Arquivos mensuais: Xullo 2018

ASTRONOMÍA (ÁFRICA CARA Ó DESÁSTRE)

.

               África caminha para o desástre, e non só nos aspectos humano e político, más também no destino xeolóxico.  Os deuses dos infernos, non dormen!  Eles trabalhan nas profundidades da Terra, escondidos dos nossos olhares, mas non conseguém enganar o nosso espírito de preocupaçón.  O que se avecinha para o Continente Esmeraldo, nos tempos que venhém, leva consigo muita mortandade para a vida da fauna e da flora do planeta.  Unha forza destructora, que non se pode parar, avança debaixo de África, e pode provocar as últimas das ruptúras de Panxeia.  Unha “Super-Pluma Mantélica”, está situada por debaixo do Val do Rif, e podería levar á ruptura do Continente em duas ou mais partes, brecha ésta que se abriría ás aguas dos Oceanos.  A tendência xeral do movimento, é para a formaçón de um “Super Continente” em torno de Eurásia, e com este obxectivo caminhan no tempo dos mundos.  Unha das partes de África, vêm na direcçón de colisionar contra Europa, acabando com o Mar Mediterrâneo.  Por outra vía, Austrália caminha para norte, na direcçón das costas de China.  Nas quais, provocaría unha catástrofe similar á acontecida quando a India, que se encontrába perto de Madagáscar chocou contra a antiga costa de Ásia, aniquilando o “Mar de Têtis” e elevando as placas a mais de oito mil metros de altura.  Parece ser, que ésta calamidade foi a que exterminou os famosos “Dinossáurios”, provocando unha das maiores extinçóns de vida acontecida no Planeta Terra.  Mas, sobretudo, há que ter em conta, que estes processos, non se dessarrolhan instantaneamênte, senón que transcorren prolongadamente durante muitos milénios, mas que  também é verdade que podém aparecer inesperadamente.

léria cultural

QUE NADA SE SABE (28)

.

               O mesmo mostrará o globo de vidro construido com admirábel inxénio polo ilustre Arquímedes de Siracusa.  Nel, todas as esferas e planetas se movían, e eran vistos, da mesma maneira que na máquina da realidade, accionando-os todos simetricamente ó soprar através de certos canudos e conductos.  Se alguém quixéra conhecer como se produce isto, ¿acaso sería necessário compreender perfeitamente a maquinária na sua totalidade,  e nas suas partes, até na mais pequena, xunto com as funçóns de cada unha?  Outro tanto há que pensar respeito deste nosso universo, pois ¿que encontrarás nél que non mova e non sexa movido, non câmbie e non sexa mudado, que non sufra unha déstas duas cousas ou ambas?  Agora bem; quanto mais superem em número as cousas que no universo real existem e sucedem, ás que há no globo do Siracusano, tanto mais difícil é abarcar aquél na sua totalidade que este, e sem embargo non é menos necessário abarcá-lo a quem queira conhece-lo.  Mira onde chegamos.  Na realidade non existe (ou non existiría, caso de que puidera dar-se) mais que unha só ciência – non muitas – pola qual se conheceríam todas as cousas perfeitamente, dado que non se pode chegar a conhecer com perfeiçón unha délas sem todas as demais.  As ciências que temos som vaidades, rapsódias, fragmentos de observaçóns, poucas e mal feitas, o resto som fantasías, invençóns, ficçóns, opinións.   Polo que, non sem razón, decía “Aquel” que a sabedoría dos homes é necedade ante Deus.

francisco sánchez

AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (54)

.

               Caída do cabelo.  O 20 de Abril, sentím-me da dor de quadrís (pag. 71) quando me baixaba a colher algo, quase non me podía levantar, da devandita doença, combulsións, Spíritos, Sybilas, etc…  resultou tudo na caída de cabelo, e hoxe día da data segue caíndo.  Ferída Venérea.  O día 2 de Maio de 1915, dei-me conta que tinha unha ferída no membro viríl…   e logo parecía um changlo, fixem-lhe várias curas que me indicaron, mas a dor era insufríbel. Também me asaltaron os nervos, unha tosse no peito e dor de cabeza d’arriba.  O día 11 de Maio de 1915, fún ó Hospital do Desterro, facer curativos, que continuei por unhas semanas.  O día 12, saíu tropa para organizar-se em Combate, 2ª Proclamaçón da República, polas oito e cinquenta da manhán, estaba eu no Hospital.  Ouvia-se desde o mar grandes pezas, e chegaron vários polícias fuxidos e xente a montóns.  Revoluçón, intuiçón.  Compadecéos; Compadecéos queridos amigos.  Rosas olorosas dos bosques floridos; Só vós me podeis contentar, reparade a minha desgraça e a minha sorte, porque o deserto é a minha casa…

manuel calviño souto

O GRANDE DESENHO (F1)

.

