HUSSERL (FENOMENOLOXÍA)

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               Eu sempre assumi que sabía o suficiente sobre a vida para a ir vivendo mais ou menos ao estilo dos meus pais, um pouco corrixido pelo que a minha xeraçón traz de novo.  A história avança sempre.  Um filho poderá ser quase como o seu pai, mas nunca viverá totalmente como ele, novas taréfas, novas aspiraçóns colectivas, novas descobertas técnicas.  Mas, que sei na realidade do conxunto da vida?  Algunha vez pensei verdadeiramente e, por mim próprio, prescindindo do que desde sempre me foi dito, e mesmo, da pequena experiência pessoal que xulgo ter acumulado a este respeito, sobre como devo viver e com que metas?  Unha verdade inquestionábel é que disponho de um tempo limitado; outra, que a vida é irreversível, que nada se repete, que o que foi possíbel onte, xá o non é hoxe e non o será manhán; outra, que non me sinto no paraíso, embora também non me sinta directamente no inferno; outra aínda, que estou desassossegado, que sei que está nas minhas máns, polo menos unha boa parte do que vai ser de mím.  Há aínda mais verdades das quais non posso duvidar, da mesma maneira que non posso duvidar de que agora vivo e reflícto e tenho dúvidas, problemas, obscuridades e certezas, desexos e aversóns.  Algunhas déstas outras verdades de primeira ordem son, antes de mais, que certas pessoas son muito importantes para mim – logo, portanto, também, de passagem, os fracassos possíbeis nas minhas relaçóns com elas – e que non vexo com nenhuma clareza o que me enchería totalmente de felicidade. 

miguel García-baró

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