Arquivos diarios: 03/12/2018

A ESCOLÁSTICA (PENSAR É UM OFÍCIO)

.

               Nunhas esclarecedoras notas sobre a escolástica, M. D. Chenu referiu alguns dos seus traços característicos que nos serán úteis.  Primeiro, a surpreendente forma literária, aquilo a que ele chama acertadamente “a impersonalidade desoladora do estilo”, e que notamos ao observar a estructura do raciocínio, a fragmentaçón de textos, a monotonía das fórmulas e os procedimentos constantes de divisón, subdivisón e distinçón.  Constacta este feito inegável: “É verdade que o estilo, exterior e interior, da escolástica sacrifica tudo em prol de um tecnicismo cuxa austeridade a despoxa dos recursos da arte”.  Mas isso non pode ocultar estas duas realidades, unha histórica (“a extrema variedade de homes e xeraçóns”) e outra de tipo cultural (para os escolásticos, “pensar é um ‘ofício’ cuxas leis son fixadas minuciosamente”).  Num plano sociolóxico, Chenu acrescenta estas explicaçóns:  os escolásticos son professores com as suas características, qualidades e limites, e os escolásticos son dialécticos, formados no domínio da gramática e da lóxica.  Baseados nas “autoridades” comentam e debatem, mas com o olhar posto no avanço do estado da questón, no aperfeiçoamento das doutrinas recebidas.  “Xamais alcançaremos a verdade se nos contentarmos com o xá encontrado.  Os que escreveram antes de nós non son nossos senhores, mas nossos guias”, escreveu o franciscano Gilbert de Tournai.  Com a rexeiçón de toda a autoridade terminará a escolástica.

andrés martínez lorca