Arquivos mensuais: Novembro 2018

ZOLA (UNHA DESMESURA LITERÁRIA)

.

               A “A Taberna”, tinha seguido um relativo fracaso,  Unha Páxina de Amor (1877), que decepcionou aos seus leitores, ávidos xá das emoçóns fortes;  non obstânte, em seguida se desquitou com Nana (1880), escandalosa história de unha cortesán, que tivo um éxito clamoroso.  Port-Bouille, do ano 1882, é unha abrumadora galeria de mediocridades pequeno-burguesas.  O Paraíso das Damas (1883), têm como protagonista a um dos grandes-armazéns.  E A Alegría de Viver (1884) é xá o tomo duodécimo de Os Rougon-Macquart.  Xerminal (1885), levanta bruscamente o ton, um pouco monótono e mecânico das últimas obras, é unha narraçón patética e vibrante da vida dos mineiros e das suas lutas sociais, misturando de certo modo o reportaxem com o românce e alcanzando verdadeiras alturas de carácter épico: Xerminal, apesar de todos os seus defeitos de tosquedade e de falta de matices, segue sendo unha das cûmes da sua produçón, com grandiosos movimentos de massas que respondem muito bem ó talento colosalísta do escritor.  A Obra, de 1886, é um dos títulos mais curiosos de Zola, quem explora o mundo da arte non sem agudas intuiçóns que mostram um aspecto pouco conhecido da sua personalidade; anedocticamente, o românce trouxo consigo a ruptura definitiva com Cézanne, quem se reconheceu no protagonista do libro.  No ano seguinte publica A Terra, sobre os camponêses, orixem de violentíssimas polémicas, xá que vários dos seus discípulos protestaron publicamente no chamado “manifesto dos cinco”, contra o que denominabam “literatura pútrida”, rompendo toda  vinculaçón com o mêstre.  Zola, contra vento e mareia, seguíu adiante, alternando românces de assunto mais subtíl e delicado, como O Sonho (1888), com outras tipicamente naturalistas, como A Besta Humana (1890), um drama de ciúmes que têm como pano de fundo as locomotoras e as estaçóns de ferrocarril, como afirmou um comentarista moderno, “um críme pasional, num universo industrial”.  Em 1888, aos quarenta e oito anos, o escritor conhece a xovem Jeanne Rozerot, de vinte, iniciando-se entre eles unha longa relaçón amorosa.  Jeanne Rozerot daria-lhe dous filhos, que madame Zola reconhecería pouco tempo despois da morte do marido.

rba editores, s. a. – barcelona

HABERMAS (A ESCOLA DE FRANKFURT)

.

               Construir a República Federal da Alemanha como unha democracía forte contra a ordem anterior foi unha obsessón para a xeraçón de 58.  A Constituiçón de Bona de 1949 foi vista como um novo começo com o obxectivo de resguardar as liberdades individuais face a um Estado que se tornara totalitário.  Non obstante, Habermas vai ter de saldar contas com a xeraçón anterior.  Terá de conxurar a influência de Martin Heidegger, pelo lado filosófico, e a de Carl Schmitt, pelo lado xurídico-político, como teórico do autoritarismo estatal, ambos comprometidos com o nazismo que, subrepticiamente, vai continuar a ter influência – a desnazificaçón nas universidades non será suficientemente enérxica – e vai dar asas a um neoconservadorismo, a um pensamento contra o Iluminismo e contra a Modernidade que o nosso autor identifica como inimigo da democracia.  A sua “besta negra”, cada vez mais mencionada nos seus últimos escritos, será precisamente, Schmitt, o teórico que lexitimará o nacional-socialismo e que, apesar de ser afastado durante a desnazificaçón, continuará a ter peso, através dos seus discípulos, no domínio do direito alemán.  Habermas estuda filosofía em Gotinga e Bona.  A sua tese de doutoramento centra-se no pensamento de Schelling.  Prossegue os estudos, em filosofía e socioloxía, no Instituto de Investigaçón Social vinculado à Escola de Frankfurt.  Aí, entra em contacto com Max Horkheimer e Theodor Adorno.  Nos anos 60 e 70, é professor nas universidades de Heidelberg e Frankfurt.  Em 1971, é nomeado director do Instituto Max Planck, em Starnberg.  Termina a sua docência na Universidade de Frankfurt, da qual se retira em 1994.  Ao longo da sua carreira académica recebeu todos os prémios e reconhecimentos possíveis, tanto na Alemanha como internacionalmente.

maría josé guerra palmero

AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (74)

.

