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O seu programa do “atomismo lóxico” foi sendo abandonado ao longo do século devido às grandes transformaçóns na filosofía analítica provocadas, em primeiro lugar, pelo argumento de Wittgenstein contra a linguaxem privada e, em segundo, pelas críticas de Quine aos dogmas do empirismo. Contudo, as obras dos dois grandes filósofos son o resultado do seu esforço para compreender e ultrapassar o pensamento de Russel. Este continua a ser estudado porque aborda os problemas mais difíceis e fundamentais da filosofía, embora sexa admitido que non os resolve como sistema. Na realidade, se prestarmos atençón à evoluçón da filosofía analítica desde os anos de 1930, non tardamos a aperceber-nos de que practicamente todos os grandes autores (Carnap, Wittgenstein, Austin, Quine, Strawson) desenvolvem o seu pensamento em relaçón a Russell e fazendo-lhe referência. Se medirmos a grandeza de um autor pela dos adversários, Russell figura no Olimpo da filosofía precisamente pelo número de refutaçóns e controvérsias que suscita. Por outro lado, as formas de vida e as perspectivas políticas que defendeu contra o puritanismo, o sistema patriarcal nas instituiçóns e o imperialismo tornaram-se fundamentos de todas as ideoloxías que admitem um certo gráu de abertura e tolerância como componentes essenciais dos Estados de direito. O pacifismo e o antimilitarismo, o feminismo da igualdade, a liberdade de opçón sexual, a transformaçón antiautoritária da escola… Muitos dos eixos centrais da cultura a que chamamos occidental, baseada em grandes movimentos sociais, foram impulsionados no campo teórico e práctico pelo compromiso de Russell com o seu tempo. Wittgenstein disse sobre ele que as suas obras se dividiam em dous grupos; as sublinhadas a vermelho deviam ser de leitura obrigatória, as sublinhadas a azul deviam ser prohibidas. Estaba enganado. Dessa vez deixou-se levar pela tensón das suas relaçóns com Russel, que oscilavam entre a dependência e o distanciamento. Algunhas das suas obras “menores” no sentido académico, por exemplo, No Que Acredito, son obras-primas do pensamento, da literatura, e sem dúvida também de unha forma de fazer filosofía que é dirixi-la a todas as pessoas.
fernando broncano
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