MARX (A DERROTA DE NAPOLEÓN)
.
A derrota de Napoleón e a instauraçón da Confederaçón Xermânica reverteram as mudanças e acabaram com as esperanças emancipadoras na liberdade e igualdade de dereitos dos renanos; e, quanto aos xudeus, as novas leis antissemitas restrinxiram a sua cidadania: proibiçón do acesso às funçóns públicas e ao exercício de profissóns liberais. A alternativa que se lhes ofereceu foi a de mudar de relixión, assumindo o cristianismo, e ocultar a sua ascendência xudaica, mudando os nomes. O pai de Marx sofrería a dupla humilhaçón de renunciar, em 1816, à sua relixión e aceitar a cristán, e a de trocar o nome xudeu, Herschel Mordechai, pelo de Heinrich Marx; a sua nái esperaría uns anos, até que morressem os seus pais, para passar pola vergonha dessa dupla renúncia. Talvez Heinrich Marx, afinal um xudeu “iluminista”, ou sexa, desxudaizado, mais teísta que xudeu, leitor assíduo de Voltaire, Rousseau ou Lessing, non se importasse muito de abxurar o xudaísmo; mas, precisamente por essa condiçón de iluminista, debe ter sofrido muito por a tal se ver obrigado e, além disso, por ser forçado a assumir outra relixión. Apesar da sua prudência, discriçón e austeridade, virtudes reflectidas na sua correspondência, vivería como unha autêntica traxédia ter de representar aquela farsa perante os seus concidadáns; debe ter sido humilhante, para unha família de profundas e antigas raízes xudaicas, baptizar e educar publicamente os seus filhos no cristianismo. O líder social-democrata alemán W. Liebknecht, íntimo amigo da família Marx, conta que “toda a vida de Marx responde a este acto (a conversón do seu pai) e à sua vingança”; talvez sexa esaxerado, mas non se debe menosprezar a marca social num neno nascido xudeu (desprezado pelos outros) e filho de um xudeu “convertido” (desprezado pelos seus), num país onde os xudeus eram só meios cidadáns. Son feridas que levam à divisón e ao confronto com aquela realidade social. Como aquela outra, xá adolescente (1834), sendo o seu pai um cristán liberal discreto e cívico, em que a polícia prussiana o obrigou a retratar-se publicamente por declaraçóns em que suxería a conveniência de algunhas reformas institucionais. Foi declarado suspeito pelo governo prussiano, simplesmente “porque tinha mostrado o seu respeito pola bandeira francesa e entoado a Marselhesa nunha reunión de um clube literário”. Talvez fossem os primeiros contactos da alma de Karl com o despotismo e a dominaçón e parece verosímil que incidissem no seu posterior entendimento da relixión e do estado como duas formas de submissón (alienaçón) dos homes.
josé manuel bermudo
Esta entrada foi publicada en
Uncategorized.
Ligazón permanente.