Arquivos diarios: 20/01/2019

DESCARTES (METAFÍSICA ENVOLVIDA EM CIÊNCIA)

.

               Descartes permite-nos ver com unha nitidez transparente que as noçóns científicas envolvem questóns filosóficas. Considerado sem discussón como um dos pais da ciência moderna (pelo menos no que diz respeito ao seu “método”).  Descartes non deixa de insistir que, para construir solidamente o edifício da ciência, é necessário remontar aos princípios filosóficos sobre os quais aquele deverá apoiar-se.  Se somos modernos a partir de Descartes é precisamente porque sabemos que a nossa ciência, da qual com razón nos sentimos orgulhosos, esixiu um reequacionamento filosófico importantíssimo.  Unha “revoluçón epistemolóxica” que colocava o suxeito do conhecimento, e xá non a matéria ou Deus, no começo de todas as explicaçóns.  Contrariamente ao que acontece com outros autores, que embarcam em ambiciosas aventuras dialécticas ou em grandiloquentes arquitecturas conceptuais, a filosofía cartesiana pode resumir-se de forma simples.  Em traços largos, parte de unha questón epistemolóxica que nunca abandona:  “o que me é possíbel saber com certeza?”, para depois, sobre a rota traçada, mudar o rumo para três questóns metafísicas: a constituiçón do universo que pretendo conhecer, a relaçón entre os seus diferentes domínios (“pensamento” e “extensón”) e se é necessário postular a existência de um ser perfeito.  Estas três questóns, de carácter mais marcadamente “ontolóxico” (isto é, relativas à existência e à natureza do que é) foram discutidas em inumeráveis ocasións, mas o facto de partir do conhecimento (referido pelo célebre “cogito”,  o Eu “penso” que está no centro de toda a reflexón) é para nós, enquanto modernos, algo irrenunciábel.

antonio dopazo gallego