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Na mitoloxía grega, Dioniso (Diónysos) é o deus das vindimas, do vinho e da embriaguez. Neste sentido, Dioniso é como os restantes deuses: unha figura que serve para designar unha parte da realidade, da mesma forma que Eros é o deus do amor e Deméter a deusa da fertilidade. Mas Dioniso é unha divindade especial: é também o deus da contradiçón, um deus que acolhe no seu seio todas as contradiçóns do mundo. Com efeito, além de ser o deus de algo em particular (o vinho e o éxtase), é, de algúm modo, o deus de tudo em xeral, o deus que reúne no seu seio a totalidade do existente. Nietzsche utiliza, por conseguinte, “o dionisíaco” como metáfora para expressar a vida no seu conxunto, a vida em toda a sua pluralidade, movimento, caos, contradiçón. Antes de desenvolver a sua crítica à metafísica, o xovem Nietzsche vê no “dionisíaco” um nível superior ou fundamento último da realidade (a que também se refere com nomes aparatosos como “o Universal-natural” ou “o Uno primordial”). Em O Mundo como Vontade e Representaçón (obra que, como sabemos, influiu de maneira crucial em Nietzsche quando era estudante), Schopenhauer considera que, por trás da multiplicidade de fenómenos do mundo, se esconde unha única força cega e irracional, a Vontade. Tudo o que existe, todos os seres individuais son na verdade unha obxectivaçón no espaço e no tempo da Vontade; a este facto chamar-lhe-á “principium individuationis” ou “princípio de individuaçón”. Nessa perspectiva, o mundo é visto como um xigantesco cenário em que todas as cousas, atravessadas por essa vontade insaciável, lutam por existir e perseverar no seu ser. Influênciado pela filosofía oriental, Schopenhauer xulga que, enquanto existências individuais, fragmentadas e confrontadas entre sí, os humanos sentem a vida essencialmente como desexo e sofrimento.
toni llácer
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