               Cada um de nós existe durante um tempo muito breve, e no referido intervalo tan somente explora unha parte diminuta do conxunto do universo. Mas os humanos somos unha espécie marcada pela curiosidade.  E perguntamo-nos, buscamos respostas.  Vivendo neste vasto mundo, que a veces é amábel e outras é cruel, e comtemplando a imensidade do firmamento encima de nós, sempre nos temos feito unha multitude de perguntas.  ¿Como poderemos compreender o mundo no que nos atopamos?  ¿Como se comporta o universo?  ¿Qual é a natureza da realidade?  ¿De onde vêm tudo o que nos rodeia?  ¿Necessita o universo um Criador?  A maioría de nós non passa a maior parte do seu tempo preocupando-se com éstas questóns, mas quase todos nos preocupamos por elas nalgúm instante.  Tradicionalmente éstas son questóns para a filosofía, mas a filosofía morreu.  A filosofía apartou-se dos desarrolhos modernos da ciência, em particular da física.  Os científicos convertiron-se nos portadores da antorcha do descobrimento na nossa busca do conhecimento.  O obxectivo deste libro é proporcionar as respostas suxerídas polos descobrimentos e os progressos teóricos recentes, que nos conducen a unha nova imáxem do universo e do nosso lugar nél, muito diferente da tradicional, e incluso da imáxe que nos tinhamos formado fái tan só unha ou duas décadas.  Aínda así, os primeiros bosquexos desses novos conceitos xá se remontárem a quase um século.  Segundo a concepçón tradicional do universo, os obxectos movem-se ó largo de caminhos bem definidos e tenhem histórias bem definidas.  Podemos especificar as suas posiçóns precisas em cada instante.  Aínda que essa descripçón é suficientemente satisfactória para os propósitos quotidianos, descubriu-se na década de 1920 que ésta imáxe “clássica” non podía descreber o comportamento aparentemente extranho observado a escalas atómicas e subatómicas da existência.  Foi necessário adoptar, no seu lugar, um marco diferente, denominado “física quântica”.  As teorías quânticas resultaron ser notabelmente precisas na predicçón de acontecimentos a ditas escalas, e também reproducem as predicçóns das velhas teorías clássicas quando son aplicadas ó mundo macroscópico da vida corrente.  Mas a “física clássica” e a “quântica”, están bassadas em concepçóns da  realidade física muito diferentes.  As teorías quânticas podem ser formuladas de muitas maneiras diferentes, mas a descripçón probabelmente mais intuitiva foi elaborada por Richard (Dick) Feynman (1918-1988), toda unha personáxe, que trabalhou no Instituto Tecnolóxico de California e, que tocaba os bongôs nunha sala de festas de estrada.  Segundo Feynman um sistema non têm unha só história, senón todas as histórias possíveis.  Quando profundicemos nas respostas, explicaremos a formulaçón de Feynman com detalhe e a utilizaremos para explorar a idéia de que o próprio universo non têm unha só história, nem sequer unha existência independente.  Isto parece unha idéia radical, incluso a muitos físicos.  Em efeito, como muitas outras noçóns da ciência actual, parece violar o sentido comúm.  Mas o sentido comúm está basseado na experiência quotidiana e non no universo, tal como nos revelan as maravilhas tecnolóxicas que permitem observar a profundidade dos átomos ou  o universo primitívo.

stephen hawking e leonard mlodinow

DERIVA HISTÓRICA (REBORDINHOS Nº4)

.

