AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (82)

MÁXIMAS MORAIS

Discurridas por Rodriguez o 27 de Maio de 1915, quando da fatal chegada de Lisboa, enfermo por segunda vez:

A desgraça, pón sempre os homes na sombra da morte; ó passo que a sorte e a opulência os fái brilhar como estrelas.

A paixón, enfraquece o corpo e fái desleir o corazón, conturbando os sentidos da alma; ó passo que a satisfaçón fái-os fermosos, orgulhosos, e às vezes encheos de caprichos.

A alegría, fái concorrer os homes, a reunións, sociedades, pândigas, bailes, etc… ; ó passo que a tristeza os humilha, voltando-os exanimes; estes son cultivados, como as herbas do campo, para eles a vida está sempre no estado infantil, pensando e esperando, que mais tarde virá a liberaçón das suas vidas.

A fraqueza, tornanos ternos e amábeis; ó passo que a forza, nos torna imprudentes e pendencieiros.

O sono torna-os torpes, disipando-lhe os pensamentos e estorbando o corpo…, non tremem nas garras da morte; ó passo que a axilidade e a vixía, os capacitam para todos os progressos da vida.

A doênça, cultiva o corpo e a alma, fái sucumbir às vicissitudes da vida; ó passo que a saúde arranca da sua alma, toda a intelixência para avançar nas fontes do progresso.

A riqueza, fái o home non esperimentar dificuldades, para estes non há consideraçón nem convençón; ó passo que os pobres tenhém que experimentar toda sarta de penúrias, estes muitas vezes se maldicem, desexando a morte. Trabalhando suan para viver, xá em vida a terra é a esência do seu sangue.

O magnetísmo máxico nigromântico, conserva os homes em perfeita paz dentro da lei natural, e léva-os a beber nas fontes da intelixência e da consciência; ó passo que o sobrenatural, com actos de desagrávio, fái nascer de aí unha fonte de consequências para derrogar os refléxos da alma.

¿Porque se dí lei natural? Por variádas cousas que passa o home, e que non se podém evitar, que están determinadas por sentença suprema, antes do nascimento do mesmo home. Os Spíritos puros podém modificálas, resignando-se à paciência, acabam por parecer-lhe menos duras, mas nem por isso deixam de sofré-las.

MANUEL CALVIÑO SOUTO

Deixar un comentario