Arquivos diarios: 07/09/2018

HABERMAS (ALEMANHA E EUROPA: UNHA PAIXÓN POLÍTICA)

.

               Non é possível compreender o proxecto filosófico político habermasiano sem o contextualizar na tráxica história europeia que começa com a ascensón do nacional-socialismo e que prossegue com a Segunda Guerra Mundial, o pós-guerra alemán marcado pela Guerra Fría, a queda do Muro de Berlim e a reunificaçón de 1989.  Além disso, Habermas também viveu as contradiçóns xeradas pelo triunfo do neoliberalismo na era da globalizaçón, que há décadas, desde os anos 80, tem vindo a afectar a construçón europeia, um proxecto do qual Habermas é um defensor apaixonado e, ao mesmo tempo, melindrado, dado o fracasso da redaçón de unha Constituiçón.  O seu horizonte xurídico-político é transnacional e, a longo prazo, cosmopolita. Num mundo dominado pela economía global, a meta deve ser unha expansón planetária da democracía que implique a lexitimidade das decisóns políticas que nos afectam a todos.  A paixón universalista, de orixem kantiana, e a radicalmente democrática, que parte de Rousseau, nunca son atraiçoadas na obra habermasiana.  O universalismo moral proíbe as exclusóns, o suxeito ético é a humanidade inteira, enquanto o radicalismo democrático proíbe todo o autoritarismo e imposiçón.  O seu debate com o marxismo, nos anos 70, diagnostica o défice político deste último e leva-o a trazer para um primeiro plano outra materialidade dificilmente tanxível como tal: a da comunicaçón humana.  Para procurar unha alternativa ao pessimismo da primeira xeraçón da Escola de Frankfurt, Habermas adere à viraxem linguística desenvolvida pela filosofía anglo-americana, recupera o pragmatismo norte-americano e o seu fôlego democrático radical.  Esta confluência pode interpretar-se como unha metáfora dessa Alemanha sob o domínio dos Aliados que desponta com a Constituiçón de 1949, supervisionada pelas potências ocupantes: a República Federal da Alemanha.  Em seguida, vamos percorrer as décadas da vida de Jürgen Habermas, assinalando alguns marcos teóricos e históricos que nos permitiram trazar um contexto da sua produçón intelectual.  Posteriormente, daremos conta do seu polémico encaixe na Escola de Frankfurt, na qual se inclui como representante da sua segunda xeraçón.

maría josé guerra palmero

A MITOLOXÍA (F4)

.

               Na mitoloxía vikinga, Skoll e Hati cazaron o Sol e a Lua.  Quando os lobos atrapan a um deles, há um eclipse.  Ó suceder isto, os habitantes da Terra aprésan-se a rescatar o Sol e a Lua, facendo tanto ruído quanto podem, esperando assustar os lobos.  Há mitos semelhantes noutras culturas.  Mas ao cabo do tempo, a xente foi-se dando conta que o Sol e a Lua voltavam a emerxer pouco despois do eclipse, tanto se eles corríam, gritavam ou facíam ruído como se nón.  Ó cabo de um tempo, tiverom que dar-se conta que os eclipses non se producíam ó azar, senón em comportamentos regulares que se repetíam.  Esses padróns resultabam mais óbvios para os eclipses de Lua, e permitirom ós antigos babilónios predecir com considerábel exactitude eclipses lunares, aínda que non se derom conta de que os producía a Terra ó interceptar a luz do Sol.  Os eclipses de Sol forom mais difíceis de predecir, porque só som vissíbeis num corredor de uns sessenta quilómetros de largo sobre a Terra.  Aínda assím, unha vez que nos damos conta dos referidos padróns, resulta claro que os eclipses non dependem das veleidades de seres sobrenaturais, senón que están gobernados por léis naturais.  (…) Vulcans, terremotos, tempestades, epidemías e unhas dos pés crescendo para dentro, parecíam producir-se sem causas óbvias, nem regularidade manifesta.   Na Antiguidade, resultaba natural adscreber os actos violentos da natureza a um panteón de deidades travessas ou malévolas.  As calamidades eran consideradas a miúdo como um sinal de que se había ofendido os deuses.  (…)  A capacidade humana para sentir-se culpábel é tal que sempre podemos encontrar maneiras de acusarnos a nós mesmos.  (…)  A ignorância das formas de actuar da natureza conducíu ós antigos a inventar deuses que dominabam cada um dos aspectos da vida humana.  Había deuses do amor e da guerra, do Sol, da Terra e do céu, dos ríos e dos oceanos, da chuva e dos tronos, e incluso dos terremotos e dos vulcans.  Quando os deuses estabam satisfeitos, a humanidade era obsequiada com bom tempo, paz e ausência de desastres naturais e de enfermedades.  Quando esabam de malas, em câmbio, vinham as sequías, guerras, pestes e epidemías.  Como a relaçón entre causas e efeitos na natureza resultaba invissíbel a olhos dos antigos, esses deuses lhes parecíam inescrutábeis e sentiam-se á sua mercede.

stephen HAWKING E LEONARD MLODINOW