                      REBORDINHOS Nº4

     XACIMENTO ARQUEOLÓXICO GA36042017

               Possibelmente se trate de um assentamento ao ar libre, de adscripçón indeterminada.  Está muito alterado e destruído, polo caminho florestal, ademais de diversas explanaçóns feitas por selvaxens.  Está situádo na rechán anterior ó côto, na pendente superior dunha altichaira.  O xacimento manifestou-se através da apariçón em superfície de anacos de cerâmica lisa e unha lasca de quarcita.  As cerâmicas son claramente prehistóricas, por factura, mas difíceis de atribuir a um período determinado.  Recentemente a zona foi alvo de fortes agressóns com movimento de terras, para construir equipamentos contra incêndios e um merendeiro, com assadores e unha fonte de pedra.  Pois é, ante tamanho descontrol democrático, e estado de cousas acontecidas, é muito probábel que sufríra unha forte destruçón.

a irmandade circular

MICHEL DE MONTAIGNE (A HUMANA CONDIÇÓN)

.

               No ano de 1580, em Bordéus, Michel de Montaigne publica na editora de Simón Millanges a primeira ediçón de os Ensaios em dous libros.  A última bastante aumentada com anotaçóns e um terceiro libro, saíu postumamente em 1595, editada por Abel l’Angelier.  O título é inusual e responde a um proxecto filosófico inédito, escrito na primeira pessoa.  Com ele, o bordalês desexa expressar o carácter non cumprido, como de teste, de ensaio, da sua experiência pessoal sobre a arte de viver, sobre a fraxilidade da razón e a forza das paixóns, em conclusón, sobre a “humana condiçón”, xuntamente com a elaboraçón do conceito de “universal singular” amadurecido e enunciado no capítulo “Do Arrependimento” (III, 2): “Toda a filosofía moral se aplica tanto a unha vida comúm e privada como a unha vida de substância mais rica.  Cada home traz consigo a forma inteira da condiçón humana”.  Na sua viaxém rumo ao corazón da antropoloxía e da história, Montaigne escolhe a actitude norteáda pela dúvida como sismógrafo e bússola da alma, que xá Protágoras vía como operativa na natureza (“Protágoras dí que non há nada na natureza que non sexa a dúvida”), e, sobretudo, rumo á renovada fórmula do “Que sais je?”, á qual xuntará, formando unha triloxía que Kant tornará famosa, duas outras perguntas: “Que devo fazer?”, “Que posso esperar?”.  Afirma unha única certeza: dar plena cidadanía à incerteza e à dúvida, à adopçón de unha visón plural, a unha forma de pensar non dogmática, emancipada da tutela da autoridade filosófica dos antigos e de muitos humanistas, os “modernes”, termo usado de forma escassa por Montaigne (quatro vezes como adxectivo singular; duas como adxectivo plural; unha como substantivo plural) para designar os seus contemporâneos, que tinham feito da certeza  e do antropocentrísmo acrítico um “idolum”, o topo da cadeia do ser, da “scala naturae”, e da razón prometeica o centro, o “angelus novus”, o Deus terreno dos astros e do cosmos, o mediador universal entre o céu e a terra.  Os Ensaios, “o único libro deste tipo”, queria no fundo, propor um proxecto de educaçón permanente do olhar que fosse tanto centrípeto, para entrar dentro de sí, como centrífugo, para conferir unha nova capacidade de visón em relaçón ao mundo, á história, à sociedade e à política.

nicola panichi

ASTRONOMÍA (O SEGREDO DOS DIAMANTES)

.