               O primeiro culto dos humanos foi o do Sol.  Este culto natural e racional, posto que se corresponde com a realidade das cousas, formou a base de quase todas as relixións.  Até entón, os homes comíam os alimentos tal como os daba a natureza.  Muitos séculos mais tarde, foi inventado o fogo, com o frote de dous pedazos de madeira em forma de crúz, invento tán maravilhoso e sinxélo.  Que foi a orixém da industria e das artes, e da civilizaçón.  Com el, prepara a cocçón dos alimentos, durante a noite espanta as féras, os fríos, e fabrica as ferramentas e as louzas, as armas para conquistar o mundo; a este descubrimento, pode asegurar-se que debe a sua salvaçón.  Para a humanidade, houbo um invento, de tamanha importância, que, profunda e permanentemente a impresionou durante séculos, e que venerou como um mistério, o sinal da “Crúz”.  Durante muitos séculos se fixo o lume désta forma, que naqueles tempos se chamaba “Suwastika”, e que representarón baixo muitas formas, segundo as diferentes naçóns:

.

               Logo, surxiron as guerras e as lutas, e por último inventaron a figura do Sol com a Suwastika no centro. Três mil anos antes da nossa era, había homes que ó mesmo tempo, eram Philósofos, Sacerdotes, e Sábios, os quais presentíron por assím dizer, o fenómeno da acumulaçón do calor solar nas prantas (ó cabo de um tempo, a ciência habería de por de manifesto este fenómeno), estabelecendo que o fogo non era mais que o desprendimento a certa temperatura, e baixo o efeito do ar, do calor solar, acumulado nas prantas em estado potêncial.  O Sol, sustenta a vida dos animais, directamente através dos seus raios, e indirectamente polos alimentos que absorbem, cuxa combustón se efectua pelo aire que respiram.  Segue-se disto que  o Sol, é a “Pedra de Fogo”.  Que o fogo é consubstâncial a el, e que é enxendrado polo sopro do aire.  Por último, o fogo provém do “Pai Eterno” (Sol).  Savistri, volta ó Céu, em forma de fumo (invissíbel).  Tal é a explicaçón do carácter da acçón de cada um destes elementos.  O Sol, Fogo, Aire.  Personificados, baixo os nomes imaxinários de Sawistri, Vayu, Agní.

manuel calviño souto 

NIETZSCHE (DEUS MORREU)

.

               A contundente afirmaçón “Deus morreu” (que em alemán é aínda mais contundente: Gott ist tot) é decerto o lema mais reconhecível da filosofía nietzschiana.  Mas o que significa na verdade essa expressón?  Repetiu-se tantas vezes que nos parece quase unha evidência, unha frase inofensiva.  Muito pelo contrário, Nietzsche concebe a morte de Deus como um problema xigantesco.  “Deus morreu” – nas nossas consciências.  Trata-se de unha maneira parabólica de afirmar que “a fé no Deus cristán transformou-se em algo incrível” para os europeus do seu tempo.  Durante o século XIX, o avanço das cosmovisóns contrárias à relixión (darwinismo, cientificismo, socialismo, etc…) provocou unha perda crescente de fé em todas as camadas da sociedade.  O “slogan” nietzschiano non era novidade nenhuma no ambiente intelectual da época.  No entanto, Nietzsche insiste em que ao proclamar a morte de Deus non está simplesmente a constatar o ateísmo imperante, mas que pretende que tomemos consciência de um acontecimento tremendo.  A formulaçón mais completa da morte de Deus encontra-se na célebre passaxem intitulada “O louco”, incluída no seu libro A Gaia Ciência.  Diz assim:  “Non ouviram falar desse louco que acendeu unha lanterna, na claridade do meio-dia, e correu pela praça gritando sem cessar: “Procuro Deus!  Procuro Deus!” ?  Como ali estavam reunidos muitos que non acreditavam em Deus, os seus gritos provocaram grandes risos.  (…)  O louco saltou para o meio deles e atravessou-os com o olhar.  “Aonde foi Deus?” – exclamou -, “vou dizer-vos.  Matámo-lo. Vós e eu.  Todos nós somos os seus assassinos.  Mas como  puidémos fazer isto?  Como pudemos esvaziar o mar?  Quem nos deu a goma para apagar o horizonte?  O que fizemos para desprender a terra do  seu sol?  Para onde se move agora?  Para onde iremos nós?  Lonxe de todos os sóis?  Non caímos continuamente?  Para a frente, para trás, para os lados, para todas as partes?  Ainda há um acima e um abaixo?  Non erramos através de um nada infinito?  (…) A grandeza deste acto non é demasiado grande para nós?  Non teremos de transformar-nos em deuses para parecermos dignos dela?  Nunca hoube um facto tán grande e quem nascer depois de nós fará parte, por causa deste facto, de unha história mais elevada que todas as histórias que hoube até agora”.  Aqui o louco calou-se e voltou a olhar para os seus ouvintes.  Também eles se calaram e olharam para ele, confusos.  Finalmente, atirou a sua lanterna ao chán, que se estilhaçou em mil pedaços e se apagou.  “Cheguei demasiado cedo – disse entón -, aínda non é o meu tempo.  Este enorme acontecimento aínda está a caminho e non chegou até aos ouvidos dos homes.”  

toni llácer

ACUEDUTO DAS ÁGUAS LIVRES (DIOGO ALVES)

.

