BERGSON (A METAFÍSICA DA EVOLUÇÓN)

.

               A vida é o domínio “misto” da existência no qual entram em contacto espírito e matéria.  A partir daquí, ela é esforço, e o esforzo, inseparábel do tempo, introduz novidade no universo (alguém consegue, por exemplo, saber qual será o índice ou inclusivamente o título definitivo de um libro antes de o ter escrito?).  Evolucionista convicto, Bergson tentará mostrar ao longo da sua obra que a evoluçón da vida, com toda a diversidade de espécies, responde à tentativa de unha força espiritual para inserir entre as ríxidas cadeias da matéria – como se de um explosivo se tratasse -, a maior soma possíbel de novidade.  “A vida é precisamente a liberdade inserindo-se na necessidade e transformando-a em seu proveito”.  Qual é o obxectivo desta tentativa do impulso vital?  Non é evidente.  Ou, mais propriamente, non podería sê-lo de antemán.  Trata-se de superar o obstáculo, de abrir caminho para o outro lado, de inundar de diferença a repetiçón.  Recorde-se que Nietzsche tinha escrito algo parecido relativamente à “vontade de poder”:  os fortes procuram, acima de tudo, “distinguir-se”.  Em Bergson, o espírito é o domínio da “pura diferença”.  Mas, sendo todo “virtualidade”, falta-lhe ainda eficácia ou “actualidade”:  por isso, a consciência mantém-se tenazmente ligada a um corpo.  Visto deste modo, o impulso é unha árdua negociaçón com a matéria cuxa finalidade é ludibriá-la.  Como tantos outros pensadores do nosso tempo, Bergson xulga que xá non podemos renunciar a Darwin.  No entanto, a ciência só nos oferece o aspecto material do processo evoluctivo, que é o que interessa à nossa intelixência.  Xuntamente a esta última, Bergson situa a intuiçón.  Valendo-se desta nova funçón do espírito, encarregada non de renunciar ao raciocínio, mas de pensar de outro modo, a filosofía deverá pôr-se à altura dos tempos e fornecer unha verdadeira “metafísica da evoluçón”.  

antonio dopazo gallego

Deixar un comentario