               Por se têndes a gana suficiênte de cavar, e ser ricos para sempre, colhei unha picareta e um balde, e vinde comigo.  Vou contár-vos o segredo dos diamantes!  Os diamantes, som tetraédros de actomos de carbono, formam-se baixo unha presón de cinquenta atmósferas.  Se há demasiado calor nas profundidades da terra, non se podém formar, pois non permaneceríam estáveis. entón eles buscan a protecçón das rochas cratónicas, que som pedras arcáicas, muito sólidas que serven de suporte aos continentes, chegando a alcanzar a profundidade de centenáres de kilómetros.  Aí, se forman os nossos diamantes!  Pois, em África, há cinco destes velhos “Cratóns”, que eran restos de antigos continentes, dos quais xa non resta memória alguma. Debaixo destes colossos de pedra, están ocultos os amigos, xá que as velhas rochas conseguem protexé-los das altas temperaturas, a profundidades de 150 a 200 kilómetros terra abaixo.  Como muito bem dixémos com anterioridade, teríamos que levar os caldeiros e as picaretas (em avións russos, para que as rapinhas internacionais, non logren aperceber-se do lucrativo negócio). Unha vez alí, comezaría-mos polo “Cratón de Serra Leoa”, quando estivéra todo vindimádo, passaría-mos o “Cratón do Congo” (é muito importante seguir um sistema ordenado, para non deixar nada desperdigado por aí).  Despois, directamente ó Sul (Cratón do Kalahari), deste, raudos e velozes, cara ó “Cratón Tanzano”. E por fím, chegaríamos ó último dos cinco super-filóns, o “Cratón do Sahara”, xá preparados, para aproveitar a saída por Líbia (deixando alí todas as ferramentas de trabalho, pois xá que son amigos de occidente, há que deixar-lhes algo). A maior dificuldade, consistiría em disfrazar-se de voluntários humanitários, e xá está, teríamos a viaxe pagada e aínda seríamos recibidos com os brazos abertos em Valência.  Por favor, se querem apuntar-se, non chamem!  pois as comunicaçóns poderíam ser pinchadas pola C.I.A. (aconselha-mos, suma cautela,e sixílo). 

léria cultural

AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (53)

.

               O meu Espírito.  O día 25 de Novembro de 1915, sonhei que estaba eu dentro do eido, e vín o meu corpo com a roupa velha que tinha antes de ir a Lisboa, mas esqueceron-me as voltas do sonho, e outras vou deixá-las por non terem sentido, nem seguimento, tal como a de eu fazer unha casa debaixo da terra, e ter alá unha rapariga escondida para que mamá non a vira, etc…  Tivem unha intuiçón com o Patrón (António Calviño) que dixéra, dous tistonscinhos sím, está bem, mas a mím também me fán falta os dous tistóns.  Era o que eu ganhaba com el e com o pan.  Foron tan variádos os sonhos e innumeráveis, pois sonhaba e tenho sonhado com tudo o que há no mundo, e até fora del, que sería molesto para mím e para os meus leitores enumerar sonhos tan complicados, pois non chega a paciência.  Calzada do Sacramento.  O día 5 de Marzo de 1915, entréi para o trabalho na Calzada do Sacramento nº 12 com Manuel da Rosária, o día 10 de Marzo de 1915, deu-me um tremor polo corpo, escalofríos, dor de ossos e cabeza, os sonhos mais agoureiros. Mas o día 4 de Abril de 1915, despertei todo despavorido, mas com a firme ideía em Isolina do Caetano, unha ideía firme e craváda nela, que parecía que malucaba, cheio de pena e aflicçón.  Sonhei com um Spírito que me decía, que el prohibía que Isolina se case e non sei que mais me dixo, etc…  Este sonho foi quase por intuiçón.  

manuel calviño souto

QUE NADA SE SABE (27)

.

               Dado que o home vê, e fai-no mediante a luz, é necessário perguntar-lhe acto seguído polas cores, o ar, as qualidades visuais, a luz e o luminoso; polo sol e os astros.  Dado que é corpo e está num lugar, há que ocupar-se do corpo, a substância, o lugar, o vacío.  Dado que o lugar disse finito, há que ocupar-se do finito e do infinito.  Dado que enxendra e é enxendrado, despois há que tratar de todas as causas até á primeira.  Dado que razoa, da alma intelectíva e suas faculdades, da ciência e do cientificamente cognoscíbel, da  prudência e  dos restantes hábitos, como os chaman.  Dado que mata, que nunca vive contento, que pola pátria expón a sua vida á morte, que socorre os doentes e os necessitados, há que tratar do bem e do mal, do bem, último e supremo, da virtude e do vício, da inmortalidade da alma.  Qualquer déstas cousas leva consigo todas as outras, cuxa enumeraçón sería enoxoso proseguir.  O mesmo podes dicer de qualquer cousa, aínda que mínima.  Darás-te conta de tudo pelo conhecidíssimo exemplo do relóxio comúm.  Se queres saber como dá as horas é preciso que examines todas as rodas, da primeira á última, que é o que move a primeira, e como ésta move a outra, e ésta a outras duas, e assím até chegar á última.  E se, ademais de  dar as horas, o relóxio as assinála externamente na esfera mediante unhas manilhas, se tamém mostra os movimentos da lua, o seu crescimento, a sua devalante, assím como o curso completo do Sol polo Zodíaco, com a mesma traxectória que descrebe no céu (cousas todas elas, xuntas com muitas outras, que temos visto representar num relóxio portátil de acordo com o curso verdadeiro dos astros), entón porás a questón realmente mais difícil e nem sequer serás capaz de perceber como se leva a cabo a mais pequena déstas cousas, a non ser que desmontes completamente a maquinária enteira do relóxio, a examines e conheças cada unha das suas partes e o seu cometido.   

