Arquivos diarios: 21/09/2018

DO QUIXOTE EM LATIM E OUTRAS MÚSICAS LITERÁRIAS

.

               A vida na abadía, e no Seminário em xeral, organizava-se sobre um trípode cuxas patas eran o silêncio, o estudo e a oraçón.  Isto era igual para todos.  Só variaba o nível de estudos, segundo os cursos claro.  No 1º Traducía-mos oraçóns simples e algúm trozo facilón de César e de Cicerón.  No 2º seguia-se com César e no 3º, entrabamos de cheio na Guerra das Galias e na Guerra Civil.  “De bello galico” e “De bello civili”, amén dos discursos de Cicerón.  No 4º e 5º traducía-se a Ovidio, a Virxílio e a Séneca; “As Pónticas”, “A Eneida”; “A Medea”, em versos de Séneca era impossíbel, e barroca e retorcida.  César estaba chupado. E parte de Cicerón e Virxílio tamém.  Em grego, a estrela, era naturalmente, Homero: “A Ilíada” e “A Odisseia”. E algo de “As Guerras do Peloponeso” de Tucídides, e Plutarco e as suas “Vidas Paralelas”.  Outro tema odiado por quase todos era a “Retórica” do Padre Kleutgen, que, sem embargo, resultaba fascinante.  Era um constante exercício de intelixência discursiva, de busca na linguaxem, os seus xogos e as suas numerosas e barrocas figuras de dicçón.  Um exercício de vacuidade, também.  Mas, acaso por isso, deslumbrante.  Também se traducían fragmentos do “Quixote” ó latim, aínda que isso non fosse próprio da classe; senon do tempo dedicado ó que se chama composiçón latina.  Ó finalizar o tempo que nos dabam para estes exercícios, o encargado de classe recolhía os quadernos e os levaba ó quarto do professor correspondente.  O encargado de classe non era, necessariamente, o alumno mais intelixente, senon o mais lacaio.  Um fámulo ó que sempre lhe subían a nota por recolher os quadernos.  Aínda que fixera unhas chapuzas de traducóns.  Para traducir, sobre tudo o verso, había que conhecer muito bem a métrica latina, os diferentes pés, cuxa musicalidade radicaba na combinaçón de sílabas largas e breves que eran unha cousa ou outra segundo os acentos e a colocaçón das letras; o dáctilo, o espondeo, o yámbico…  Non era muito difícil passar o Quixote para latim; a linguaxem de Cervantes também tem música, unha música interna e subtíl, aínda que em latím soára igual que se o tivera escrito Cicerón.  Non por culpa de Cervantes, claro, senon por nossa culpa, que nón dábamos com o “quid” musical.  O arranque: “Em um lugar da Mancha de cuxo nome non quero acordarme”, soáva mais ou menos así: “in aliquo loco Macula nominato, nomen cuius exactiximum recordare non posum.”  Non era unha proeza de latinistas, mas podía passar.  Para o que mais valía conhecer os pés latinos era para analizar os poetas em castelhano, singularmente os modernistas.  Estudando, por exemplo, a Rubén Darío e o seu “Canto Triunfal”, “ínclitas razas ubérrimas sangue da Hispania fecunda”, era fácil dar-se conta de que soába igual que o princípio da Eneida,  de Virxílio, “arma virumque cano Troiae qui primus ab orís.”  Estes descubrimentos gostavam-lhe muito ó professor de Literatura e sempre che punha um dez, ou sexa, unha matricula.  No que mais fincapé se facía era no “Século de Ouro”: Calderón, Lope, Quevedo, Tirso.  Quase nada de neoclassicismo e pouco de romantismo, salvo Bécquer e algo de Espronceda, de cuxa biografía apenas se decía nada.  A “Xeraçón do 98” tinha-na metida “entre ceja e ceja”, menos a Azorín.  Os prémios dos concursos literários, nos recompensabam com libros de José Martínez Ruiz, Castilla, Los Pueblos,…   Unamuno era perigoso herexe, para nenos e adolescentes.  Apaixoado crente Unamuno, só para os maiores com sólida formaçón lhes estaba permitido.  António Machado acababa-se em “Campos de Castilha”, “oh tierra triste y noble, la de los altos llanos y yermos y roquedas, de campos sin arado, regatos ni arboledas”.  Pouco se nos decía da sua vida, e nada da sua morte na França e menos da sua actitude na Guerra Civil.  Valle Inclán, apenas existía.  De todas maneiras había que distinguir entre os professores de Literatura, mais liberais, e os confesores, que sempre estabam pensando na condenaçón. Com tudo, os conhecimentos literários, aínda que escolhidos em funçón da ortodóxia e da moralidade, eran superiores ós que se podían adquirir nos estudos civis.  As composiçóns em castelán consistían em escreber um conto ou um poema, segundo.  Mais que a inventiva, aínda que também, fomentaba-se o manexo do idioma, a riqueza do vocabulário, inclúso a inventiva de palabras, cousa que dificilmente facíamos aínda que se supunha que o latím, debía axudarnos muito.  Alguns punham-se a inventar e saía-lhes cada bodrío de pena.  Así que o melhor era deixar as cousas como estabam.  

javier villán