Categorías
Arquivo
- Agricultura Alimentación Anonymous Arquitectura Astronomía Blogs para curiosear Bos desexos Cerebro Cine Darío e Breixo Economía Educación Frutais Futuro Historia Humor Indignados Libros Lingua Literatura Medios de comunicación Monte Comunal Natureza Poesía Política Procomún Publicidade Sidra Socioloxía Software libre Tradicións Viaxes Xadrez
Os nosos blogs
Arquivos diarios: 13/11/2018
RENÉ DESCARTES (INICIADOR DA FILOSOFÍA MODERNA “A REVOLUÇÓN EPISTEMOLÓXICA”)
Admitámo-lo: Descartes transformou-se num cliché da mossa cultura. Como costuma ser habitual nestes casos, isso tem vantaxens e inconvenientes. Por um lado, é-lhe amplamente reconhecido algo valioso, que faz parte de nós e que nos define como filhos da modernidade. Por outro lado, esse “algo” aparece inevitavelmente submerso pelas inúmeras mençóns e imaxens que o neutralizam até o fazerem perder a força orixinal com que irrompeu em pleno século XVII, um momento crucial para o desenvolvimento da história moderna. Cada vez que aparece, o nome de Descartes costuma ser associado a unha mistura de dúvida vixilante perante os preconceitos adquiridos e de organizaçón metódica a respeito de uns sólidos eixos cartesianos, x e y, que todos estudámos na escola, e que, segundo reza a lenda, ocorreram ao seu autor enquanto observava o voo dunha mosca e tentava localizá-la, tendo como referência o tecto e as paredes do seu quarto. Estes estereótipos fazem pensar em alguém nascido para nos dar soluçóns como quem nos vende um trem de cozinha ou um remédio contra a ressaca. O certo é que nenhum grande pensador ganha um lugar na história das ideias sem a decidida vontade de “procurar problemas”, e isso é especialmente certo no caso de Descartes. No tempestuoso século em que lhe calhou viver, com meia Europa a querer matar a outra meia, em intermináveis guerras relixiosas, as ideias que introduziu non eram aínda evidentes e muito menos inofensivas. Foi necessário unha grande audácia e unha resistência ao que ele considerava falso, para apresentá-las e defendê-las. É precisamente esse elemento destrinçador que se perde na acepçón habitual do cartesianismo e que nem sequer é fácil de encontrar em muitas exposiçóns académicas, que frequentemente dan demasiadas cousas como garantidas. Ora bem, mergulhar em Descartes esixe unha “escolha”. É um acto de liberdade. Como na popular cena do filme Matrix, trata-se de tomar um comprimido simbólico após o qual xa non poderemos pretender que nada tenha acontecido. Escolher a rota das dificuldades na esperança de obter unha clareza superior que nos faça despertar do sono dogmático em que estávamos absortos: é esse o caminho da filosofía. Especialmente da cartesiana.
antonio dopazo gallego
Publicado en Uncategorized