               Sobre o lisboeta Val de Álcantara érguese o acueduto das Águas Livres, construído entre os séculos XVIII e XIX.  Ideado para distribuir a auga entre as distintas áreas da cidade, pasa a ser escenario dun dos máis coñecidos episodios criminais do país ao redor dos anos 1836 e 1839.  Amais de permitir a canalización de auga para as zonas máis alonxadas do centro antigo da cidade, o acueduto contaba cun paseo peonil que facilitaba a comunicación entre distintas áreas de Lisboa.  É aqui onde Diogo Alves leva a cabo a maior parte dos seus asasinatos, segundo as historias por idea de “A Parreirinha”.  Agochado nalgún dos moitos recunchos do acueduto, o ladrón esperaba a que pasase unha vítima solitaria, normalmente mulleres novas de boa familia ou comerciantes que voltaban de facer negocios na cidade.  Tras sorprendelos, roubaba todo o de valor que levaban con eles e lanzábaos dende un dos arcos principais do acueduto, duns 65 metros de alto, simulando que a persoa saltara voluntariamente.  O profesor doutor António José Gonçalves Ferreira, catedrático de Anatomía na faculdade de Medicina de Lisboa, apunta que “se atopaban corpos baixo o acueduto, normalmente de mulleres, que sufriran un importante traumatismo debido a unha forte caída.  Durante un tempo pensouse que era unha vaga de suicidios, até que se descubriu que unha cuadrilla de asaltantes estaba a actuar na zona”.  Cando as autoridades, alarmadas polo número de aparentes suicidios, comezan a indagar a posible causa, dánse conta do que está a suceder no acueduto.  Deciden pechar o paso polo camiño peonil e prohibir o paso de transeúntes, pondo fin á estratexia do grupo de delincuentes liderado por Diogo Alves, que se ven obrigados a buscar outra maneira de seguir cometendo os seus crimes.  O acueduto deixa de funcionar como principal fonte de auga para a cidade cara os anos sesenta.  Actualmente está considerado Monumento Nacional de Portugal e o museo ofrece paseos guiados por el.  Poucos meses despois do peche do acueduto, varios dos membros da cuadrilla, incluído Diogo Alves, son atrapados polas autoridades tras o asalto á casa dun coñecido médico lisboeta no que matan á súa familia.  A xustiza condénaos a morrer na forca no patíbulo da cidade, en Cais do Tojo, Pese a que as institucións non conseguen probar todos os asasinatos que se lle atribúen, o criminal xa conta con certa fama entre os lisboetas, que acoden en multitude a ver a execución.  Unha vez morto, a cabeza de Diogo Alves é separada do seu corpo e levada á facultade de Medicina de Lisboa onde descansa até agora conservada nun tarro de formol.

claudia vázquez

LUDWIG WITTGENSTEIN (O DUPLO COPÉRNICO DA FILOSOFÍA)

.

               Ludwig Wittgenstein revolucionou a história do pensamento em duas ocasións.  Por isso se distinguem claramente duas fases na sua filosofía: a que corresponde à teoría figurativa do significado e a que xira à volta da máxima “o significado de unha palabra está no uso”.  A primeira fase corresponde ao Tractatus loxico-philosophicus, a única obra de filosofía que publicou em vida.  A teoría figurativa do significado estabelece unha correspondência entre a forma da linguaxem e a forma do mundo que a lóxica sería capaz de pôr em evidência, de “mostrar”, graças às suas proposiçóns tautolóxicas, que nada dizem sobre o mundo, mas que o imaxinam.  A honestidade do seu trabalho filosófico foi tal que, na sua segunda fase, non hesitou no momento de deitar por terra a dita correspondência, que muitos aínda veneravam e que ele mesmo tinha entendido como ponto final da filosofía.  O fruto mais grandioso da sua segunda fase é constituído pelas Investigaçóns Filosóficas a segunda obra da sua vida, na qual trabalhou durante um total de vinte anos e que apenas sería publicada dous anos após a sua morte (em 1951).  Nessa obra desmontou a ideia de que o significado de unha palabra era algo imutável que a acompanhava sempre.  O significado de unha palabra estaría no uso que dela se faz num determinado contexto linguístico (e em que de unha mesma palabra se podíam fazer diversas utilizaçóns).  Excêntrico por natureza e por própria imposiçón moral, definiu as bases das duas obras no meio de unha solidón tán desexada como sofrida dum fiorde norueguês.

carla carmona

POLÉMICA ENTRE BARBEIROS E CIRURXIÓNS

.

