críticos do cartesianismo: Pierre Gassendi.

SERGI AGUILAR

Deixar un comentario