AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (72)

.

               É até certo ponto um equívoco ou faltar á verdade, dizer que a confiança nas artes máxicas é incompatíbel com a instrucçón, e que só aos feiticeiros convêm os tempos de ignorância e obscurantismo.  A corte e o século de Luis XIV foron dos mais brilhantes e luminosos, as artes e as ciências atinxiron um gráu de prestíxio elevadíssimo, e os gloriosos nomes de Bossuet, Fenelón, Raccine, Corneille, Pascal e outros, passaron à posteridade, e ainda hoxe non foron eclipsados.  Todavía, à par deles, brilhou em Versailles o cérebre Conde de San Germano, enígma vivo, também denominado o feiticeiro da corte, e que realmente era personaxem doctado de numerosos e profundos conhecimentos científicos, pois conseguíu facer-se acreditar, num meio considerado o mais ilustre e o mais sábio do século XVII.  Mais tarde, e doutra ordem, aparece o personáxe histórico José Balsamo, Conde de Cagliostro, que representou um papel notabilíssimo na Côrte de Luís XVI, e que se decía inmortal, polo poder do célebre “elixir da vida”.   Pois como se mira, a maxía, a feitiçaría e as ciências ocultas, entre as quais: predecir o futuro, fazer horóscopos, vaticínios, preparar filtros, deitar as sôrtes, as boas ventúras, inspirar amores e acabar com eles.   É unha ciência, ou unha arte, tán velha como o mundo, ou polo menos, como a humanidade, desde que há notícia escrita déla.  As maravilhas que todavía hoxe opéra, podêm considerar-se, frutos de unha arte que aínda non está  divulgada, mas, que alcançou noutros tempos quase toda a ciência humana.   Derivando da antiga maxía: a medicina moderna, a astronomía, as matemáticas, a química, e grande número de noçóns de física.  Non há razón plaussíbel para negar que  éssa ciência, hoxe menos influênte e preponderante, possua segredos de valor, que todavía non lhe foron arrincados e por isso repousam no mistério. 

manuel calviño souto

Deixar un comentario