QUE NADA SE SABE (30)

.

               Xá viste a dificuldade, no que se refere ás espécies.  E no que atanhe ós individuos, confesas que non há ciência algunha, posto que som infinitos.  Mas as espécies non son nada ou, todo o mais, unha certa fantasía.  Só os individuos existen, somente eles som percebidos, somente deles há que ter ciência e deles debe ser obtida.  De non ser así, mostra-me na natureza esses universais teus.  Presentarás-mos nas realidades particulares mesmas. Mas, non vexo nada universal nélas; todas som particulares.  ¡E, que grande variedade se observa em éstas! ¡ Impressionante !  Este é um ladrón redomado; aquél, um homicída; aquél non nasceu mais que para a gramática; outro é totalmente inépto, para as ciências; este é cruel e violento desde o berzo; a aquél non há maneira de apartá-lo do vinho; a esse a sexualidade, a este o xogo; outro se desvanece ó ver, ou inclúso ó cheirar um gato; aquél nunca probou a fruta, nem soporta que outro a probe; ó outro passa-lhe o mesmo com a carne; ó outro com o queixo; a um terceiro, com o peixe.  De todos estes conheço alguns casos.  Este traga e dixére indiferentemente moedas, vidro, plumas, tixolos, lán, nunha palabra, tudo;  ó outro da-lhe um síncope com o perfume ou a visón de unha rosa; esse aborrece as mulheres; este alimenta-se de cicuta; o outro dorme día e noite.  Eu arroxéi frequentemente os libros com irritaçón; escapei da biblioteca.  Mas, esté na rúa ou no campo, nunca deixei de pensar em algo, e nunca menos solo estou, que quando estou só, nem menos ocioso, que quando estou ocioso; conmigo levo o enemigo, non podo librarme de el e, como dí “Aquel”, “vou fuxindo de mím mesmo, como um vagamundo, buscando substrair-me ó meu cuidado, bem com os amigos, bem sonhando; em ván, porque o sombrío me acompanha, me acosa e persegue na minha fuxida”. 

francisco sánchez

Deixar un comentario