POPPER CONTRA KUHN (RACIONALISMO CRÍTICO CONTRA HISTORICISMO RADICAL)

.

               Neste livro son analisadas e comparadas as concepçóns dos dois filósofos da ciência mais influentes do século XX:  Karl Popper e Thomas Kuhn.  A sua influência exerceu-se (e ainda se exerce) muito além do estreito círculo da filosofía académica.  No caso de Popper, um grande número de conceituados representantes das ciências naturais, das ciências sociais e da política declaram-se explicitamente “popperianos” ou reconheceram a sua dívida intelectual para com Popper.  Exemplos notórios son o astrofísico Hermann Bondi, o prémio Nobel da Bioloxía Jacques Monod, o prémio Nobel da Economía Friedrich von Haysk, o historiador de arte Ernst Gombrich, o chanceler alemán Helmut Schmidt ou o financeiro multimilionário George Soros. Todos eles, e muitíssimos mais, consideram que a metodoloxía científica desenvolvida por Popper e as suas propostas relativas ao melhor modo de reformar a sociedade se revelaram um guia essencial para as suas próprias reflexóns e para o seu trabalho.  Quanto a Kuhn, os seus textos sobre a dinâmica das revoluçóns científicas non só tiveram um profundo impacto na filosofía da ciência da segunda metade do século XX como contribuíram de forma decisiva para o estabelecimento de toda unha nova disciplina, os estudos sobre a ciência (science studies em inglês),  que abrange, além da  epistemoloxía em sentido estricto, a história, a socioloxía e a psicoloxía da ciência, bem como o estudo das relaçóns entre esta e a política.  Mas, além das pessoas (cientistas, filósofos, políticos) que reconhecem explicitamente ter-se inspirado no pensamento de Popper ou de Kuhn, a influência, digamos “subterrânea”, dos dois autores revela-se no facto de, hoxe em día, muitas pessoas que mal ouviram falar de um ou de outro utilizarem, na sua linguaxem corrente, expressóns criadas por eles e que desempenham um papel central nas suas concepçóns – expressóns como “sociedade aberta” (Popper) ou “mudança de paradigma” (Kuhn).  É a marca indiscutível de um impacto vasto e profundo na sociedade.   A filosofía da ciência, isto é, a reflexón filosófica sistemática sobre a natureza do conhecimento científico, é um ramo da filosofía relativamente recente, com pouco mais de um século de existência.  Mergulha, é claro, as suas raízes nunha disciplina filosófica muito mais antiga, a epistemoloxía ou teoría do conhecimento, mas esta é normalmente entendida como a reflexón filosófica sobre o conhecimento humano em xeral, e non como um estudo do que é específico do conhecimento científico.  Podemos dizer que a filosofía da ciência é unha forma particular da epistemoloxía xeral.

.

C. Ulises moulines

Deixar un comentario