Arquivos diarios: 23/09/2018

O EXISTENCIALISMO, FILOSOFÍA DE MODA

.

               Em 1945, com a Libertaçón, París e toda a França vivem unha recuperaçón difícil. A vingança contra os colaboracionistas parece inevitável: repetem-se desde as execuçóns sumárias até ao rapar do cabelo público das mulheres que, durante a Ocupaçón se deixaram seduzir pela “elegância dos uniformes alemáns”.  Mas, pouco depois, a ressurreiçón cultural será esplendorosa.  París voltará a exercer novamente a sua capacidade de fascínio, desta vez sobre os norte-americanos.  Basta recordar um filme: “Um Americano em París”, o musical dirixido por Vincent Minnelli em 1951 a partir da peça homónima de George Gershwin.  Alí, o cenário da acçón integra um mostrário diversificado da nova bohémia cultural que frequentava os bares e cafés da marxem esquerda do Sena,  a Rive Gauche.  Reconhecem-se tanto pela sua forma de vestir e arranxar-se, como pelo modo como se movem ou a música que ouvem, mas,  sobretudo, por unha verdadeira nova “filosofía da vida” que paira no ar, Em apenas quatro ou cinco anos, París transformou-se de novo num poderosíssimo ícone, mas que non têm xá nada a ver com o que habitaba o  imaxinário dos nazis. A essa nova “filosofía da vida”, foi dada rapidamente a denominaçón de “existencialismo”, e Jean-Paul Sartre, embora tenha aceitado reluctantemente o nome, passou a ser considerado o seu chefe de fila.  Na conferência “O Existencialismo é um humanismo” que Sartre proferiu a 29 de Outubro de 1945, unha segunda feira, na “Salle des Centraux de París, afirmou o seguinte: “A maioria das pessoas que usam esta palavra sentir-se-iam muito desconfortáveis para a xustificar, porque hoxe em día tornou-se unha moda, non há dificuldade em declarar que um músico ou um pintor é existencialista. Um escritor da (revista) Clartés assina “O Existencialista”; e, no fundo, a palabra ganhou hoxe tal âmplitude e tal extensón que xá nón significa absoluctamente nada.  Parece que, na ausência de unha douctrina de vanguarda análoga ao surrealismo, as pessoas ávidas de escândalo e movimento se encaminham para esta filosofía, que, aliás, non lhes pode trazer nada neste domínio; na realidade é a douctrina menos escandalosa, a mais austera; está estrictamente destinada aos técnicos  e aos filósofos”.

miguel morey

OS VASCOS DE AMAYA

.