               Saltemos os séculos para situarnos no París medieval.  O rótulo e o pregón conservam-se como únicos suportes do que todavía non tinha o nome de “publicidade”, mas sim o de “anúncio”.  Incrustados na pedra, em chapa metálica recortada, em ferro forxado, e colgados dum poste, ou bem pintados sobre madeira ou sobre porcelana esmaltada e aplicados nas montras, os termos dos rótulos que adornabam as casas dos comerciantes e dos artesanos apresentábam unha variedade infinita.  O caldeiro de estanho e o candeeiro, as balanças e a escudilha, a cesta e o espelho, as parrilhas e o fol, a chave e o morteiro, as tisouras e a garlopa, o mazo e a machada, a copa e o barril, contabam-se entre os obxectos mais representativos nestes rótulos medievais,  Cada um deles designaba um  ramo  dos comércios particulares.  No século XV, non había menos de três mil em París;  tán só na rua de Saint-Denis se contabam quatrocentos…  Na sua “História da Publicidade”, Philippe Schuer recorda que os rótulos dos barbeiros “forom obxecto de prolongada polémica, xá que as ordenanzas de Carlos VI (1383) e de Carlos VII (1444) transmitiam ós barbeiros unha parte das atribuiçóns dos cirurxións:  três recipientes roxos (para as sangrías) anhadidas às bacías profissionáis.  Depois de numerosos processos decidiu-se que os cirurxións tinham direito a unhas bacías de cobre com très caixas (de ungüento) e os barbeiros a bacías de estanho com três recipientes para as sangrías.

pierre-albert lambert

SANTO AGOSTINHO (NISI CREDIDERITIS, NON INTELLIGETIS)

.

               “Se non acreditais, non compreendereis”  Esta frase, traduçón libre de um versículo do libro de Isaías (que nunha interpretaçón alternativa reza “nisi credideritis, non permanebetis”, “se non credes, non subsistireis”), sintetiza o espírito que impregna todo o pensamento cristán durante a Idade Média.  E, relativamente a este libro, constitui também o pressuposto sobre o qual se desenvolve o pensamento de Santo Agostinho, o bispo de Hipona, que se tornaría, com Paulo, nunha das duas personalidades mais determinantes na evoluçón do cristianismo nas suas orixens (e non só).  Nascido na província romana de Numídia, na fase final do império, Santo Agostinho representa unha figura peculiar na história das ideias, non só pelo alcance e repercusón que o seu pensamento acabou por ter, mas também pelas condiçòns em que o desenvolveu.  A partir da sua remota diocese norte-africana, afastado, portanto, dos efervescentes centros culturais da época, este antigo professor de retórica e seguidor do maniqueísmo, trouxo à luz, depois da sua conversón ao cristianismo, unha monumental produçón teolóxica e doutrinal que está na base de alguns dos esquemas conceptuais que moldaram, decisivamente, a cultura occidental até aos nossos días.  No entanto, as potencialidades e limitaçóns desta obra só podem ser cabalmente ponderadas se nunca se perder de vista a máxima com que abrimos este capítulo e à qual o próprio Santo Agostinho aludiu em numerosos escritos.  Por conseguinte, torna-se necessário determo-nos nela, por  alguns momentos, de forma a estarmos em condiçóns de entender o pensamento do bispo.  O primeiro aspecto que nos chama a atençón na frase é que parece inverter a ordem que habitualmente consideramos normal na sequência do raciocínio: a partir dos diversos argumentos,  dados e provas disponíbeis, colocamos em xogo a nossa razón para chegar a unha ou outra conclusón.  Neste caso non, neste caso primeiro vem a verdade e depois a compreensón intelectual.  Esta forma de proceder, que à luz da argumentaçón racional acusaríamos de ilexítima, assume um verdadeiro sentido lóxico se tomarmos a perspectiva do crente (e non há dúvida de que Santo Agostinho o era).  Tanto uns como outros, crentes e non crentes, concordaremos em que conhecer significa alcançar a verdade e que afirmar o falso significa incorrer num erro, na ignorância.  Até aqui, estaríamos todos de acordo.  A diferença substancial está em que, para o crente, xá estamos na posse da verdade (que nos foi revelada nas Escrituras), pelo que o papel da razón non pode ser o de descobri-la (e muito menos de refutá-la!).  Em poucas palabras, para o cristán, a argumentaçón racional non é um caminho para a verdade, mas um caminho a partir dela.

e. a. dal maschio

¿SON ÚNICAS AS LÉIS QUE DETERMINAM O UNIVERSO? (F12)

.

               A terceira pergunta aborda a questón de se as léis que determinam o comportamento do universo e dos humanos son únicas.  Se a resposta à primeira pergunta é que Deus criou as léis, entón esta terceira questón formula-se como ¿ Tivo Deus unha diversidade de opçóns para escolhe-las?  Tanto Aristóteles como Platón acreditarom, como Descartes e posteriormente Einstein, que os princípios da natureza existem por “necessidade”, é decir, porque son as únicas léis que tenhem consistência lóxica.  Debido à sua crença na orixem lóxica das léis da natureza.  Aristóteles e os seus seguidores sostiverom que era possíbel “deducir” ditas léis, sem prestar demasiada atençón a como a natureza se comportaba realmente.  Isso, e o ênfase no “porque” os obxectos seguem leís,  mais, que nas léis específicas que seguem,  conducíu-os a léis basicamente qualitativas que a miúdo eram erróneas e que, em qualquer caso, non resultarom ser demasiado úteis, aínda que dominarom o pensamento científico durante muitos séculos.  Só muito mais tarde, xente como Galileo se atrevéu a desafiar a autoridade de Aristóteles e a observar o que a natureza realmente facía, mais do que a pura “razón” decía que debería fazer.  Este libro está enraizado no conceito do “determinismo científico”, que implica que a resposta à segunda pergunta é que non há milágres, ou excepçóns às léis da natureza.  Sem embargo, voltaremos a tratar de novo em profundidade as perguntas um e três.  As questóns de como surxiram as léis e por qué som as únicas possíbeis.  Mas antes, no capítulo seguinte, dedicaremo-nos à questón do que é o que descrebem as léis da natureza.  A maioría dos científicos diríam que som reflêxos matemáticos dunha realidade exterior que existe independentemente do observador que a contempla.  Mas à medida que vamos examinando a nossa maneira de observar ó nosso redor e de formar conceitos sobre el, surxe a pergunta de ¿temos realmente razóns para acreditar que existe unha realidade obxectiva?

