O DESERTOR DO ARADO

.

               A primeira noite que passei no Seminário foi unha noite tríste.  A saudade e a solidón deixaron-me a alma polo chán.  Creio que aquela noite nem sequer tinha alma, e cheguei a pensar que ésta tinha quedado á sombra dos choupos da minha terra.  Non tinha ánimos nem para rezar, cousa imprescindíbel antes de dormir, segundo o padre espiritual, para que tudo fora bem durante o sono.  Todos estábamos inquiétos e algúm incluso mexou na cama, com dez anos que tinha, e ó día seguinte non se quería levantar para non descubrir o pastel.  Era a primeira noite fora de casa, sem irmáns e sem nái.  E eu non podía rezar nem podía dormir.  O dormitório era unha nave corrida.  Había um centenar de camas e um pequeno armário na cabeceira de cada unha para guardar a roupa, o xabonete e a escoba de dentes.  O da escoba e a pasta de dentes foi a primeira surpressa, no ingreso, e tivemos que comprá-los nunha drogaría da Rua Maior porque na aldeia non usábamos.  Na aldeia, o mais que chegábamos era a uns palilhos, que se chamában hixiénicos, ou mais propriamente mondadentes, com os que escabichábamos na dentadura; despois enxaguábamos com água fresca.  As pessoas mais limpas, chegaban a fazer gorxeos com água boricada.  Total, que non sei porque, quando se quería mandar alguém a certas partes, se mandaba fazer gárgaras, que polo contrário é unha cousa hixiénica.  Do quase centenar ou mais que dormia na nave corrida ninguém conhecía a naide, salvo que houbesse dous da mesma localidade; e isso non era corrente.  Com que houbesse um listo em cada aldeia, ou um rico, isso xa bastaba.  Dous ricos, ou dous listos, ou um rico e um listo, xa era pedir demasiado.  Ademais, aínda había excepçóns, o curato era para ganhar a vida e os ricos na verdade xá a tinham ganhada.  Assím que, salvo os que axudabam ás becas dos outros, como promessa ou penitência digo eu que serían, os demais, pobres ou de meio pelo.  Antigamente os grandes labradores dedicaban um filho, o segundo, á Igrexa.  Mas isso era antes e como cousa de poder e de brilho social.  Agora non había que, e o poder do cura parróquial nas aldeias era unha aparença de realidade.  Respeita-se, mas quase todos pensaban que non debía meter-se na vida dos demais.  E aínda que se confessaran, non decían toda a verdade.  O día seguinte, a eles e a elas, via-se-os fazer as mesmas cousas nos cobertos, ou contra os baládos das veigas pola caláda da noite.  Nas féstas, algunha família com posses convidaba o senhor cura a merendar chocolate com picatostes, mas isso non era grande cousa para meter-se num Seminário.  Muitos podíamos merendar chocolate com pan, grandes pastilhas como tixolos que sabían deliciosas, só que estaban um pouco ásperas e daban acidez de estômago.  A primeira noite no Seminário foi um trago. De golpe, acostumado a dormir nunha mesma cama com algúm irmán, ou com os páis, um encontrába-se em dormitório inmenso sem conhecer a ninguém, e sem saber como despertar ó día seguinte.  Era Septembro, mas no dormitório corrido facía um frío imponente e inexplicábel.  Que dixeran que era necessário cumprir a vontade do Senhor, quando estában dando ganas de liar o petate e escapar a correr para casa, non axudaba muito.  Quase todos menos os da capital, estábamos acostumados ós espaços abertos, ó céu estrelado, ós páramos e ós horizontes; espaços muito mais grandes que as galerías, as salas e o dormitório do Seminário.  É curioso.  Estes parecian-me infinitos e, polo tanto, hostís, mentras os da minha aldeia, parecian-me sempre pequenos e, em consequência familiares.  Isto ocurría porque nas aldeias há unha mistura de infinitude e de cousas pequenas.  A cozinha, o quarto de dormir, a horta, o cán, o gato, son diminutos.  Mas abrindo as xanélas ou assomando-se sobre a tápia ou desde as ramas de um peral e, zás: o céu altíssimo e o campo inmenso.  Teis unha sensaçón de liberdade absolucta e, á vez, de estar protexido polas quatro paredes da tua casa.  Em câmbio, naquél grandíssimo caseirón, que era o Seminário, sentias-te como atrapado.  Do salón de estudos, ó do dormitório podian-se facer duas casas, polo menos, como as da aldeia.  E no pátio cabían mais de três hortas e, acaso, unha horta enteira muito mais grande.  Desde o pátio do Seminário Conciliar vía-se um céu alto e azul; ás vezes plomizo e panza de burra prenhada, ou sexa de nubes abombadas e escuras.  Entón era quando me doía a cabeza, non sei por quê.  De tudo cheguei a colixir que a liberdade têm e non têm que ver com os espaços, seundo e como. E que é como unha espécie de sensaçón interior.  Mas non estaba muito seguro disso; porque entón, por essa régra de três, na prisón, podería um estár estupendamente se sentes a liberdade interior.  E isso pode ser perigoso.  E enganoso.  Fosse o que fosse, o primeiro día de Seminário eu quería marchar para o minha casinha.  Non o fixém porque non dixéran, por non dar-lhe um desgosto a minha nái. E porque, no meu interior mais fundo, xa me tinha declarado desertor do arado, que era a ferramenta que me esperaba, de ter seguido na aldeia.

javier villán e david ouro

Deixar un comentario