ARENDT (O COMO PENSAR)
.
A melancólica Hannah estudou no liceu e preparou-se para o exame de acesso à universidade. Para tal, mudou-se para a Universidade de Berlim, com o obxectivo de aí estudar durante alguns semestres. Em Berlim, ampliou os seus conhecimentos precoces de filosofía alemán, nunha altura em que xá tinha tomado unha decisón clara e firme sobre o seu futuro: estudaria Filosofía como disciplina principal e depois iria para a Universidade de Marburgo. Porque escolheu esta cidade? Devemos ter em conta que para os xovens da época era non só importante responder à pergunta “O que vou estudar?” (unha questón que, no caso de Arendt, estava clara desde o princípio), como a pergunta decisiva era, sobretudo, “Com quem vou estudar?”. A filosofía alemán do início do século, nesse sentido, aparecia associada a pessoas, era unha filosofía ligada à figura de alguém encarado como um mestre. Entre os pequenos grupos filosóficos da Alemanha dos anos de 1920 espalhava-se um rumor: ao mesmo tempo que a maior parte das universidades se abastecia de um corpo docente neoplatónico, neokantiano ou neo-hegeliano, com ensinamentos caducos e reduzido espírito crítico, contava-se que em Marburgo había um brilhante professor de trinta e poucos anos que non ensinava “o que pensar”, mas “ensinava a pensar”, algo talvez non muito afastado das abordaxens pedagóxicas actuais, mas que nesse momento representava unha novidade absolucta, tanto pela forma como polo conteúdo dos seus ensinamentos. Chamava-se Martin Heidegger. As suas aulas eram consideradas fascinantes pelos alumnos, entre os quais se encontrava non só Hannah Arendt, como Herbert Marcuse, Hans Georg Gadamer, Hans Jonas ou Karl Löwith, os “filhos de Heidegger”, estudantes que, por sua vez, se tornaram vozes importantes na filosofía contemporânea. Heidegger era um seductor nas aulas, segundo contavam todos os seus alumnos, incluindo os que depois se afastariam filosoficamente dele. Enfeitiçava e fascinava a audiência. Era o “pequeno mago de Messkirch” (a sua cidade natal), que atraía como abelhas os seus ávidos estudantes para unha rica e nova colmeia filosófica. A própria Arendt descreve um certo sentimento de subxugaçón perante o xovem professor: “O pensamento voltou a viver, os tesouros culturais do passado, que se xulgabam mortos, son expressóns de forma que dizem coisas completamente diferentes das que se tinham suposto. Há um mestre; talvez o pensar se possa aprender”.
cristina sánchez
Esta entrada foi publicada en
Uncategorized.
Ligazón permanente.