stephen hawking e leonard mlodinow

PASCAL (A MORTE SERÁ A GRANDE CERTEZA)

.

               Com apenas três anos de idade, Pascal e as suas irmáns perderam a nái.  A sombra deste triste e doloroso acontecimento marcou profundamente o carácter de toda a família e, em especial, o de Blaise.  Um encontro tán precoce e directo com a morte fê-lo ter sempre em mente que esta pode chegar a qualquer momento, e que o homem, por mais que tente negá-la ou escondê-la por detrás daquilo que o mundo lhe proporciona, non se pode esconder dela nem prevê-la.  Na filosofía de Pascal, a morte será a grande certeza, unha pedra de toque a partir da qual se deve xulgar tudo o resto.  Passado algum tempo, em 1631, a família mudou-se para París,  e um ano mais tarde começou a educaçón de Pascal, da qual se responsabilizou pessoalmente o pai, que non só era bom conhecedor das leis, mas também muito culto e bom matemático.  Sobre o método pedagóxico de Étienne sabemos que era orientado pola ideia de que a criança se devía deixar guiar pela sua curiosidade e que ela, e apenas ela, determinaría o conteúdo das aulas.  O jovem Blaise revelou desde o início unha notábel intelixência.  Aprendeu rapidamente e foi um grande autodidácta.  Com apenas 11 anos escreveu a sua primeira obra de carácter científico, Tratado sobre os Sons (Traité sur les sons), e aos 12, segundo conta a sua irmán nunha biografía que lhe dedicou, Vida de Monsieur Pascal, escrita pela irmán, Madame Périer (La Vie de Monsieur Pascal par sa Soeur, Madame Périer), deduziu por si próprio, sem sequer ter tido as aulas de matemática suficientes, até ao teorema trinta e dous do primeiro libro de Euclídes.  O pai, surpreendido e entusiasmado com tais proezas, decidiu que a educaçón do filho se centraría no estudo das ciências, embora sem esquecer outros saberes; por isso, ensinou-lhe também latím e grego desde o início.

gonzalo muñoz barallobre

AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (73)

.

               Orixem do Cristianismo.  A Humanidade non sempre foi como actualmente a vêmos, xá se sabe com certidûme científica, que o home levou unha existência semelhante à dos animais.  A miséria física dos homes primitivos que vivian nas cavernas, despidos e errantes, sem mais abrigo que as covas feitas à mán, sem mais ferramentas que as pedras arrincadas do chán.  Arrastou durante muitos  séculos unha vida miserábel, até que à custa de lutas e esforzos infinitos a conseguiu modificar.  Os primeiros homes passabam a vida ó ar libre, recebendo as impresóns directas da Natureza: chúvia, vento, tempestades, furacóns, trevoádas, neve, relâmpagos, etc…  A apariçón e desapariçón regular do Sol, com a sua alternativa de luz e sombras, inspiraba sentimentos de alegría ou terror.  Vendo-o marchar sobre as suas cabezas, sem poder alcanzá-lo nem dominá-lo, críam-no animado como eles, e dotado de condiçóns superiores,  pelo que lhe implorabam para pedir a sua luz e o seu lume: chamabam-lhe o “brilhante” (em Sânscrito Dewa), do qual derivou  Deus.  Como traía com a sua luz a vida, classificarom-no de Bom, por oposiçón às tébras que eram malas.  Razoamênto, que volta a encontrar-se no Xúpiter Boníssimo dos gregos, e a Bona Dêa dos latinos, e o bom Deus dos modernos.     

manuel calviño souto

RAWLS (INFÂNCIA E XUVENTUDE)

.