francisco sánchez

A PIRENAICA

.

               Na minha aldeia muito tempo, só houbo um aparato de rádio, um Ondina com carcassa de madeira e um grande olho redondo, que aínda conservo como suporte para libros.  Era a xanela aberta ó mundo, a voz dos milagres, o aluvión de cousas que vinham de lonxe.  Unha noite, de madrugada escuitei na Ondina algo que me puxo a cavilar desde o enunciádo:  “aquí rádio Espanha Independente, estaçón pirenaica”.  Ó ver-me aparecer na cozinha, a minha nái levantou-se da cadeira, e apagou a rádio e mandou-me prá cama.  O meu pai protestou e eu tardei três ou quatro días em saber por quê, aínda que non de todo.  O meu, com a rádio, eran preferentemente os xogos de bola e as orelhas que cortaban os “toreros”.  Rádio Nacional os domingos pola noite. E “Fiesta en el aire” ou “Cabalgata fin de semana”. Os Sábados, programas de concursos e cançóns que dirixía José Luis Pecker, que me gostava muito.  Jose Luis Pecker perguntou-lhe unha vez a unha concursante que estava embarazada, tan embarazada que quase pare diante do microfone:  “¿solteira ou casada?”  Ó melhor foi um lápsus inocente e sem maldade, mas o marido subíu ó estrado e sacudiu-lhe ó Pecker um sopapo de órdago á grande.  Por se acáso.  Non se tinha ganhado unha guerra para andar-se com éstas brincadeiras.  Por entón eu non sabía nem que tinha habido unha guerra.  A última á que chegara a enciclopédia, fora a Guerra da Independência contra os franceses.  A recente, a essa que se refería Rádio España Independente, estaçón pirenaica, tinha sido unha cruzada.  A Pirenaica non me decía muito ou cousas que non entendía, mas era unha tentaçón excitante que comezaba a materializar-se ás doze da noite, a luz da casa apagada, só o olho do dial da Ondina acendido como unha lamparina.  De entón, creio que me vem certa propensón aventureira á clandestinidade: a Pirenaica ás escuras, cerradas todas as portas e contraportas, xanélas, contras e quarteiróns; inaudíveis quase, mentras os meus irmans dormían e eu, o pequeno acurrucado entre meu pai e minha nái, escuitaba cousas sobre um tal Franco.  E gostaba daquel ton violento, aqueles discursos e proclamas, aquélas promessas de liberdade e de xustiza. Nem a cara nem o silêncio dos meus pais me aclaraba nada.  Creio que nunca soubem se meus pais eran de Franco ou non.  Eran do silêncio, parece-me a mím. A minha nái relixiosa e crente a “machamartillo”; meu pai, solitário, descrído e amigo de tabernas.  Morreron cedo, aínda que non tan cedo que non tivéra-mos podido falar daquélas cousas, sobre tudo quando eu era xá unha “lumbrera” latinista no seminário.  O caso é que non chegamos a falar.  Por algo que me contaron anos mais tarde, parece ser que meu pai era um liberal indiferente e minha nái unha mulher temerosa de Deus e da política.  Quando chegou a democracía, e aínda antes, alguém foi ó meu lugar, com o conto que eu andava entre os “rojos” da “antí-España”.  As mulheres que tinham conhecido a minha nái comentában lamentando-se: “¡ay si la Rosário levantara la cabeza…!”  Ou sexa, que minha nái, non era seguro, a Pasionária.  Non é este, sem embargo, o enigma que mais me preocupa de minha nái.  O que me segue deixando perplexo foi o que me dixo quando saín de casa a correr mundos e conquistar a glória: “filho, que non che passe o mismo que a Quevedo”.  E  deu-me os últimos cinco duros que lhe quedaban, para que empezara a edificar o meu império.  Um império de ruinas, solidón e clandestinidade, ao que logrei sobreviver de milagre.  A minha nái cría, que eu iba ser um xénio da Literatura, de aí possivelmente essa afinidade quevedesca.  Mais tarde, quando na “mili” estivem a punto de ser declarado desertor, a minha nái voltou ó de: “Filho, que non che passe o que a Quevedo”.  Non sei se me passará o mesmo que lhe passou a Quevedo.  Polo de pronto, xa me quedei coxo. 

