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Arquivos diarios: 26/09/2018
RICHARD RORTY (CONTEXTO)
Durante a sua vida, Richard Rorty (1931-2007) demonstrou ter unha actitude muito aberta e dialogante o que non quer dizer que tivesse conseguido entendimentos fáceis, nem dentro, nem fora do seu país. Quando enfrentou os sectores mais profissionalizados da filosofía, muitos dos seus críticos rotularam-no de filósofo superficial. O seu convite a que a filosofía se tornasse um “modo de conversaçón” em vez de um tipo de investigaçón provocou acesas reaçóns nos sectores analíticos e científicos da filosofía dos Estados Unidos e do Reino Unido. “Muitas resistências que colocam os filósofos analíticos (…) baseiam-se em que o termo “conversaçón” lhes parece aínda um pouco de segunda categoría, um pouco “fraco”, em comparaçón com a investigaçón científica” (FR), defendia-se Rorty. Para estes sectores, a filosofía consistia em guiar-se pela lóxica da linguaxem, o equivalente à luz da Razón, mas para Rorty consistia mais na persuasón e na narrativa. Em sua opinión, os seres humanos progridem ao contarem histórias mais complexas e non por encontrarem melhores argumentos. No entanto, a sua predileçón pela narrativa non axudou Rorty a aproximar-se do grupo dos filósofos formados na tradiçón europeia continental. Ele non entendia a filosofía como unha visón privilexiada de unha época, mas como unha perspectiva pela qual observar alguns dos seus episódios. Para Rorty, a filosofía devia colocar-se ao mesmo nível de outros discursos, enquanto alguns europeus acreditavam nunha nova “xíria da interpretaçón” com que se podia ter unha visón da actualidade muito mais profunda do que procuram a socioloxía, os estudos literários ou a história. O grupo analítico xulgava que os filósofos son seres que usam a mente de forma muito mais precisa e organizada do que o comum dos mortais e, tal como os cientistas, progridem nas suas investigaçóns para um melhor esclarecimento dos temas; mas o pensamento hermenêutico xulgava que um filósofo é um ser com unha consciência temporal peculiar (mesmo nunha época que disse adeus à História), a consciência de que o passado é unha permanente elaboraçón e non algo que fica para trás. Por mais que Rorty se distanciasse da filosofía analítica e eloxiasse Hans George Gadamer, o fundador da hermenêutica contemporânea, as delegaçóns da hermenêutica também non o receberam de brazos abertos. Rorty convidou os seus alumnos e colegas dos Estados Unidos a lerem pensadores franceses como Jacques Derrida, mas as concesóns do desconstructivismo também non transixiram com a funçón reformista que Rorty dava á crítica dos conceitos tradicionais. O desconstructivismo apresentava-se como unha acçón de interpretaçón muito mais radical e ambiciosa do que a “bricolaxe” de Porty, unha estratéxia que revelaba aporias e antinomias precisamente onde tudo parecia mais coherente e estável. Felizmente, o encontro entre Rorty e Derrida non foi um total desencontro, e apesar do seu profundo desacordo. Derrida agradeceu com sinceridade e ironia o facto de Rorty o pintar como um sentimentalista que acreditava na felicidade (DP). O diálogo era possíbel, mas a distância permanecia, pois Derrida encarava muito solemnemente o problema da responsabilidade, enquanto Rorty vía a ética como unha questón de costumes. Rorty admirava o estilo elaborado com que Derrida desmontava sistemas de ideias fechados sobre sí mesmos, e partilhava do seu interesse em afastar-se das pretensóns de verdade da filosofía, mas nunca pensou que o desconstructivismo pudesse ter o potencial político que os seus seguidores dos Estados Unidos lhe atribuíram. Provavelmente, a posiçón de Rorty esteve sempre mais perto da “razón comunicativa”, mas como também era alérxico às grandes sínteses, o seu diálogo com Jürgen Habermas, o grande teórico da racionalidade comunicativa, também foi laborioso e, por momentos,circular. Ambos estavam de acordo em muitas cousas, entre elas, que a filosofía deve deixar para trás muitos dos seus sonhos, que raciocinar é unha faculdade intrinsecamente linguística, que a democracia é unha forma de vida humana razoável, e que ir em busca da verdade tem a ver com comunicar o mais livremente possível. Mas também era difícil concordarem, pois, como veremos mais à frente, para Rorty, Habermas continuava preso a unha superstiçón, a saber: que as normas humanas obtêm a sua validade graças à sua fidelidade a algo que transcende a história. e non graças à confiança de determinados seres históricos noutros seres históricos.
ramón del castillo
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