               Durante a infância e xuventude, Rawls forma o seu sentido de xustiza, observando como a nái defende os direitos das mulheres, mas também por sentir na pele como os afro-americanos son tratados na sua cidade natal.  Nas escolas habia segregaçón racial, e a amizade inter-racial non era bem vista na rua, o que trouxe certos problemas ao xovem Rawls quando ía à casa do seu amigo Ernest, um menino  afro-americano que vivia num dos subúrbios da cidade reservados à  populaçón negra.  Rawls pôde igualmente verificar em primeira mán o classismo associado à pobreza durante os veráns passados  a navegar na baía de Chesapeak, altura em que travou amizade com os meninos brancos pobres que trabalhavam à volta do porto.  Acima de tudo, Rawls sentia-se muito feliz, mas injustamente feliz por desfrutar dos priviléxios e das oportunidades que a sociedade negava a tantos outros.  Assim que concluiu a licenciatura em Princeton, em Febreiro de 1943, em plena Segunda Guerra Mundial, Rawls alistou-se no exército e foi destacado para a frente do Pacífico.  Passou ali dous anos, na Nova Guiné, Filipinas e, por fim, na ocupaçón do Xapón imediatamente depois do bombardeamento de Hiroxima. Por ter estudos universitários, Rawls foi incorporado nunha unidade de serviços de informaçón.  Integrado em equipas de sete ou oito homens, realizava tarefas de reconhecimento de posiçóns inimigas.  Participou pouco em combate, embora tenha sido condecorado pela sua perícia na utilizaçón do rádio.  Em certa ocasión, depois de perder o capacete, foi ferido na cabeça pela bala de um atirador furtivo.  Noutra ocasión, foi preso por se recusar a castigar um soldado que tinha insultado um tenente.  Após a guerra, recusou fazer carreira na instituçón militar, que consideraba muito “triste”.  Anos mais tarde, descreveu a sua passaxem pelo exército como “particularmente medíocre”, tendo em conta que um dos seus irmáns chegou a ser piloto na frente europeia e um herói de guerra.   A sua educaçón moral acabou de se formar nesse período bélico.  Três episódios da guerra marcaram a sua vida.  O primeiro foi ouvir dos pregadores protestantes que Deus benzia as balas americanas e  protexía os soldados do seu reximento das dos xaponeses.  Pensou que non se devía utilizar a relixión para mentir dessa maneira nem mesmo para levantar o ânimo das tropas.  Como bom filósofo, Rawls ficou indignado por se dar primazia ao consolo em detrimento da verdade.  O segundo incidente foi verificar que a sorte voltava a estar do seu lado enquanto a adversidade levava outros.  Um colega do exército chamado Deacon e ele tornaram-se amigos ao partilharem as tarefas de rádio e vixilância.  Um dia, o coronel no comando ordenou-lhes que um deles se dirixisse à enfermaria para dar sangue a um soldado ferido, enquanto o outro devia localizar as posiçóns xaponesas.  Mais unha vez, Rawls sobreviveu, pois o seu tipo de sangue era o único compatíbel.  O seu amigo Deacon non regressou da missón: fora morto por unha bomba.  O terceiro episódio foi conhecer o horror do Holocausto.  Rawls, que durante o curso tinha mostrado interesse por questóns teolóxicas, depois disso non conseguiu evitar pensar no seguinte:  porque é que Deus se ia preocupar em salvar a sua alma, a dos seus amigos ou a da sua família, se non era capaz de salvar os milhóns de xudeus de Hitler?  Isso acabou com a sua fé relixiosa.

ángel puyol

DO INDEX LIBRORUM PROHIBITORUM

 

 

.