javier villán e david ouro

NIETZSCHE (A XENEALOXÍA DA MORAL)

.

               A enorme productividade de Nietzsche como filósofo e escritor non evita que, aos quarenta e três anos, se sinta “tan só como quando era unha criança”.  Había xá algum tempo que renunciara a ter um trabalho e um lar, decidido a consagrar a sua precária enerxía vital a pensar e a escrever como quem lança mensaxens numa garrafa.  Tenta interpretar o seu enorme isolamento como algo necessário, como unha consequência natural da sua misón filosófica: cuspir verdades incómodas aos seus contemporâneos.  Entretanto, a solidón, as doenças, as mudanças e as agruras económicas dos últimos anos ván-no minando. Prova disso mesmo é o profundo impacto que produz ao seu amigo Rohde, quando se reencontram depois de anos de separaçón: encontra Nietzsche envolto nunha atmosfera indescriptivelmente inquietante, como se o filósofo “voltasse de um país onde non vive ninguém”.  Nesse ano, 1887, reúne forças para escrever A Xenealoxía da Moral.  Unha Polémica.  Em vez de um conxunto de aforismos, aquí encontramos um tratado sistemático ao serviço de um único obxectivo: desmontar a moral do cristianismo.  Através de ferramentas psicolóxicas, Nietzsche desmascara a orixem imoral dos valores morais cristáns graças ao seu método “xenealóxico”.  Nessa época descobre com grande alegria Dostoievski, um escritor que, acima do seu admirado Stendhal, é o “psicólogo” com quem tem mais afinidades.

toni llácer

DERIVA HISTÓRICA (REBORDINHOS Nº3)

.

    XACIMENTO ARQUEOLÓXICO GA36042016

                     REBORDINHOS Nº3

               Como xa vêm sendo habitual no nosso país, este xacimento foi descoberto a raíz dos trabalhos efectuados num caminho florestal que atravessa o lugar.  Parece ser um asentamento ó ar libre do Neolítico, situado na cima e pendente superior de unha altichaira, a sua extensón é-nos totalmente desconhecida.  Se tomamos como mostra o numero de cerámicas encontradas, entre dez e quince fragmentos, non parece que o xacimento sexa muito rico quantitativamente.  A sua importância vêm dada non obstânte, pela documentaçón dum tipo de cerámica decorada, adscriptíbel ao Neolítico tardío.  Ao marxem de dous anácos, com decoraçón incísa que presenta unha composiçón indeterminada, há que resaltar dous bordes profusamente decorados, o maior deles corresponde pola sua forma a unha cunca e apresenta unha decoraçón formada por unha série de linhas oblíquas paralelas, que se desenvolvem em diferentes direcçóns; banda que se encontra enmarcada por duas linhas horizontais realizadas com técnica Boquique.  A continuaçón aparece unha guirnalda realizada cunha espiguinha impresa, e o interior recheo de linhas incísas paralelas e oblíquas.  Isto é tudo, de momento, sobre o xacimento nº 3 de Rebordinhos.

a irmandade circular

VATTIMO (DIE WILLE ZUR MACHT)

.

