MONTAIGNE (A EDUCAÇÓN HUMANISTA)
.
Montaigne explica no capítulo Da Presunçón (II, 17) que tinha “nascido e crescido no campo e num meio de trabalho de campo”. A sua nái, Antoinette Lopez ou de Louppes (quince anos mais nova do que o seu pai, Pierre Eyquem), deu á luz a Michel em Bordéus, no ano de 1533, e sobreviveu ao filho, pois viveu mais de noventa anos. No último capítulo dos Ensaios, rexista que a ideia de o “bom pai” o deixar com unha ama na pobre aldeia de Papessus, respondía xustamente á intençón educativo-sociolóxica de acostumá-lo “á mais baixa e comum forma de viver”. Pierre quería aproximá-lo “do povo e daquela categoría de homes que necessita da nossa axuda”, acreditando que o filho preferiría olhar na direcçón de quem lhe estendia os brazos, mais que na direcçón de quem lhe voltaba as costas. Por este motivo, tinha-o mandado baptizar por pessoas da mais baixa condiçón, na esperança de que Michel desenvolvesse, em relaçón a eles, vínculos e apego (III, 13). Nunha nota manuscrita no seu exemplar dos Ensaios, Montaigne resume o seu ponto de vista, sem hesitar e com unha vincada sensibilidade, a condiçón da xente que por simplicidade, ocupa o último lugar da hierarquia social – os pés do corpo político da iconoloxía clássica – é a menos desprezível e aquela que expressa relaçóns mais equilibradas. Neles se encontram costumes e discursos “em xeral mais de acordo com a norma da verdadeira filosofía, porquanto son eles os nossos filósofos” (II, 17). Costumes e discursos de acordo com os ritmos vitais dos ciclos da natureza, que non é apenas o roteiro da verdadeira filosofía, mas que participa da divindade da “natura naturans”. Ideia em relaçón à qual se manterá muito firme e à qual non renunciará.
nicola panichi
Esta entrada foi publicada en
Uncategorized.
Ligazón permanente.