                E fún-me confesar, sabendo que iba a ser a última vez que o fixéra:  primeiro confesei-me de Camilo José Cela.  Mas, como “a laranxa é unha fruta de inverno”, non me tinha turbado em excesso, nem sequer algunhas luxúrias que tinham lugar no estáblo, acusei-me de “La Família de Pascual Duarte”, do “Viaje a la Alcárria” e de outros títulos que non tinha lido nunca, mas só ouvido falar deles.  Xá tinha o “Torquemada” aquel, castrador de libros, matéria suficiente para continuar falando que eu era um maldito copiador de Cela.  Parar-me aquí, houbera dado o triunfo ó inquisidor, e eu non quería que triunfara.  Assim que, seguím acusando-me de ter lido a Baroja, e o canalha dixo-me que se se trataba de Xudeus, Comunistas e demais ralea, que bem, que valía.  Mas eu non quería entrar em detalhes, ademais de só conhecer a Pío Baroja por unha antoloxía.  Igual que a Unamuno, que era a “bestanegra” do confesor.  E que Unamuno, había metido turbaçón na minha alma e semeado dúvidas na minha fé com: Agonía del Cristianismo e com Sentimiento Trájico de la Vida.  E, xá no disparador, até do “Índice” me acusei, o”Index Librorum Prohibitorum”, da Suprema Congregaçón do Santo Ofício, ediçón de 1948, que me tinha prestado o professor de Latím.  A este, o Índex Librorum Prohibitorum tinha-o sem cuidado.  deixáramo para que, através do Código de Dereito Canónico que vinha nél, e dunha “Instructio” dirixida ós Bispos, puidera discernir entre o “Latím Clássico” e o “Latím Xurídico” da Igrexa.  A Instructio da Congregaçón do Santo Ofício, a firmaba em 1927, um cardeal de inequívoco apelhido espanhol:  Merry del Val.  O Codex Iuris Canonici, decía o que podía ou non podía editar-se e a Instructio Sanctí Oficii, razoaba doutrinalmente os fundamentos das prohibiçóns.  Estes vinham a ser, mais ou menos, a defesa da fé, a condena da sexualidade e a prevençón da “líbido”.  De política especifica parecia-me que a Instrucçón de Merry del Val non falaba.  Mas deixaba à autoridade da Igrexa, cousas sobre as boas costumes, a obediência ó poder xusto, a ordem.  Segundo essas xeneralidades, qualquer doutrina; desde o Liberalismo, ó Comunismo, podía cair no Índex Librorum Prohibitorum.  Disto, non me lembro muito.  Do que sím me acordo é das palabras que mais se repetíam naquela Instructio ad Episcopos, comezando pelo título,  De Sensuali et de Sensuali-Mystico Genere:  Sensualitas, Fornicatio et omnis inmundictia, Lascivus, Turpidus, Obscenissima, Procaciter, Impudictia, Vitia Carnalia, Lenocinius, Effrenata Libido, Amoribus impudiciis.  Olho, pois, também com as trampas dos amores místicos.  Desde certo ponto de vista, era normal ésta insistênça nos temas da carne, pois era assunto que estaba ao alcance de todos.  Os libros de política e filosofía xá se prohibíam eles solos; pois únicamente os entendidos, os especialistas, e estes tinham bula.  O que importaba à Igrexa era a fé, de interpretaçón exclusíva e restrinxída, e a castidade de obrigado cumprimento.  Mediante estes dous factores domina-se e mantem-se unida a grey do Senhor.  Sem reparar na minha inocência, o padre espiritual dixo-me que aquelas leituras das que me acusei, eram tán atróces, que non podía dar-me a absolviçón.  E, entón, respondím humildemente: “Padre, que aínda non terminei”.  E, quase lhe deu um sopôncio.  Mas, tivo que resignar-se ó martírio, e eu a um finximento tán cruel que, me facía dano a mím mesmo.  Das leituras, passei à conducta moral.  Contei-lhe o da monxa capelana, mas, em grande.  Ou sexa, non aqueles limpíssimos roces de mán, senón pecados verdadeiros, tocamentos e manuseios, aínda que sem esaxerar;  convertía-me no “Grande Masturbador”, pobre de mím, víctima quase sempre de ensonhaçóns e poluiçóns involuntárias.  Mentras escutaba as minhas malignidades, o confesor tremía, sudaba e mudaba de cores: do rubicúndo da ira à lividez  da morte, do branco ó azul amoratado. Íba inventar algo, sobre as duas “querubins” do Rosário Sabatino, quando se levantou do confessionário, esgrimindo o crucifíxo, mirou-me como se fora satanás, e fuxíu desaforado prá sacristía.  Ou sexa, que ó padre confesor lhe tinha dado onde mais lhe doía:  na concupiscência e no descreimento.  Mas, eu era inocente, como pode comprobar-se.  Tratába-se de unha vinganza, que só um fanático como el era incapaz de descubrir.   

javier villán e david ouro

BERKELEY (DOS PRINCÍPIOS DO CONHECIMENTO À ÁGUA DE ALCATRÓN)

.