               Sobre as duas interpretaçóns désta expresón (como “Vontade de Poder” e “Vontade de Potência”) xá muito se disse.  A primeira afírma-se negando.  Trata-se do domínio excludente e do suxeito identitário ou de representaçón, que precisa de transformar o outro em obxecto, até o consumir, sem conseguir fazê-lo totalmente ( recorde-se a dialéctica do amo e do escrávo de Hegel), pelo qual os autoritários (ou aqueles que non tendo autoridade a desexam, e desexam também ser temídos) repetem e tornam a repetir os rituais de domínio e de violenta causalidade fagocitária ( de novo a atróz monotonía de Sade), insaciábel e estructuralmente insatisfeita.  A sua temporalidade é edíptica (linear como a de Khrónos, o titán que há de persistir sempre  a ocupar o lugar anterior e o do novo), enquanto o seu desexo pertencer á carência e ao mais além de todos os limítes ( tido por negatividade e castraçón): é unha configuraçón da vontade em toda a “metafísica”, que quer sempre ir “mais além” de todos os limítes (metá-tá-física, “transcender e assegurar-se”).  Vigora no Occidente como metafísica-ciência-técnica, sempre impelidas para a empresa do domínio e para a conquista do demais além.  Vattimo sublinhou com precisa erudicçón documental e eloquência admiráveis, fazendo ver que no “Caso Nietzsche”, desde a denúncia crítica do historicismo desenvolvimentista, xá determinada pela “Segunda Consideraçón Intempestiva”, até  á “ontoloxía alternativa”  do eterno retorno proposta pola boca de Zaratustra, consiste em denunciar a violência da repetiçón do “espírito de vinganza ” contra o tempo (linear de força física) e a sua passaxém, como doença do espírito da guerra, que serve de nó conductor á dialéctica da história do poder no Occidente, ligando as suas diferentes épocas com o mesmo ressentimento, manchado de sangue.  Também Heidegger e toda a pós-modernidade filosófica som profundos seguidores “desse Nietzsche crítico”, pós-modernidade essa que se articula precisamente como pensamento (Non da repetiçón, mas sim da diferença).  Há com efeito, “a outra interpretaçón” da vontade de poder, a que antes poderíamos chamar “desexo ou querer de potência, de possibilidade”, baseada na “Afirmaçón da Afirmaçón”, que se afirma duas vezes, xá que assumindo o vínculo da vida/morte, mas afirmando ambos e assumindo, enfím, a finitude tráxica, diz que sím outra véz á vida e á morte inseparáveis, abrindo, entón, caminho ao desexo da amizade e ao amor pelo outro, pelo diferente, que sobrevoa a possessón. É também esse desexo que pode por em cena a morte tráxica como vontade de arte e como potência criativa possibilitante.  Assume o limíte porque comprende que este é a condiçón de possibilidade da pluralidade e a diferença.  Inaugura o “grande perdón” que nos livra da “doença das cadeias” e do espírito de vinganza, recriando a abertura a outra historicidade menos violenta: mais culta e cultivada, mais alegre, mais lixéira.  Non “mais além”, mais diferente.  Tanto, que nem sequer consistirá xá nunha “superaçón” da época anterior ( a modernidade iluminista), mas na sua continuaçón delimitada e transformada, precisamente na medida em que agora a emancipaçón non desexada ocupar o lugar do “Deus-Ídolo” do poder racionalista.  Assím se liberta a “Vontade de Potência” do “super-home” e nasce o “trans-home” de bom temperamento, sereno, alegre, prudente, inocente como o menino de “As transformaçóns do espírito humano” nietzschianas, que encerra a série (após o camelo Kantiano e o león marxista) como unha culminaçón menos elementar e mais virtuosa: a que inverte o “Suxeito Prepotente”, abrindo o caminho que aposta que essa outra possibilidade (a de “non ser Deus” nem querer) permita unha ressurreiçón imanente, a alegría do riso da libertaçón imanente, a “chance” de outra humanidade histórica, que permite também libertar-se, ao mesmo tempo, o próprio divino, da usurpaçón da qual estaba igualmente a ser obxecto por parte de todos os deuses metafísicos naturalizados pela força.  Os construídos á imaxém e semelhanza dos homem todo-poderoso e dos seus desexos.  Unha hipótese de segurança que se tornou excessiva no mundo moderno, onde as técnicas e os serviços sociais podem desempenhar essa mesma  funçón. 

teresa oñate e brais g. arribas

AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (52)

.

