Arquivos diarios: 26/09/2018

O MUNDO DO XOGO

.

               Coimas, mandrachos, palomares ou leoneiras, acostumaba-se a chamar ás casas de xogo a finais do século XVI, amén de garitos.  Segundo algúns comentaristas, muitas delas eram propriedade de grandes senhores – e algo parece insinuar Cervantes no seu Quixote sobre este particular – e se o gariteiro era quem representaba os altos interesses.  A fauna das casas de xogo, era bem curiosa:  o primeiro de todos era o “enganchador”, que estaba encargado de buscar incautos…, para o garito.  Logo, aqueles a quêm se lhes chamaba os “pedagogos”, que ofertabam os seus serviços, conselhos e malas artes ós xogadores ricos e inxénuos.  Estes chamabam-se “brancos”, em contraposiçón ós “negros”, que xa eran xogadores profissionais e astuctos.  Despois vinham os “apuntadores”, que estabam alerta ás cartas de um xogador e as sinalábam ó “tahur”, por meio de sinais e guinhos; polo qual se lhes chamaba também “guinhóns”.  Os quais formabam parte da cofradía dos “miróns”, e tomabam nota das perdas ou ganâncias do xogador, por isso se chamabam “contadores”.  Estaba tamém o “prestador”, que adiantaba fundos áquel que tinha perdido tudo.  Luque Fajardo, escrebeu: “Coimeiro sem prestador, é rei sem capitáns, galera sem remos, navío sem piloto, bolsa sem dinheiro.”  Seguidamente, figurabam os “barateiros” que sacabam talhada do dinheiro do ganhador, xá voluntariamente ou por força ou ameazas.  Outros, os “capitáns”, chamados por mal nome “estafadores”, que cobrabam este barato, e que actuabam de xuízes nas xogadas duvidosas.  Xuízes realmente inxustos, posto que sempre apoiabam aos profissionais seus colegas.  Nas últimas escalas da fauna parasitária do garito, contabam os “maulhadores” que levantabam mortos, e eran assí chamados pola sua semelhanza com os gatos, ó atrapar ó voo tudo o que unha distracçón deixara ó alcance das suas garras.  Os “modorros”, que debían o nome, a estar nunha esquina finxindo dormir, até passada a meia-noite, logo acabadas as partidas principais, sacabam os naipes como na brincadeira e sempre lograbam enganar algúns maravedís, ós xogadores mais relápsos.  E, por fím, o mais víl dos parásitos, aquel que, segundo Quevedo no seu “Buscón”, se afana, e “despabila velas, ou vêm com o orinal, mete naipes e solemniza as cousas do que ganha: tudo por um tríste real de barato.”  O dos orinais, era para quem non quería levantar-se da mesa, nem para satisfazer as mais imperiosas necessidades. 

ramon fernandez pickford

RICHARD RORTY (CONTEXTO)

.

               Durante a sua vida, Richard Rorty (1931-2007) demonstrou ter unha actitude muito aberta e dialogante o que non quer dizer que tivesse conseguido entendimentos fáceis, nem dentro, nem fora do seu país.  Quando enfrentou os sectores mais profissionalizados da filosofía, muitos dos seus críticos rotularam-no de filósofo superficial.  O seu convite a que a filosofía se tornasse um “modo de conversaçón” em vez de um tipo de investigaçón provocou acesas reaçóns nos sectores analíticos e científicos da filosofía dos Estados Unidos e do Reino Unido.  “Muitas resistências que colocam os filósofos analíticos (…)  baseiam-se em que o  termo “conversaçón” lhes parece aínda um pouco de segunda categoría, um pouco “fraco”, em comparaçón com a investigaçón científica” (FR), defendia-se Rorty.  Para estes sectores, a filosofía consistia em guiar-se pela lóxica da linguaxem, o equivalente à luz da Razón, mas para Rorty consistia mais na persuasón e na narrativa.  Em sua opinión, os seres humanos progridem ao contarem histórias mais complexas e non por encontrarem melhores argumentos.  No entanto, a sua predileçón pela narrativa non axudou Rorty a aproximar-se do grupo dos filósofos formados na tradiçón europeia continental.  Ele non entendia a filosofía como unha visón privilexiada de unha época, mas como unha perspectiva pela qual observar alguns dos seus episódios.  Para Rorty, a filosofía devia colocar-se ao mesmo nível de outros discursos, enquanto alguns europeus acreditavam nunha nova “xíria da interpretaçón” com que se podia ter unha visón da actualidade muito mais profunda do que procuram a socioloxía, os estudos literários ou a história.  O grupo analítico xulgava que os filósofos son seres que usam a mente de forma muito mais precisa e organizada do que o comum dos mortais e, tal como os cientistas, progridem nas suas investigaçóns para um melhor esclarecimento dos temas; mas o pensamento hermenêutico xulgava que um filósofo é um ser com unha consciência temporal peculiar (mesmo nunha época que disse adeus à História), a consciência de que o passado é unha permanente elaboraçón e non algo que fica para trás.  Por mais que Rorty se distanciasse da filosofía analítica e eloxiasse Hans George Gadamer, o fundador da hermenêutica contemporânea, as delegaçóns da hermenêutica também non o receberam de brazos abertos.  Rorty convidou os seus alumnos e colegas dos Estados Unidos a lerem pensadores franceses como Jacques Derrida, mas as concesóns do desconstructivismo também non transixiram com a funçón reformista que Rorty dava á crítica dos conceitos tradicionais.  O desconstructivismo apresentava-se como unha acçón de interpretaçón muito mais radical e ambiciosa do que a “bricolaxe” de Porty, unha estratéxia que revelaba aporias e antinomias precisamente onde tudo parecia mais coherente e estável.  Felizmente, o encontro entre Rorty e Derrida non foi um total desencontro, e apesar do seu profundo desacordo.  Derrida agradeceu com sinceridade e ironia o facto de Rorty o pintar como um sentimentalista que acreditava na felicidade (DP).  O diálogo era possíbel, mas a distância permanecia, pois Derrida encarava muito solemnemente o problema da responsabilidade, enquanto Rorty vía a ética como unha questón de costumes.  Rorty admirava o estilo elaborado com que Derrida desmontava sistemas de ideias fechados sobre sí mesmos, e partilhava do seu interesse em afastar-se das pretensóns de verdade da filosofía, mas nunca pensou que o desconstructivismo pudesse ter o potencial político que os seus seguidores dos Estados Unidos lhe atribuíram.  Provavelmente, a posiçón de Rorty esteve sempre mais perto da “razón comunicativa”, mas como também era alérxico às grandes sínteses, o seu diálogo com Jürgen Habermas, o grande teórico da racionalidade comunicativa, também foi laborioso e, por momentos,circular.  Ambos estavam de acordo em muitas cousas, entre elas, que a filosofía deve deixar para trás muitos dos seus sonhos, que raciocinar é unha faculdade intrinsecamente linguística, que a democracia é unha forma de vida humana razoável, e que ir em busca da  verdade tem a ver com comunicar o mais livremente possível.  Mas também era difícil concordarem, pois, como veremos mais à frente, para Rorty, Habermas continuava preso a unha superstiçón, a saber: que as normas humanas obtêm a sua validade graças à sua fidelidade a algo que transcende a história. e non graças à confiança de determinados seres históricos noutros seres históricos. 

ramón del castillo