.
A disciplina em 5º curso, que era o último de Humanidades, radicalizava-se até extremos de delaçón: reminiscências parecia-me a mím das velhas cazas de bruxas. Alguém tinha ideado um sistema tán perverso, que todos nos convertíamos em polícias de todos. Había que ser víctima ou verdugo. E foi aquela rede de cumplicidades e delaçóns, o que acabou abrindo algúns olhos, meio pechados, sobre as atrocidades deste mundo: victima ou verdugo. Ninguém quería ser victima. Essa malvada actividade de acussinhas e delactores tinha unha cobertura impecábel para silenciar a consciência: a salvaçón própria. Cada manhán, ás escondidas e de “tapadilho”, um alumno passaba polo quarto do reitor e éste, entregaba-lhe unha contrasenha ou testemunha. Podía ser unha bola de bilhar ou um pequeno petáco dos de xogar. O convocado conserváva-a secretamente em seu poder até que observava algunha infraçón do código de conducta: unha palabra nos recreios, unha simples palabra em tempo de silêncio, unha distraçón no estudo. Entón, como um xuíz implacábel, entregava a contrasenha do opróbio ó culpábel, o qual, cautamente, procuraba dissimular a sua possesón. Iniciába-se assím unha sinístra cadeia de ocultaçóns, despistes e vixilâncias que concluía pola noite, no quarto do reitor com o “mea culpa” de quem non tinha podido traspassar a proba da sua culpabilidade. Por suposto, a esse “caia-lhe o pelo” e ficava apregoádo. Mas precisamente, por ter sido apregoádo, a contrasenha non ficava nel. Cada manhán se entregaba a um ente novo e desconhecido, unha ameaça sem nome, hábil na arte da simulaçón e na provocaçón. Polo menos tinham a delicadeza de deixarnos dormir em paz. O sono era unha trégua. Aquel sombrío método educativo dava orixem a situaçóns cómicas, ás vezes, dramáticas outras. O enxenho para desprender-se da maldita contrasenha alcanzaba limítes incríbeis. Á arte da simulaçón, unia-se a arte da provocaçón. Quando se acercaba a hora de ir render contas, um medo frenético apoderába-se de todos e, em particular do último eslabón da cadeia de culpa; o que tinha o testemunho. Ó melhor tinhas tido sorte todo o día e te calzaban nos últimos minutos por unha tontaría de nada. Daba igual que a contrasenha passara várias vezes polas tuas máns ou non passara nunca. Em qualquer caso, aquel traxeteo era unha circunstância enfadonha, que distraía do verdadeiramente importante. estudar e reflexionar. Assím que úns quantos tomamos a determinaçón de acabar com o sistema. Colexíamos, com exactitude, quem era o ponto e nada facíamos por eludí-lo. Quando nos endossabam o morto aceitáva-mo-lo com displicente naturalidade; guardába-mo-lo e esquéciamo-nos del sem fazer nada por endosá-lo a outro. Os castigos e as rebaixas de notas tinham-nos ó fresco. Sabíamos que, por causas próprias e alheias, non íbamos durar muito no Seminário. Assím que suportábamos aqueles contratempos com sensaçón non de culpa, senón de xogo. Ó princípio a nossq actitude provocou perplexidade e assombro. Ó final convertiu-se nunha chanza que acabou por destruir tán maligno sistema. Quém colhía o testemunho, vinha perto doutro grupo dissidente e decía: Quere-lo? Respondía: bom, dá-mo! E quedabas com el e todos tán tranquilos. Entre nós, intercambiába-mos, para que a responsabilidade non caíra sempre sobre os mesmos. A non ser que tiveramos alguém debaixo de olho, entón se non pedía disculpas, guardábas-lha. Esperabas ó último minuto e, zás, endossabas-lhe a contrasenha sem tempo material de traspasso; para que aprendera. Esta capacidade de control era um elemento de poder e todos procurabam estár a bem com nós, inclúso nos facíam a “pelota”. Polo que puidera suceder. Aquilo acabou pondo os professores mal dos nervos. E sobre tudo ó reitor. Anatemas como chumbo derretido chovíam sobre as nossas cabezas. Daba igual. Aquilo era unha guerra suxa e algúns non íbamos entrar néla, aínda que nos assaram vivos como a Santo Lourenzo. E non entramos. Passamos a formar parte de unha lista negra, a lista de possíveis expulsados. Esta relaçón, non era definitiva e tudo dependía do arrependimento e o câmbio de conducta. Algúns daquel grupo subversivo chegaron a cantar misa. E, segundo me contaron, chegaron a ser sacerdotes exemplares.
javier villán e david ouro
Publicado en Uncategorized