               A história do país Vasco no século VIII, quem era realmente García Ximénez?  Que há de certo no românce de Navarro Villoslada “Amaya ou os Vascos do século VIII”?  A este problema busca-se a soluçón por duas vías diferentes – a histórica e a novelesca – e esixe unha aclaraçón prévia: o control de um território polo poder, é um fenómeno relativamente recente e de aí que quando se fala que determinada zona estaba no marco de um reino ou condado, non excluímos que nessa zona os seus habitantes gozaram de unha real autonomia.  Este é o caso dos vascos que, apesar das sucessivas invasóns, conservaram a sua idiosincrásia.  Pertenciam xuridicamente ás zonas administractivas criadas polas autoridades, mas de feito mantinham a sua organizaçón peculiar.  Ésta parece a situaçón do século VIII.  Apesar da invasón islâmica, o esquema vasco manteve-se com pouco detrimento para a sua personalidade.  Na zona de confluência de intereses francos, do reino das Astúrias (com os seus restos godos), e da expansón de caudilhos que tinham certa autonomia respeito do Emirato, desarrolhaba-se a traxectória do País Vasco, que estamos simplificando ó máximo. mas que remitimos como ampliaçón para a obra “Vascos e Navarros na sua Primeira História”, do professor Claudio Sánchez Albornoz, publicada em Madrid por Editorial Centro, em 1974.  Num principio o actual País Vasco,  quedou dividido a finais do século VIII em duas zonas de influência.  Unha era a área de expansón do reino das Astúrias e a outra a do que sería reino de Navarra.  Este reino compreendia, nos séculos VIII-IX, unha série de condados que lutavam por medrar na sua base e consolidar a sua soberanía frente a francos, árabes, e à família Banu Qasí.  Neste período, obxecto de contínuas revisóns, pola apariçón de novos dactos, podemos citar a García Ximénez, cuxa autenticidade é discutida por algúns autores.  Possivelmente fora senhor de algúm condado – rexente de todo o reino, segundo outros – e tería desposado a Íñiga Rebuelle, senhora de Sanguesa, e á morte desta, a dona Daidilis, irmán de Raimundo I, conde de Pallars e Ribagorza, que incluía Sobrarbe.  Deste enlace nascería Sancho Garçês, que reinou de 905 ó 925.  A presença de García Ximénez mascara, segundo os estudosos na matéria, a apariçón de unha nova dinastía Ximena, que reemprazaría a Íñiga, a orixinal do reino.  Neste processo estaríam presentes os intereses do xá poderoso reino de León. Sobre este período versa o românce histórico de Francisco Navarro de Villoslada, “Amaya ou os Vascos do Século VIII”.  Debemos precisar que Navarro masceu e morreu em Viana (1818-1895), e foi colaborador destacado do pretendente carlista, Carlos VII, e um eficaz propagandista das causas tradicionalistas.  Amaya, descendente do lexendário fundador de Vascongadas, Aitor, non representa só a luta do País Vasco pola sua independencia frente ós invasores, senón ademais unha visón cristán e romântica (mas com retraso, a obra é de 1877), na realidade, mistura de elementos lexendários e reais.

josé maria sans puig

 

LEIBNIZ (UM RACIONALISTA CRÍTICO)

.

               Gottfried Wilhelm Leibniz nasceu em Leipzig (Alemanha) a 21 de Junho de 1646, durante o último fôlego da Guerra dos Trinta Anos, no seio de unha família abastada.  O seu pai, Friedrich Leibnütz, luterano de orixem eslava. era notário e professor de moral na Universidade de Leipzig e tinha casado pola terceira vez (1644) com Catharina Schmuck, filha de um xurista muito respeitado na cidade.  A irmán de Gottfried, Anna Catherina, nasceu dous anos despois (1648), com a Paz de Vestefália.  O enteado de Anna, Friedrich Simon Löfler (1669), converter-se-á no herdeiro universal da família depois  da morte de Leibniz (1716).  Os antepassados de Leibniz tinham sido funcionários, professores e teólogos, mas também técnicos de minas e comerciantes, e parece que o nosso pensador dedicou alguns esforços durante a sua xuventude, tanto a fixar a grafía do seu apelido alemán como a encontrar as suas orixens eslavas e nobiliárias: em 1671, vemo-lo assinar como “Leibniz” e, a partir de 1676, utilizará como carimbo o escudo heráldico do seu antepassado Paul von Leubnitz, capitán tornado nobre em 1600 polos serviços prestados.  Leitor insaciável de história, poesia e literatura, soube tirar partido da biblioteca paterna, que a nái puxo à sua disposiçón quando tinha oito anos, para o axudar a ultrapassar o duro golpe da morte prematura do pai (1652).  Pouco inclinado para os xogos próprios da sua idade, construiu o seu mundo mergulhado nos libros, de maneira que aos 12 anos tinha aprendido non só a balbucear o grego, como a ler correctamente em latim, algo que puido demonstrar aos 13 anos quando compuxo em apenas três dias um poema de trezentos versos hexámetros latinos, que teve a oportunidade de ler em público, em 1659, nunha festa da escola na qual lhe tinham pedido para substituir outro alumno que estaba doente.  No seu refúxio da biblioteca paterna aprendeu a compensar de maneira autodidacta os ensinamentos que recebeu na escola de S. Nicolau de Leipzig (1653-1661), alternando a leitura dos clássicos com a dos padres da Igrexa, que lhe serviram de fundamento tanto para a lóxica aristotélica como para a metafísica escolástica. 

concha roldán