               Berkeley é autor de unha obra non muito extensa, bem escrita, com títulos orixinais.  Aos 25 anos, em 1710, escreveu o Tratado sobre os Princípios do Conhecimento Humano, o livro que mais o identifíca.  Nele refuta o escepticismo, a idolatría, o fatalismo e, naturalmente, o ateísmo, a par de reconhecer o êxito da ciência e a necessidade de a relixión se apoiar nos seus pressupostos.  Antes do Tratado, Berkeley xá tinha publicado as obras Arithmetica e Miscellanea Mathematica (1707) e o Ensaio para unha Nova Teoria da Visón (1709), e redixido os Comentários Filosóficos (entre 1708 e 1709, embora só tivessem sido publicados em 1871).  Três Diálogos entre Hilas e Filonous (1713), onde enfrenta o materialismo e o imaterialismo através dessas personaxens, acaba por ser unha obra-prima em língua inglesa e unha adaptaçón, no sentido mais pedagóxico, das propostas que Berkeley realiza no Tratado.  Em 1721, surxe De Motu (Sobre o Movimento), um texto de filosofía natural cuxa finalidade era axustar algunhas contas com a teoría do seu admirado Newton ao rexeitar as propostas de espaço e tempo absoluctos, o que o aproximaría da física moderna.  Além do mais, nesse mesmo ano publicou o Essay on the Ruine of Great Britain (Ensaio para Prevenir a Ruína da Grán-Bretanha), no qual propunha unha série de soluçóns para combater a crise financeira de 1720, Em 1732, apareceu Alciphron ou o Filósofo Minucioso, a sua obra mais extensa e bela, na opinión do filósofo italiano Augusto Guzzo, sete diálogos escritos e situados nunha espécie de comuna em Rhode Island que evidenciam a sua inquietaçón pela constante deriva para a secularizaçón.  Em 1734, foi publicado O Analista, ou Um Discurso Dirixido a Um Matemático Infiel, a que se seguiu, em 1735, A Defence of Free-thinking in Mathematics (Defesa do Livre-Pensamento em Matemática).  Nestes textos matemáticos, Berkeley contesta dous dos grandes cientistas da época, Edmund Halley e Isaac Newton.  A sua derradeira obra, se exceptuamos os diários de viaxem por Itália, publicados postumamente em 1871, tem um título tan longo quanto surpreendente: Siris, Unha Cadeia de Reflexóns e Investigaçóns Filosóficas sobre as Virtudes da Água de Alcatrón, e Outros Distintos Temas Vinculados entre Si e que Surxem Uns dos Outros.  O libro, publicado em 1744, enaltece as virtudes da água de alcatrón, unha espécie de elixir que Berkeley xulgaba capaz de  combater qualquer tipo de doença.  O nosso autor começa muito xovem, non sem um certo atrevimento, com um Tratado sobre os Princípios do Conhecimento para terminar por reflectir sobre a água de alcatrón. Este traxecto, que vai da epistemoloxía à alquimía, demonstra perfeitamente a apaixonante variedade que se deu na vida de Berkeley.  Foi um estudioso da matemática, da filosofía, da lóxica e das humanidades clássicas, e foi professor de filosofía, teoloxía, hebraico e grego, viveu em Dublin e Londres, e viaxou por França, Itália e Estados Unidos;  paralelamente, como xá vimos, foi deán em Derry e bispo da pequena diocese de Cloyne, na Irlanda, Filantropo, polemista, missionário, conservador, humanista comprometido e valente, como convêm a alguém capaz de discutir o inquestionábel Newton.  E, fundamentalmente, um estudioso contumaz a quem agradava brincar com o significado greco-latino dos nomes das personaxens das suas obras, associados sempre a unha virtude ou característica.  Ele era um erudicto que se esforçava por partilhar a sua erudiçón, algo muito comum nos autores anglo-saxónicos.

luis alfonso iglesias huelga

GALEGOS LISBOANOS (DIOGO ALVES)

.

               Diogo Alves, nace en 1810 en Santa Gertrude de Samos, en Lugo, un pobo de actualmente pouco máis dun milleiro de habitantes. Atribúenselle popularmente entre 70 e 100 asasinatos durante un período de aproximadamente tres anos, entre 1836 e 1839, aínda que as autoridades nunca conseguiron probar o número exacto.  Fillo de campesiños, cuns trece anos múdase a Portugal na procura dunha vida mellor, un camiño que tomaron moitos galegos durante o século XIX.  Establécese en Lisboa, onde comeza a traballar en casas de familias ricas da cidade coma mozo de cabalería e cocheiro.  Pese a que empeza sendo un traballador exemplar, pronto se converte en afeccionado ao viño e ás tabernas e a ter relación cos criminais da cidade, mentres vai perdendo calquera vínculo cos seus pais e a súa terra.  Perde un traballo tras outro, por causa dos seus malos hábitos, e adquire fama na cidade de irresponsable no que non se pode confiar. Tras un episodio agresivo co seu último empregador.  Diogo Alves perde calquera posibilidade de traballo coas familias ricas e os comerciantes da cidade.  Sen outra forma coa que gañar a vida, xunta a un grupo de criminais e monta unha cuadrilla de ladróns e asasinos que terminarían por sementar o pánico en toda Lisboa.  Di a historia popular de Lisboa que por esta época Diogo Alves namórase perdidamente de Gertrudes Maria, a dona dunha das tabernas e casa de fados de mala reputación que o criminal frecuentaba, nunha pequena rúa de nome Águas Boas.  Máis coñecida coma “A Parreirinha”, contan que esta muller, no seu anhelo de facerse máis rica, instigaba o galego a cometer estes crimes para poder vivir do roubado.  Pese a ser Diogo Alves quen cometera os roubos e asasinatos, nos folletos e xornais da época é ela quen aparece retratada coma a responsable das decisións do  galego.  O odio popular, en lugar de dirixirse ao asasino, recae na Parreirinha, que é presentada como unha amante malvada que utiliza as súas “armas de mulller” para manipulalo.  A sociedade portuguesa do momento, profundamente relixiosa e machista, non ve con bos ollos a Gertrudes Maria, separada do seu marido e con dous fillos, e as crónicas retrátana coma a principal culpable do cambio de vida de Diogo Alves.  Quen podería ter sido un ladrón ou un asasino calquera, pasa á historia non só polo exorbitante número de mortos que deixa tras de si, senón tamén polos seus estraños e orixinais métodos.  Diogo Alves comete a maioría dos seus crimes no acueduto das Águas Livres,  dende onde lanza as vítimas ao baleiro facéndoas pasar por suicidas. 

claudia vázquez