.
Berkeley é autor de unha obra non muito extensa, bem escrita, com títulos orixinais. Aos 25 anos, em 1710, escreveu o Tratado sobre os Princípios do Conhecimento Humano, o livro que mais o identifíca. Nele refuta o escepticismo, a idolatría, o fatalismo e, naturalmente, o ateísmo, a par de reconhecer o êxito da ciência e a necessidade de a relixión se apoiar nos seus pressupostos. Antes do Tratado, Berkeley xá tinha publicado as obras Arithmetica e Miscellanea Mathematica (1707) e o Ensaio para unha Nova Teoria da Visón (1709), e redixido os Comentários Filosóficos (entre 1708 e 1709, embora só tivessem sido publicados em 1871). Três Diálogos entre Hilas e Filonous (1713), onde enfrenta o materialismo e o imaterialismo através dessas personaxens, acaba por ser unha obra-prima em língua inglesa e unha adaptaçón, no sentido mais pedagóxico, das propostas que Berkeley realiza no Tratado. Em 1721, surxe De Motu (Sobre o Movimento), um texto de filosofía natural cuxa finalidade era axustar algunhas contas com a teoría do seu admirado Newton ao rexeitar as propostas de espaço e tempo absoluctos, o que o aproximaría da física moderna. Além do mais, nesse mesmo ano publicou o Essay on the Ruine of Great Britain (Ensaio para Prevenir a Ruína da Grán-Bretanha), no qual propunha unha série de soluçóns para combater a crise financeira de 1720, Em 1732, apareceu Alciphron ou o Filósofo Minucioso, a sua obra mais extensa e bela, na opinión do filósofo italiano Augusto Guzzo, sete diálogos escritos e situados nunha espécie de comuna em Rhode Island que evidenciam a sua inquietaçón pela constante deriva para a secularizaçón. Em 1734, foi publicado O Analista, ou Um Discurso Dirixido a Um Matemático Infiel, a que se seguiu, em 1735, A Defence of Free-thinking in Mathematics (Defesa do Livre-Pensamento em Matemática). Nestes textos matemáticos, Berkeley contesta dous dos grandes cientistas da época, Edmund Halley e Isaac Newton. A sua derradeira obra, se exceptuamos os diários de viaxem por Itália, publicados postumamente em 1871, tem um título tan longo quanto surpreendente: Siris, Unha Cadeia de Reflexóns e Investigaçóns Filosóficas sobre as Virtudes da Água de Alcatrón, e Outros Distintos Temas Vinculados entre Si e que Surxem Uns dos Outros. O libro, publicado em 1744, enaltece as virtudes da água de alcatrón, unha espécie de elixir que Berkeley xulgaba capaz de combater qualquer tipo de doença. O nosso autor começa muito xovem, non sem um certo atrevimento, com um Tratado sobre os Princípios do Conhecimento para terminar por reflectir sobre a água de alcatrón. Este traxecto, que vai da epistemoloxía à alquimía, demonstra perfeitamente a apaixonante variedade que se deu na vida de Berkeley. Foi um estudioso da matemática, da filosofía, da lóxica e das humanidades clássicas, e foi professor de filosofía, teoloxía, hebraico e grego, viveu em Dublin e Londres, e viaxou por França, Itália e Estados Unidos; paralelamente, como xá vimos, foi deán em Derry e bispo da pequena diocese de Cloyne, na Irlanda, Filantropo, polemista, missionário, conservador, humanista comprometido e valente, como convêm a alguém capaz de discutir o inquestionábel Newton. E, fundamentalmente, um estudioso contumaz a quem agradava brincar com o significado greco-latino dos nomes das personaxens das suas obras, associados sempre a unha virtude ou característica. Ele era um erudicto que se esforçava por partilhar a sua erudiçón, algo muito comum nos autores anglo-saxónicos.
luis alfonso iglesias huelga
Publicado en Uncategorized