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O presente livro admite várias formas de leitura. Pode ser lido linearmente, mas também permite que o iniciemos por qualquer um dos seus capítulos. As caixas de texto contêm citaçóns de Rousseau ou de outros autores que resumem a ideia do capítulo em questón, o glossário foi pensado, tal como as secçóns de bibliografía básica e cronoloxía, para quem quiser dedicar mais tempo a familiarizar-se com o “cidadán de Genebra”, cuxo pensamento non pode afigurar-se mais actual nestes tempos que exigem rever as regras do xogo democrático e definir novas políticas, tarefas para as quais pode dar xeito conhecer os seus avatares na modernidade. Como disse Voltaire, referindo-se à época em que Rousseau viveu e dirixindo-se a Frederico II da Prússia, a palabra “político” significava orixinalmente “cidadán”, ao passo que hoxe chega a significar em muitos casos “embusteiro de cidadáns”. Conviría, unha vez mais, voltar a revestir a política do seu sentido orixinal, o de estar ao serviço do povo para xerír os assuntos públicos em benefício do interesse xeral. As reflexóns de Rousseau poderíam ter unha certa utilidade nessa misón. Daí o subtítulo do presente libro: E a política fez o homem (tal como é). Porque se alguém reparou que a política e os seus governantes modelam decisivamente os povos, esse alguém foi Rousseau, firme partidário, entre outras medidas, de penalizar as grandes fortunas, por acreditar que a coesón social passava por favorecer unha classe média, e, assim, erradicar simultaneamente a indixência e a opulência. Ninguém devería ser tán rico a ponto de poder comprar outros, nem tán pobre a ponto de cair na tentaçón de se vender, diz-nos em O Contracto Social. Nos nossos dias, Thomas Piketty, um afamado economista françês que rexeitou a Lexión de Honra para mostrar a sua discordância com a política governamental do seu país, autor de O Capital no Século XXI e especialista em desigualdade da riqueza e redistribuiçón dos rendimentos a partir de unha aproximaçón estadística e histórica, mostra-se partidário de implementar um “imposto mundial sobre a riqueza” e unha série de impostos progressivos a fim de evitar o que denomina “um capitalismo patrimonial”, e de encomendar esse control às instituiçóns políticas. Todas estas ideias apresentam notáveis laivos rousseaunianos.
roberto r. aramayo
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