               Sonho terríbel.  O día 15 de Xaneiro de 1915, no Largo das Gralhas hora das 5,20 da manhán, toda a noite andei em convulsóns com sonhos, mas acabaron por esquecer-me todos.  Vín a Rosa da Teixucha de luto e triste.  O 18 de Xaneiro de 1915, fún-me deitar e puxen-me a pensar na vida, com viva ideia e firme nos meus actos passados, e no Spírito…  ante passados mortos, “ad calaveran”, etc…  e sempre dando voltas na cama e a pensar em “muliéribus”…  despois de largo tempo, logrei pegar no sono.  Sonhei que andava xunto de unha igrexa de Lisboa (de Santo Cristovao), eu entrei de rodacú, porque tivem um pensamento de que era bô así.  E vín a Fco. da Furuda ír por um caminho, despois vín unha sacristía e um home com unha luz que entrou também nunha igrexa, logo fún e entrei tamém, e neste momento, como que me quería afectar o medo, e acto seguido desperto e vêm o Spírito…  inquietar-me de tal modo e com tanta força, que eu bramaba com grandes gritos e alaridos, que os padeiros que estabam velando quedarón surpreendidos; ó despertar ouvín decir ós companheiros éstas fráses, etc…  “Está endemoniádo, grunhía como um cán”.  O día 19 de Xaneiro de 1915, sonhei que estaba na terra, proximo de mím estaba Maria da Ganeca, a atmosfera estaba escura como de noite, e eu andava facendo cabriolas.  O día 20 de Xaneiro de 1915, sonhei que estaba no sítio da Fraga, onde andaban uns poucos de rapazes, um deles fixo-me unha partida, e eu andaba detrás del para bater-lhe.  Logo, vexo aparecer Guilhermina do Bértolo com o rostro resplandecente que parecía fogo.

manuel calviño souto

QUE NADA SE SABE (26)

.

               Vou traer a colaçón algúm exemplo breve para que isto que acabo de dicer non quede sem proba.  Bastará com referir-se ó home.  Este aborrece o basilísco, pois dí-se que o basilísco perece pola saliva de um home em xexúm; o basilísco aborrece o home e a comadrexa, que, segundo contan, o mata ela sola; a comadrexa aborrece o basilísco e o rato; o rato e a comadrexa ó gato; o gato ó rato e ó cán; o cán, ó gato e á lêbre; a lêbre, ó cán e ó furón.  No que se refere á antipatía, baste com isto.  Así mesmo, o home non se alimenta, nem disfruta com qualquer manxar.  senón com carne de vaca, de carneiro, etc…  Estes animais non se alimentan com qualquer cousa que se lhes ofereça, senón com feno, aveia, palha.  Á sua vez, estes non se nutrem com qualquer terra, senón com ésta ou aquéla.  Por sua parte, ésta terra non produce de tudo, senón isto ou aquílo, ao qual contribui em sumo gráu que o clima sexa este ou aquél.  Tudo isto, no que se refere á simpatía.  ¿Como suceden todas éstas cousas?  É necessário conhecer a natureza de cada unha délas antes de conhecer adecuadamente  ó home.  Ademais, dado que o home se nutre, crece, vive, enxendra, corrompe-se, razoa, há que perguntar-se acto seguído,pola alma e as suas faculdades. Em virtude disto, há que perguntar-se, respeito das prantas, com que alma viven, e o mesmo, respeito dos animais, e igualmente haberá que ocupar-se do inanimado, pois a ciência dos contrários é a mesma, e a xeraçón e a corrupçón  ¿a que se debén?  A qualidades contrárias.  A continuaçón, há que ocupar-se de éstas, dos elementos, dos corpos superiores (porque o Sol e o home enxendran ó home); e dado que o home se senta, enxendra, entra em calor, há que ocupar-se da introduçón da alma, da introduçón das formas, da acçón e da paixón, da qualidade, da quantidade, da posiçón, da relaçón.  Ademais, dado que isto se dá no tempo, isso é instantâneo, aquílo está em repouso, há que averiguar que é o tempo, e depois há que ocupar-se dos Céus e seus movimentos, pois o tempo, dí Aquél (aínda que mal, como no seu lugar veremos), é o numero do movimento segundo um antes e um despois.  Dado que há um movimento em linha recta e para baixo, ó ponto se há de averiguar que é “arriba” e “abaixo”, e tamém há que ocupar-se do centro do mundo, dos seus polos e suas partes.

francisco sánchez